Comemorao litrgica: 11 de dezembro. Tambm nesta data: So Hugolino Magalotti e So Pedro de Sena
So Dmaso I (Pontificado: 366 - 384) So Dmaso, um dos maiores Papas da Igreja de Deus, era espanhol. rfo de me, levou-o o pai a Roma, para l receber uma slida educao religiosa e cientfica. Os progressos que fez foram to notveis, que Dmaso foi tido como um dos homens mais santos e sbios do seu tempo. Na qualidade de dicono da Igreja de Roma, acompanhou o Papa Librio ao exlio. Pela morte deste Papa, foi elevado ao trono pontifcio, em ateno sabedoria e santidade que o distinguiam, como tambm pelo zelo e coragem com que defendera a Igreja contra a heresia. O governo de So Dmaso durou dezessete anos e dois meses, e coincidiu com pocas bem angustiosas. Todos os escritores eclesisticos daquele tempo lhe tecem os maiores elogios. So Jernimo chama-o o grande amador da castidade, o doutor virginal da Igreja virginal. Teodoro v nele um homem adornado de todas as virtudes e digno de todo o louvor. Santo Ambrsio reconhece em Dmaso um instrumento escolhido pela Divina providncia para o bem da Igreja de Cristo. Os bispos, reunidos em Constantinopla, elogiam-no pela firmeza herica na defesa da santa f, dando-lhe o ttulo honroso de diamante invencvel da f. Em diversas ocasies patenteou esta firmeza evanglica. Logo depois de sua eleio se formou uma corrente fortssima contra a pessoa de Dmaso, com o fim indubitvel de derrub-lo do trono pontifcio. A alma deste movimento foi o dicono Ursino, que ambicionava para si a dignidade papal. Dmaso, receoso de ser causador de um cisma, declarou-se pronto a resignar tiara pontifcia e retirar-se vida privada. Os elementos bons, porm, opuseram-se a isto, e todos os esforos empregaram at que o governador romano se resolveu a mandar para o exlio o promotor das desordens. Algum tempo depois, comeou a luta contra a heresia, que tinha levantado a cabea em diversos lugares, at na capital da cristandade. Em diversos conclios parciais e finalmente no conclio ecumnico de Constantinopla, foram condenadas as heresias de Macednio e Apolinaris, e desterrados os respectivos autores. O Pastor vigilante trabalhou incessantemente no melhoramento da organizao da Igreja. Muitas igrejas foram construdas e as relquias de muitos mrtires, por iniciativa do Papa, foram entregues venerao dos fiis. sua ordem foram abertas as catacumbas, nas quais mandou desentulhar galerias, fazer escadas, por clarabias. Muitos tmulos de mrtires receberam belssimos epitfios de sua autoria executados em esmerada caligrafia. Homens importantes daquele tempo, como Atansio, Ambrsio e Jernimo faziam parte do conselho particular do Pontfice. A So Jernimo, a Igreja deve a traduo dos livros bblicos para a lngua latina. A confiana de que Dmaso gozava do povo cristo era to grande, que os imperadores Teodsio, Graciano e Valentiniano ordenaram expressamente aos sditos, que no aceitassem outro credo a no ser aquele que So pedro pregara em Roma, e que era ensinado por seu sucessor Dmaso; que haviam de considerar errneas e herticas as doutrinas, por Dmaso, como tais censuradas. O imperador Graciano promulgou uma lei que determinava a competncia jurdica do Papa em julgar as questes que houvesse entre Bispos. Grande interesse manifestou Dmaso pela digna celebrao dos mistrios. -lhe atribuda a recitao dos salmos em dois coros e do Gloria Patri no fim de cada salmo. Introduziu tambm o cntico do Aleluia nas missas dominicais.Por sua iniciativa, foi reformada a Igreja de So Loureno e enriquecida com belssimas pinturas. Dmaso morreu na idade de oitenta anos. Consta que ainda em vida, com uma pequena orao, restituiu a vista a um cego. No tmulo se lhe deram grandes milagres. Muitos possessos de demnios, por intercesso de So Dmaso, ficaram livres do mau esprito, e inmeros doentes recuperaram a sade. Reflexes Como discpulo e imitador de Jesus Cristo, Dmaso perdoava aos inimigos. Perdoar aos inimigos e rezar por aqueles que nos perseguem, particularidade muito crist. O Antigo testamento conhecia a lei da vingana, que permitia tirar desforra. Jesus, porm, ensinou uma lei mais perfeita, a lei da caridade, que obriga a todos que querem ser seus discpulos. Pela lei da caridade e a observao da mesma se distingue o mundo do reino de Nosso Senhor. O mundo no conhece a caridade e muito menos o perdo. Jesus Cristo estabelece o humano perdo aos nossos semelhantes como condio de obtermos o perdo divino dos nossos pecados. Quem no perdoa, no quer ser perdoado. Quem no perdoa, esquece-se de que nunca, ofensa alguma que sofreu de seu semelhante, poder ser igual em gravidade mnima ofensa que fez a Deus, cujo perdo vem impetrar. Quem no quer perdoar, de boa conscincia no pode rezar o Pai Nosso, em que pede perdo dos pecados , medida que perdoa os inimigos. A este respeito, escreve Santo Atansio: "Se no perdoas o mal que te fizeram, nada pedes para ti; pelo contrrio, em vez de pedires perdo a Deus provocas a sua ira ao dizer: perdoa-nos as nossas dvidas, assim como perdoamos aos nossos devedores". O mesmo diz So Crisstomo: "Como podes levantar a s mos ao cu ou mover a lngua para pedir perdo? Posto que Deus te queira perdoar, no lho permites, enquanto no mudares da tua atitude hostil contra teu irmo". * * * * * * * * * Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua, 5. ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. |