Comemorao litrgica: 16 de setembro. Tambm nesta data: So Cipriano de Cartago e Santa Edite
Pontificado - 251 a 253
O pontificado de So Cornlio teve incio somente no ano de 251. Um ano e quatro meses antes, o Papa So Fabiano, seu predecessor, havia sido martirizado por decapitao por ordem do Imperador Dcio. A perseguio contra a Igreja de Cristo havia apresentado constantes requintes de violncia e crueldade, de forma que, desde a morte de So Fabiano (ano 250), tornou-se impossvel congregar os fiis para a eleio do novo Papa. S aps a revoluo de Julio Valente, conseguiu reunir-se o clero, que elegeu por Papa a Cornlio, que era presbtero da Igreja romana. Assim, desde a morte de So Fabiano at a eleio de So Cornlio, permaneceu a sede pontifical de Roma vacante por um ano e quatro meses. Era Cornlio reconhecido por suas grandes virtudes e eminente sabedoria, principalmente pelos grande testemunho que empreendera na luta contra a heresia. Por sua personalidade firme, ao mesmo tempo que piedosa, era j conhecido por seu elevado grau de santidade. Sua caridade e extrema doura, fez com que merecesse o renome de "Pai dos Pobres". To logo tomou posse, o Papa Cornlio deparou-se com srios obstculos. A chama da perseguio aos cristos novamente ergueu-se. Aproveitando-se da aparente instabilidade, um sacerdote de nome Novato passou a semear dissenes internas, empreendendo malignas articulaes para dividir o rebanho de Cristo. Oriundo de Cartago, onde So Cipriano j havia identificado sua personalidade malidicente, chegou como refugiado em Roma, onde achou terreno propcio para difundir seus erros. Contestando a legitimidade da sucesso papal, maquinou um cisma e, num jogo de influncias e interesses, acabou proclamando-se Papa. Por este motivo, ainda no mesmo ano da posse, So Cornlio convocou um Conclio em Roma, quando Novato foi excomungado e declarado anti-papa, sendo proscritos seus erros e condenados todos os seus sequazes. A paz na Igreja, porm, duraria pouco tempo. O governo do Imperador Dcio estava no final e seu sucessor Galo, reacendeu a chama da perseguio com tanta intensidade, que acabou o Papa sendo banido de Roma. So Cipriano, como bispo de Cartago (norte da frica), empreendeu grande apoio ao Supremo Pontfice por ocasio do levante novaciano. Ao saber do exlio do Papa, de quem era pessoal amigo, escreveu-lhe carta contendo mensagem de perseverana e f, j prevendo os sofrimentos com que ele iria glorificar a Cristo. So Cornlio, que j havia sido submetido a intensos tormentos, fadigas e penrias no exlio, acabou sendo decapitado aps sentena dos juzes imperiais, no dia 14 de setembro de 253. Cinco anos aps a morte de So Cornlio (258), So Cipriano, que h alguns anos permanecera exilado em Curubis, foi conduzido presena do pr-cnsul Mximo, o qual lhe obrigou a desistir da f. Declarando firme testemunho cristo e negando-se a adorar outros deuses, So Cipriano foi imediatamente decapitado por ordem de Mximo. Por serem contemporneos, amigos, e pela estreita relao na luta das causas da Igreja, juntos aparecem Cornlio e Cipriano no Cnon tradicional da Missa, cuja celebrao festiva ocorre no mesmo dia. As relquias de So Cornlio encontram repouso junto s criptas de Lucina ( Bem-Aventurada Lucina, que foi quem recolheu os restos do Papa Cornlio e e deps numa cripta escavada em uma propriedade sua no Cemitrio de Calisto, onde encontra-se at hoje).
Reflexes: A vida dos mrtires renova nossas foras, atravs das suas histrias admirveis e verdadeiramente empolgantes. Todos eles seguiram o exemplo do Divino Mestre; a Ele imploraram a coragem para enfrentar com galhardia as tribulaes e sofrimentos perpetrados em Seu nome. Quando a tribulao bater nossa porta, quando a dificuldade campear nosso reduto, ou quando o sofrimento se alastrar pelos membros, apresentemos este sublime momento ao Senhor, invocando o carinho maternal de Nossa Senhora das Dores, e enfrentemos com coragem todos os obstculos, certos da expiao dos nossos pecados e das almas do purgatrio, que clamam a cada segundo por nossos sacrifcios dirios. No sejamos, pois, como os cidados do mundo, que vem no sofrimento e na grave doena sinal de desgraa. Eles tem a viso limitada s coisas terrenas. Nossa maneira de compreender, de perceber determinadas situaes, atinge um nvel muito mais amplo e elevado. Para o cristo, a dor representa um momento sublime em mais alto grau; nos aproxima da Cruz de Cristo, nos torna fortes e corajosos, nosso corao pulsa convizinho ao Corao de Jesus Crucificado. * * * * * * * * * Referncias bibliogrficas: * Na luz Perptua, 5. ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. Outros dados referenciais na linha de base do link - Papas de So Pedro a Bento XVI |