| INTRODUO
                      
                                                                   
                    O
                    juzo  particular decide a sorte da  alma na
                    eternidade: Ou ser destinada ao Cu, ou ouvir a terrvel
                    sentena de morte  eterna, o Inferno.  Aquelas
                    almas, porm, que no apresentam a  pureza necessria
                    para poderem ser  admitidas no Cu, devem descer ao
                    lugar da purificao,  ao Purgatrio.   
                    o que veremos nos  sub-tpicos seguintes:
                      
                      
                      CU
                    (PARASO) 
                      
                                                                    
                    
                    o lugar  onde encontra-se Deus, a Santssima Trindade 
                    com seus anjos e com seus santos.  "Os olhos no
                    viram, nem ouvidos ouviram, nem o corao humano jamais
                    imaginou, o que Deus tem preparado para aqueles que o
                    amam" (1Cor 2, 9).  Estas palavras servem,
                    muitas vezes de referncia, para se  descrever a 
                    glria de  nossa  vida eterna junto de Deus.
                    Entretanto, por mais  estranho que parea, tratam
                    diretamente da f nesta terra. A paz, o perdo, a unio
                    vital com Cristo: Isto constitui o incio do Cu. A
                    felicidade eterna comea, em certa medida, no meio das
                    necessidades  e  tribulaes desta vida. Essa
                    alegria desabrochar, plenamente, no Paraso. 
                      
                                                                   
                    Os
                    trechos mais extensos  que descrevem a  vida
                    eterna, encontram-se no Apocalipse ou "Livro da Revelao". 
                    Contm  ardente esperana dos primeiros  cristos,
                    a cuja luz podemos  acender a  nossa, sem que,
                    para tanto, seja preciso entendermos o sentido exato de cada
                    frase. Esses trechos do Apocalipse so ecos das palavras
                    com que os profetas de Israel contaram a salvao
                    vindoura, em imagens maravilhosamente paradisacas, cujo ncleo
                    :  A presena salvadora de Deus. Assim, por exemplo,
                    passagens  do fim do livro de  Isaas. 
                      
                                                                   
                    Temos 
                    a  Sagrada Escritura, num todo, como ponto de partida
                    que enche o corao de alegria e  esperana e que
                    vivencia o elemento constitui da felicidade celeste, isto ,
                    a salvao. Jesus chama a seus  amigos pelo nome.
                    Essa ateno  repleta da promessa de que o Paraso no
                    consistir em espcie de letargia perptua da 
                    personalidade  humana, mas pelo contrrio, seu
                    desdobramento  consumado, na luz do Deus dos 
                    vivos, a  meta da perfeio finalmente alcanada. 
                      
                                                                    
                    Por
                    conseguinte, a Igreja  edificada por Cristo nos
                    proporciona todos os meios, todos os instrumentos para alcanarmos
                    o Paraso. A conscincia catlica neste contexto, assume
                    um carter  particular. Apesar do plano da salvao
                    atingir, por preceito do Senhor,  a humanidade inteira, 
                    para ns catlicos  cristalino o conceito de no ser
                    possvel salvar-se buscando outras doutrinas. Nisto se
                    resume o conceito de que  "fora da Igreja no h
                    salvao", ou seja,  s a Igreja catlica
                    possui todos os meios, nada lhe falta, porque  Santa,
                    edificada por Deus. Foi Cristo quem estabeleceu, conferindo
                    a  So Pedro a primazia  e  o poder das
                    chaves: "E eu te declaro: Tu s Pedro, e sobre esta
                    pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno no
                    prevalecero contra ela"  (Mt 16, 18);  "Eu
                    te darei as chaves  do Reino dos cus: tudo o que
                    ligares na terra ser ligado nos cus, e tudo o que
                    desligares na terra ser desligado nos cus" (Mt
                    16, 19);   tambm
                    deixa  explcito que o testemunho de Pedro ser de
                    morte: "Em verdade, em verdade te digo:  Quando eras
                    mais moo, cingias-te e andavas  aonde querias. Mas
                    quando fores velho, estenders as  tuas mos, e outro
                    te cingir e te levar para onde no queres." O
                    cunho proftico desta ltima passagem estende tal
                    testemunho aos seus sucessores, que  tombaram em defesa 
                    da f;   praticamente  todos  eles, 
                    at  o 26 Papa (ano de 274), receberam a  coroa 
                    do martrio. Isso sem falar nas constantes  perseguies
                    registradas no decorrer de sua histria at os dias
                    atuais.  Que trajeto encantador, que dedicao
                    exemplarssima deixaram nossos  santos, na defesa dos
                    princpios e constncia na prtica da religio, na luta
                    gigantesca contra o paganismo,  supersties,
                    heresias, enfim, contra as foras que inutilmente se
                    levantaram tentando macular a Igreja de Cristo!
                      
                                                                  
                    Pode
                    ser que Deus nunca venha a exigir de ns o sacrifcio de 
                    confessar e defender a f  em circunstncias to
                    graves e difceis como exigiu dos nossos  santos
                    antepassados, de termos de escolher entre a morte ou 
                    apostasia. O que Deus, porm, nos exige,  uma vida de
                    acordo com os  ensinamentos da santa religio.  No
                    precisamos defender a f perante juzes pagos, mas
                    perante  famlia,  sociedade,  dando o exemplo de
                    catlicos praticantes.  Devemos recorrer  s
                    virtudes da humildade, caridade, mansido, pacincia e
                    muita fortaleza quando surgirem as adversidades.
                    Perseveremos na f do Senhor at o fim, at o dia 
                    do desenlace, certos de que no foram vs as lutas
                    perpetradas contra o mal,  pelo contrrio,  a
                    reside  o triunfo eterno dos justos, a glria, o Paraso
                    eterno.  
                      
                      
                      PURGATRIO 
                      
                                                                    
                    Entre
                    as almas do Purgatrio h muitas, que nunca na vida normal
                    cometeram um pecado grave. Por no terem satisfeito 
                    justia divina pelos pecados veniais com que a 
                    ofenderam, so retidas no lugar da purificao at que
                    tenham feito expiao do ltimo, porque no Cu nada de
                    impuro pode entrar. 
                      
                                                                    
                    Existem
                    passagens  na Bblia que indicam claramente  a 
                    existncia do Purgatrio. Vejamos algumas:  "O
                    servo que, apesar de conhecer a  vontade de seu Senhor,
                    nada preparou e lhe desobedeceu, ser aoitado com
                    numerosos  golpes. Mas aquele que, ignorando a 
                    vontade de seu Senhor, fizer coisas repreensveis, ser aoitado
                    com poucos golpes"(Lc 12, 47-48).  "Ora,
                    quando fores  com o  teu adversrio ao
                    magistrado, faze o possvel para entrar  em acordo 
                    com ele pelo caminho, a fim de que ele no te arraste ao
                    juiz e  o juiz no te entregue ao executor, e o
                    executor no te ponha na priso. Digo-te: No sairs
                    dali at pagares o ltimo centavo". (Lc 12, 58 e
                    59).  No Antigo testamento em 2Mac 12, 43-46
                    tambm lemos  que se oferece sacrifcio pelos 
                    pecados dos mortos na guerra, que esperam a ressurreio.  
                      
                                                                    
                    A
                    orao pelos defuntos  tradio da Igreja. Para que
                    serve essa orao? Porque, em geral, h ainda certa averso, 
                    m  vontade, indiferena no homem, mesmo quando morre
                    em estado de graa. (Ser que gostaramos de encontrar no
                    Cu, cada um de nossos  prximos, tal como o 
                    agora?). Morrer significa tambm morrer  ao mal.
                    Trata-se do "batismo de morte"com Cristo, no qual
                    se consuma o batismo com gua. 
                      
                                                                    
                    No
                    cnon da Missa deixa-se, todos os dias, um espao para se
                    mencionarem os nomes dos defuntos, dentro da  celebrao
                    do sacrifcio da cruz pela comunidade da igreja. Depois da
                    citao dos nomes, a orao prossegue: "Pedimo-vos,
                    Senhor, dar-lhes a eles e a todos que repousam em Cristo, o
                    lugar do refrigrio, de luz e paz".   
                    2 de novembro, "Dia de Finados",  uma ocasio
                    de orao especial  pelos  defuntos. 
                      
                                                                   
                    Quem
                    entrou no Purgatrio j est salvo, porm,  em
                    constante estado de expiao e purificao das mculas
                    que agregaram-se  alma durante nossa vida terrena. 
                    No entanto, que isto no nos venha  servir de consolo
                    ou de motivo para justificar  a prtica de pequenos
                    pecados. O homem deveria preferir a morte e o sofrimento a 
                    decidir-se pecar; no s a cometer pecado grave como tambm
                    a pecar levemente. Somos, assim,   tentados a no
                    temer o Purgatrio. Damo-nos por muito satisfeitos, 
                    dizemos,  se Deus no nos condenar.  H muitos 
                    que confiam nas  oraes e sufrgios dos parentes e
                    amigos ou mais santas Missas, para cuja celebrao
                    providenciaram no testamento.  Devemos nos convencer
                    que impunemente ningum ofende a Deus e que o pecado leve
                     o caminho seguro para as culpas graves.  Ponderemos
                    as  seguintes palavras de Toms de Kempis: 
                    "No te fies demais nos amigos e  parentes e no
                    proteles tua salvao para mais tarde; mais depressa do
                    que pensas, se esquecero de ti os homens". 
                      
                                                                   
                    J
                    que temos esta conscincia, devemos marchar em direo
                    oposta a tal inclinao;  no devemos nunca 
                    deixar de rezar pelos  mortos, que dependem de nossas 
                    oraes e intenes nas celebraes  eucarsticas. 
                     muito bela  a  devoo s almas do Purgatrio! 
                    Agradvel a Deus, proveitosa s pobres almas,  
                    utilssima a ns mesmos.  No fechemos nosso ouvido
                    aos gemidos dos nossos  irmos  que padecem no
                    Purgatrio. Eles levantam as mos para ns, suplicando o
                    nosso auxlio. L esto pais amorosos, que aos 
                    filhos e  esposa dedicavam seus cuidados dia e noite. L
                    esto muitas mes, que amavam os filhos e o marido to
                    ternamente. Irmos, cuja morte  muito nos entristeceu.
                    Amigos, que caminhavam conosco e tantas alegrias nos
                    proporcionaram. A ns  se dirigem suplicantes:
                    "Compadecei-vos de  mim, ao menos vs, que sois
                    meus amigos, porque a mo do Senhor me tocou". (J
                    19, 21)  Demos o mesmo tratamento os inimigos mortos;  
                    que divina reconciliao e alegria em plenitude, ao
                    escutarem nossa  voz elevando-se em splicas e oraes!
                      
                      INFERNO 
                      
                                                                                    
                    Jesus 
                    fala na possibilidade de algum se perder para todo o 
                    sempre. Uma "pena  eterna" (Mt 25,46). 
                    Podemos  entender mal esta palavra:  Como se fosse 
                    feita ao condenado injustia ou desgraa, tal como  possvel,
                    quando se trata do castigo terrestre.  Por isso, 
                    mais compreensvel para ns designar a  mesma
                    realidade por outro termo: "Pecado eterno". 
                      
                                                                                     
                    A
                    situao de  frio endurecimento torna-se 
                    eterna. Deus, amor, bondade, Cristo,  comunidade.... no
                    lhe dizem nada e no o influenciam absolutamente.  a
                    desordem consumada: O pecado levado  sua expresso total. 
                    O definitivo fechar-se sobre si mesmo: Nenhum contato, nem
                    com Deus, nem com os outros.  este o castigo do pecado:
                    "A segunda morte" (Apoc 20.14). A Sagrada
                    Escritura exprime-se com palavras tremendas:  Escurido
                    ou trevas, ranger de dentes, fogo.  No devem ser
                    interpretadas no sentido literal, material, mas nem por isso
                    deixam de representar bem o horror de perder o fim da existncia: 
                    Desgraa irremedivel, irreversvel, o fracasso eterno.
                      
                                                                                    
                    Pensamos,
                    s vezes:  impossvel conciliar o inferno com o amor de
                    Deus. Mas, precisamente, aqueles que  estavam
                    compenetrados desse  amor de Deus, acreditavam no
                    inferno. Em primeiro lugar, o prprio Jesus, que no se
                    pronuncia a respeito dos condenados, mas  pergunta pelo nmero
                    de salvos e condenados responde aos ouvintes com srie 
                    exortao, para que tomem o caminho que leva  vida. Alis,
                    Cristo no veio ao mundo e nem morreu na cruz por
                    brincadeira, e nem sequer representa  uma figura
                    meramente  humana, amorosa e pacfica, como muitos
                    pensam.  Sua causa  serssima, plenamente 
                    grave e ao mesmo tempo impossvel de ser assimilada pela
                    inteligncia humana. Veio para pregar a verdade
                    energicamente, veio mostrar o caminho certo da salvao.
                    Cada um aqui deve refletir e  tirar suas prprias 
                    concluses. O aviso de Jesus  uma graa para ns. Tambm os santos acreditavam no inferno, sem julgarem que
                    se tratasse da contradio ao amor de Jesus. Santa
                    Terezinha procurou resposta tambm na Justia de Deus:
                    "Ningum est no inferno, sem o ter merecido".
                    Por isso, no nos arroguemos em julgamento sobre coisa que
                    no compreendemos. No nos fabriquemos um Deus prprio
                    irreal;  acreditemos nele, tal como se  revelou em
                    Jesus, onde contemplamos o amor do Pai at ao extremo; 
                    mas de sua boca ouvimos tambm estas palavras: "No
                    temais aqueles que podem matar o corpo, mas no a alma.
                    Antes temei aquele que pode perder, no inferno, tanto a alma
                    como o corpo" (Mt 10,28). 
                                      
                                                                                   
                    Nas
                    cenas do Juzo Final, nas catedrais medievais, o gesto
                    condenador  este:  Jesus mostra as cinco chagas. Sem
                    palavras, quer dizer: "Veja o que eu fiz! Que mais
                    podia fazer?". 
                      
                                                                                   
                    No
                    devemos deixar de  ensinar essa doutrina de reprovao
                    s crianas. Mas seria grave erro us-la como ameaa,
                    como se elas  pudessem ir tambm para esse lugar. Tudo
                    tem seu tempo.  O aviso de Jesus dirige-se  contra
                    os  adultos que endurecem seus ouvidos. E tem apenas
                    uma finalidade, finalidade de salvao: Apelo  averso
                    pelo pecado e  ao desejo de tudo quanto faa do homem
                    um homem bom;  apelo  confiana nele, que  o
                    caminho para a vida. 
                      
                     Veja
                    tambm: Dia das Almas - Purgatrio Ir
                    para  Pgina Oriente
                    
         Referncias:  - Pequeno Catecismo de Iniciao Crist; baseado nos ensinamentos da
        obra Na Luz Perptua (Editora Lar Catlico), Pe. Joo Batista Lehmann,
        1959;  Catecismo da Igreja - A f para adultos - Edies
        Loyola,  1970 . 
                      
                    
             |