Santa Juliana de Cornillon - Virgem

 Comemorao litrgica 05 de abrilTambm nesta dataS. Vicente Ferrer, S. Zeno e Santa Catarina Toms

                                          

                                          Santa Juliana nasceu no ano de  1193, numa aldeia denominada Retinne,  situada prxima cidade de Lige, na Blgica.   Conviveu pouco tempo com os pais, pois  ficou rf com apenas  cinco anos de idade.  Em decorrncia disso,  Juliana e sua irm Agnes, foram confiadas aos cuidados das irms agostinianas em Monte Cornillon, onde receberam  esmerada educao e viveram piedosamente.  Quando completou 14 anos de Idade, ingressou definitivamente na  comunidade  das irms agostinianas.   

                                          Desde a mais tenra infncia,  sempre nutriu muito amor, possuindo em grau elevadssimo, admirvel devoo ao Sacramento da Eucaristia. Deus a preparava e lhe infundia grandes conhecimentos, alm do que se tornaria ela um instrumento em Suas mos para a misso de difundir o valor da Sagrada Eucaristia.

                                          Um dia, no ano de 1208, Juliana quando em orao, teve a viso de um astro, semelhante lua cheia brilhante, mas com uma pequena inciso preta.  Temendo estar sendo vtima de uma iluso maligna, suplicou ardorosamente ao Divino Mestre que lhe esclarecesse tais vises, as quais passaram a se repetir, consecutivamente, todos os dias. Somente aps  dois anos foi que Nosso Senhor revelou-lhe o significado:  A lua representa a Igreja e suas festas, e  a  incisura significa a falta da solenidade, cuja instituio eu desejo, para despertar a f dos povos e  para o bem espiritual dos Meus eleitos. Quero que uma festa especial seja estabelecida em honra ao Sacramento do Meu Corpo e  do Meu Sangue.

                                          Persuadida a realizar a vontade de Deus,  porm,  no momento em que julgou apropriado,  Juliana indicou s  autoridades religiosas a misso que havia recebido.  Comunicou as aparies a  Dom Roberto de Thorote, o ento bispo de Lige e ao douto Dominico Hugh;  tambm comunicou o fato ao bispo dominicano Jacques de Pantalen que viria, mais tarde, a ser eleito Papa (Urbano IV).

                                          Em 1246, Dom Roberto concedeu aprovao junto ao seu escritrio e em 1246, convocou um snodo,  onde  requisitou que todos seus padres, religiosos e leigos. Disse a festa do Santssimo Sacramento seria comemorada na quinta-feira seguinte festa da Santssima Trindade.  Mas, em 16 de outubro daquele mesmo ano, o bispo veio a falecer e no pode ver cumpridas suas ordens.

                                          Muitos  religiosos, porm, que h tempos haviam se unido em forte oposio instituio da festa, ficaram aliviados com a morte do bispo Roberto; afirmavam eles que a narrativa de Juliana era fruto da sua imaginao;  mediante diversas articulaes e mentiras,  instigaram a populao local e perseguiram implacavelmente a religiosa, que foi mandada  para um lugar chamado Namur, por ordem de seu Superior  Geral Roger,  que tambm alimentava muitas desconfianas sobre as declaraes de Juliana.  Mais tarde o  Superior  perdeu sua posio e Juliana teve autorizao para retornar ao mosteiro de Cornillon.  No ano seguinte, porm, Roger  foi novamente designado a dirigir o mosteiro, tendo Santa Juliana sido enviada novamente para Namur.  

                                          Apesar destas articulaes,  o Cardeal Cher, que era dominicano,  decidiu instituir  alguns anos depois em toda a  diocese, a nova festa dedicada ao Corpo de Deus.   A primeira delas foi celebrada na igreja de So Martinho, em Lige. O prprio cardeal foi quem conduziu a celebrao, num grande cerimonial, cujos ritos cannicos  acabaram sendo adotados posteriormente por modelo, em toda a Igreja universal.   

                                          Santa Juliana estava repleta  de alegria, ao ver sua viso feita real. Estava ansiosa para ver a  festa em honra ao Santssimo Sacramento ser estendida toda a Igreja,  mas no viveu o suficiente para  isso. Passou os ltimos anos numa vida solitria e morreu em Fosses, no dia 05 de abril de 1258.

                                          No ano de 1261, o referido bispo Jacques de Pantalen veio a assumir o governo da Igreja,  sob o nome de Urbano IV. Foi ele que, como mencionado,  havia pessoalmente recebido o relato das vises de Santa Juliana, quando era bispo.   Sucede que, no segundo ano de seu pontificado,  junto localidade de Bolsena, ao Norte de Roma,  ocorreu um grande milagre eucarstico: Um sacerdote que celebrava a  Santa Missa, duvidou da presena real de Cristo na Eucaristia e no momento de partir o Po, viu dele  sair sangue, que em seguida foi empapando o corporal. A  veneranda relquia foi levada em procisso a  Orvieto em 1264. Hoje se conservam os corporais, o clice e  a patena, bem como a pedra do altar em Bolsena, manchada com o Sangue de Cristo.  O Santo Padre, ento,  determinou que a festa do Corpo de Cristo fosse  estendida a toda a Igreja Universal, atravs da bula Transiturus, de  08 de setembro de 1264, fixando-a para depois da oitava de Pentecostes.  Foi nesta poca que o Papa Urbano IV encarregou um ofcio,  designando So Boaventura e  So Toms de Aquino para elaborarem o hino oficial  dedicado ao Santssimo Sacramento (Tantum Ergo Sacramentum).  Os hinos seriam por eles apresentados, para que fosse  feita a  escolha definitiva.  No dia indicado,  na presena do Pontfice, quando se comeou a entoar a msica com a letra de  So Toms de Aquino, So Boaventura maravilhado,  tomou nas mos seus apontamentos e os foi rasgando em pedaos.    

Reflexes

Santa Juliana enfrentou diversos obstculos para ver instituda a Solenidade de Corpus Christi. Foi colocada s mais duras provas, no s pela perseguio perpetrada pelos membros da comunidade leiga, mas tambm do clero e da sua prpria organizao religiosa.  Deus permitiu que tal testemunho chegasse aos ouvidos do ento bispo diocesano, que viria a se tornar o Papa Urbano IV.  No curso deste pontificado,  Deus  fez impulsionar de forma extraordinria a  devoo ao Corpo de Cristo, atravs do milagre eucarstico de Bolsena. O Papa Urbano IV, ento,  obteve  a definitiva confirmao da verso de Santa Juliana, que narrou o pedido de Jesus pela instituio da solenidade. Estendeu, assim, por decreto,  a comemorao da  festa toda a Igreja.

Durante o curso da histria,  Deus concedeu uma infinidade de graas e milagres extraordinrios a fim de reavivar a f nos homens. O milagre, para o catlico, representa um meio e no um fim absoluto para que possa crer na Palavra de Deus. A origem da f no est nos milagres, pois para os coraes endurecidos, nos diz Jesus, ainda  que ressuscitasse um morto, no acreditariam.  Mas para quem cr, os milagres so manifestaes gloriosas, que renovam as foras daqueles  que buscam a  verdade, a perfeio crist. Peamos ao Senhor, sobretudo, que nos conceda um corao de carne,  e que nos aperfeioe cada vez mais no caminho da f. 

"Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha f"   

   

TPICOS RELACIONADOS:                   

Sonelidade de Corpus Christi **** Veja tambm o milagre Eucarstico de Lanciano 

 Ir para  Pgina Oriente