Comemorao litrgica: 19 de maio. Tambm nesta data: Santos Ivo, Crispim de Viterbo e Prudenciana
Pontificado:
1294
Pedro Celestino, eremita, fundador e Papa, nasceu em 1221 em Isenia, na provncia de Apulia. Tendo apenas seis anos de idade, disse me: Mame, quero ser um bom servo de Deus. Fielmente cumpriu esta palavra, como se fosse uma promessa feita ao Altssimo. Apenas tinha terminado os estudos, quando se retirou para um ermo, onde viveu dez anos. Decorrido este tempo, ordenou-se em Roma e entrou na Ordem Beneditina. Com licena do Abade, abandonou depois o convento, para continuar a vida de eremita. Como tal, teve o nome de Pedro de Morone, nome tirado do morro de Morone, ao sop do qual erigira a cela em que morava. O tempo que passou naquele ermo, foi uma poca de grandes lutas, tentaes e provaes. As perseguies que sofreu do esprito maligno, foram to pertinazes, que por longos meses deixou de celebrar a Santa Missa, e chegou quase a abandonar a cela. A paz e tranqilidade voltaram, depois de Pedro ter confessado o estado de sua conscincia a um sbio sacerdote. Em 1251, fundou, com mais dois companheiros, um pequeno convento, perto do morro Majela. A virtude dos monges animou outros a seguir-lhes o exemplo. O nmero dos religiosos, sob a direo de Pedro, cresceu de ms em ms, tanto, que o superior, por uma inspirao divina, deu uma regra nova ordem, chamada dos Celestinos. Esta Ordem, reconhecida e aprovada por Leo IX, estendeu-se admiravelmente, e ainda em vida do fundador contava 36 conventos. Com a morte de Nicolau V, em 1292, ficou a Igreja sem Chefe. Dois anos durou o conclave, sem que os cardeais pudessem reunir os seus votos a um nico candidato. Afinal, aos 5 de julho de 1294, contra todas as expectativas, e unicamente insistncia e presso de Carlos II, rei de Npolis, saiu eleito Pedro Morone, que fixava residncia primeiro em Aquila, e depois em Npolis. Ao piedoso e santo eremita faltavam por completo as qualidades indispensveis para governar a Igreja, ainda mais num perodo to crtico e difcil. Os Cardeais breve perceberam o erro, quando viram que o eleito, em vez de ouvir os seus conselhos, preferia seguir os do rei e de alguns monges excntricos, ficando com isto seriamente prejudicados altos interesses da Igreja. O Pontfice por sua vez, reconheceu que estava deslocado, e deu-se pressa em abdicar (13-12-1294). Bonifcio VIII, seu sbio e zeloso sucessor, empregou todos os esforos para pr cobro s opresses da Igreja pelo poder civil, no que se viu logo hostilizado por muitos Cardeais, que chegaram a declarar no justificada, e sem efeito a abdicao de Celestino, e ilegal a eleio de Bonifcio. Para afastar o perigo de um cisma, este mandou fechar Celestino, at a morte, no castelo Fumone, cercando-o embora de todo o respeito. Pedro de boa vontade se sujeitou a esta medida coercitiva e passou dez meses, por assim dizer, na priso. Por uma graa divina foi conhecedor do dia da sua morte, que predisse com toda exatido. Tendo recebido os Santos Sacramentos, esperou a morte, deitado no cho. As ltimas palavras que disse foram as do Salmo 150: Todos os espritos louvem ao Senhor. J em 1313 foi honrado com o ttulo de Santo, pela canonizao feita por Clemente V. A Ordem dos Celestinos estendeu-se rapidamente pela Itlia, Frana, Alemanha e Holanda. Estimada pelos prncipes, teve em todos os pases uma bela florescncia, at grande catstrofe religiosa na Alemanha e a Revoluo Francesa. Na Itlia existem ainda poucos conventos da fundao de Pedro Celestino. R E F L E X E S Houve um tempo na vida de So Pedro celestino em que, assustado por terrveis tentaes e escrpulos, o Santo no mais ousou celebrar o Santo Sacrifcio da Missa. Entre as pessoas que se aproximam da Mesa Eucarstica, h duas categorias: uma representada pelos tmidos e outra pelos audaciosos. Os tmidos receiam acercar-se da Santa Comunho, julgando-se indignos desta grande graa. Os audaciosos, pelo contrrio, no se preocupam com esta eventualidade. Fazem preparao rpida, rotineira e sem ateno alguma. Se estes pecam por excesso de uma falsa familiaridade com Deus, os outros no so menos dignos de censura. A recepo freqente da Santa Comunho, longe de fazer arrefecer na alma o fervor e a piedade, deve produzir-lhe um amor cada vez mais ardente a Nosso Senhor, e despertar-lhe o desejo de tornar-se-lhe mais agradvel, por uma vida santa. Quem pratica a comunho quotidiana com outras intenes, que no seja este desejo firme e a resoluo de desapegar-se cada vez mais dos pecados e defeitos, no faz dela o uso que Deus quer, e melhor seria que desistisse de uma prtica de que nenhum proveito pode auferir, e por cima ainda provocar a justa censura de outros, que no compreendem como possa ser compatvel a recepo da Sagrada Comunho cada dia, com a existncia e permanncia de defeitos, que exigem do prximo muita pacincia para os aturar. Os outros devem lembrar-se de que ningum , nem pode ser digno de receber Nosso Senhor no corao. No foi pela indignidade nossa que Jesus Cristo se decidiu a instituir este grande Sacramento. Como entrou nas casas de pecadores e com eles comia mesa, assim nos visita na Santa Comunho, com o fim de ser o alimento da nossa alma e de proporcionar-lhe as graas de que necessita, para sua santificao. Ir para histria dos Papas desde So Pedro Referncia : Na luz Perptua, 5. ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. |