Santa Margarida Maria Alacoque - Virgem

 Comemorao litrgica 16 de outubroTambm nesta dataSanta Edwiges e So Geraldo Magela 

 

                                                Santa Margarida Maria Alacoque,  nasceu em 22 de agosto de 1647,  na diocese de Autun (Frana).  Desde a mais tenra idade, at a  sua adolescncia, sofreu as mais duras  provaes.  J com sade frgil,  no tinha completado ainda oito anos quando perdeu o pai e logo em seguida a irm. A me e  os irmos, eram  vtimas  das  perseguies dirias de tias rabugentas com as quais habitavam.  Sua me,  sofrendo de longa e dolorosa doena,  foi carinhosamente amparada pela pequena Margarida, apesar da repulsa que certos cuidados exigiam sua extrema sensibilidade.  

                                                A sua mudana para o convento das Irms clarissas, que cuidariam dela e  de seu aprimoramento religioso, representou um perodo difcil pela separao da vista da me. A deciso de envi-la para as clarissas no foi tanto pelas incovenincias em cuidar da me, mas principalmente pela luta diria diante da  falta de amabilidade e incompreenso dos que a rodeavam.  Permaneceu no convento das clarissas, porm, ligada vida secular at atingir a juventude.  

                                                Certo dia, quando participava de uma missa, mesmo sem conhecer o sentido exato, pronunciou inspiradas palavras de consagrao ao Senhor: " meu Deus", disse, "consagro-vos a minha pureza e fao-vos voto perptuo de castidade".   Uma doena, porm, passou a lhe atormentar por um perodo de quatro anos,  de modo que o sofrimento tornou-se constante, j que nenhum medicamento era eficaz para abrandar as intensas dores no organismo.   Foi quando, milagrosamente, a doena regrediu at a cura, e por este motivo consagrou-se Virgem Maria, prometendo entrar no servio religioso.  Estava decidida a  ingressar na Congregao das Ursulinas, quando uma voz secreta disse-lhe: "No a quero l, mas  em Santa Maria...!   Estava claro que o Senhor destinara ela para a Congregao das  Irms  da  Visitao e isto j era prefigurativo de como ela iria glorificar o Senhor na propagao do Corao de Jesus. As palavras do fundador da Ordem da Visitao, So Francisco de Sales,  quando escreveu a  So Jeanne de Chantal em 10/06/1611, demonstravam j a devoo da congregao aos Coraes de Jesus e Maria:  "Realmente, a nossa  pequena congregao uma obra do Corao de Jesus e de Maria".   Devoo correlatada por So Jeanne de  Chantal:  "As Irms da Visitao so bem  humildes e  fiis a  Deus, e tero o Corao de Jesus como residncia e estada neste mundo".   

                                                 Santa Margarida foi acolhida no convento das Irms da Visitao de Paray-le-Monial.  Ali mesmo o Senhor se  manifestaria a ela em  revelaes distintas, relativas difuso da consagrao e amor ao Seu Corao.  Apareceu-lhe por numerosas vezes,  e deu a conhecer que seria ela o instrumento para arrebanhar o maior nmero de pessoas ao Amor de Seu Corao.    A essncia da mensagem, porm,  agrupa-se em trs  revelaes.  A primeira ocorreu em  27 de dezembro de 1673, conforme relatou Santa Margarida: "Diversas vezes, diante do Santssimo Sacramento... "encontrei-me inteiramente investida desta divina presena...  eu abandonei-me ao Seu Divino Esprito, por fora do Amor o Seu divino Corao... Ele me fez repousar de forma extrema e por um longo tempo sobre o Seu divino peito, onde pude descobrir as  maravilhas do Seu amor, e os segredos mais profundos e  inexplicveis do Sagrado Corao... Ele me disse: "O Meu divino Corao transborda de amor para os homens, de modo especial por voc, que no poder mais conter para si a luz das chamas da brilhante caridade;  necessrio que seja difundida aos homens, e que lhes seja manifesto para enriquec-los dos preciosos tesouros que te revelei..."  A segunda,  situa-se  provavelmente deu-se em uma das primeiras sextas-feiras do ano 1674:  "E numa das vezes,  entre tantas outras,  em que o Santssimo Sacramento estava exposto,  aps ser eu retirada do interior de mim mesma... Jesus Cristo,  Meu suave Mestre, apresentou a mim,  repleto da sua glria, suas cinco chagas, brilhantes como cinco sis,  e  desta sagrada Humanidade  saam chamas de todas as partes, sobretudo do Seu adorvel peito, semelhante uma fornalha;  neste instante revelou-me todo o amor e todo o  seu amvel Corao e o estado da fonte viva destas chamas. Ele  revelou-me as  maravilhas inexplicveis de seu Puro Amor,  excessivamente entregue aos homens,  dos quais recebia apenas frieza e ingratido..."  Na terceira, ocorrida durante o ms de junho de 1675, Jesus exigiu que fosse feita uma festa especial ao Seu Sagrado Corao: "Numa das tantas vezes em que encontrava-me diante do Santssimo Sacramento, revelou-me Deus as  graas excessivas de Seu Amor... Ento, mostrando-me Seu divino Corao, disse:  "A est o Corao que tanto tem amado os homens, a ponto de nada poupar at exaurir-se e  consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor;  ... eu te exijo mais,  que  na primeira Sexta-feira de acordo com a oitava do Santssimo Sacramento, seja dedicada e junte-se esta festa por honra ao Meu Sagrado Corao, fazendo que seja de igual honra  quele dia, a fim de reparar as indignidades e ultrajes durante o tempo em que o viram exposto sobre os altares. 

                                                 Santa Margarida , porm,  enfrentaria  diversos  obstculos na propagao das revelaes feitas a ela por Nosso Senhor.  No tardou que fossem levantadas  crticas e  colocadas  em dvida as suas experincias msticas. Submetida s mais duras provaes e intensas humilhaes, Deus enviou ao mosteiro um santo sacerdote que, a princpio passou a estudar minuciosamente os  fenmenos relatados. Posteriormente, tornaria-se ele propagador e  apstolo do Sagrado Corao de Jesus: Padre Cludio de La Colombiere. 

                                                 No ltimo ano da sua vida, Santa Margarida  teve a oportunidade de ver a propagao da devoo ao Sagrado Corao de Jesus;  viu tambm um grande nmero de crticos e opositores tornarem-se fervorosssimos propagadores da santa devoo. Deus revelou-lhe o mistrio da Santssima Trindade, durante uma das suas aparies. 

                                                 Jesus deixou grandes promessas s pessoas que,  aproveitando-se da Sua divina misericrdia, participassem das comunhes reparadoras das primeiras sextas-feiras: "Prometo-te, pela Minha excessiva misericrdia e pelo amor todo-poderoso do meu Corao, conceder a todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a graa da penitncia final;  no morrero em minha inimizade, nem sem receberem os sacramentos, e meu divino Corao lhes ser seguro asilo nesta ltima hora". (Clique aqui para ver os detalhes da devoo ao Sagrado Corao de Jesus)

                                                 Tais manifestaes divinas, sucederam num perodo em que a heresia jansenista,  retratava um brao do protestantismo a propagar seus erros no seio da Igreja, tentando aniquilar a  concepo da misericrdia de Deus e  da confiana dos fiis em relao ao Pai Celeste.  A mensagem misericordiosa de Cristo, que aos poucos foi se impondo no convento da Visitao, acabou espalhando-se rapidamente entre as naes e em seguida instituda a sua prtica em  toda a Igreja Universal. 

                                                 Santa Maria Margarida Alacoque morreu jovem,  aos 43 anos de idade, em 17 de outubro de 1690 e foi canonizada em 1920, pontificado do Papa Bento XV. 

Reflexes

A histria de Santa Margarida nos transporta ao Evangelista e Apstolo Joo, que tinha por costume reclinar sua cabea junto ao peito de Jesus.  Ali encontrava abrigo e proteo;  com ntima pureza de criana, ouvia  as batidas do Sagrado Corao, penetrando em todos os seus insondveis mistrios, na plenitude de Sua misericrdia, do Seu Amor infinito.  Os evangelistas referem-se a ele como "o discpulo que Jesus amava".  Ele que, junto a Maria Santssima fez-se presente aos ps da Santa Cruz;  ele, que representando toda a humanidade, recebeu das mos de Jesus a Maria.  A Me de Deus, naquele momento,  era a ele confiada como Me de todos os homens. certo que So Joo foi Maternalmente consolado e amparado, encontrando  junto ao Imaculado Corao, o mesmo aconchego filial que recebera carinhosamente do Divino Mestre.  

Santa Margarida, ao ser milagrosamente curada, props-se a  entrar no Convento das Irms Ursulinas, mas Jesus como que "cochichando" em seu ouvido, mandou que ingressasse no Mosteiro de Santa Maria da Visitao, pela devoo que a congregao cultivava pelos Coraes de Jesus e Maria.  Assim como So Joo,  Santa Margarida conheceu o Corao de Jesus de perto, penetrando nas suas mais ntimas maravilhas, impossveis de serem assimiladas pelo nosso frgil discernimento.  Mas justamente para ns que est direcionada esta graa, a graa de obter os favores espirituais atravs da devoo ao Sagrado Corao de Jesus. mais um dom precioso que o Senhor nos deixou por herana. No passemos indiferentes diante deste tesouro valiosssimo, capaz de proporcionar abundantes graas no s para ns ou para nossas famlias, mas extensiva a todas as pessoas que andam mais afastadas da Igreja e particularmente, s almas que ainda padecem no purgatrio.    

 Devoo ao Sagrado Corao de Jesus   

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