So Juan Diego

     Mensageiro de Nossa Senhora de Guadalupe                             

Com.  litrgica - 03 de junho Tambm nesta data:  Santos Carlos Lwanga, Clotilde e Olvia

 Veja tambm: Nossa Senhora de Guadalupe

                                                So Juan Diego Cuauhtlatoatzin (que significa: guia que fala ou o que fala como guia) nasceu em torno de 1474, em Cuauhtitln, que pertencia ao reino de Textcoco, no Mxico.

                                                 Existem documentos eclesisticos, datados do sculo XVI, que fazem parte de importante processo cannico, onde j se pedia aprovao para celebrao da festa de Nossa Senhora do Guadalupe nos dias 12 de dezembro. Posteriormente aprovado e j constitudo o Processo Apostlico, constam nestes documentos importantes testemunhos de ancios (alguns com mais de cem anos de idade), que testificaram e confirmaram a vida exemplar, personalidade e fama da santidade de Juan Diego: "Era um ndio que vivia honesta e recolhidamente e que era muito bom cristo, temente a Deus e, sua conscincia, arraigada de muitos bons costumes e modos de proceder";   outro testemunho o de Andrs Juan, que dizia que Juan Diego era um "varo santo". Diversos outros testemunhos contidos naquelas informaes jurdicas atestam que, efetivamente, Juan Diego era para o povo "um ndio bom e cristo", ou um "varo santo" e somente estes ttulos bastariam para entender a fortaleza de sua fama; pois os ndios eram muito exigentes para atribuir algum membro da tribo pelo apelativo de "bom ndio" e muito menos ainda considerar sua bondade to expressiva que pudesse a chegar ao extremo da santidade.

                                                 Graas s fontes histricas pudemos conhecer as circunstncias da vida de So Juan Diego, sua famlia, suas casas, suas terras;  foi em dezembro de 1531 que Nossa Senhora do Guadalupe manifestou-se extraordinariamente a Juan Diego. Na poca era um homem j maduro, porm, batizado h muito pouco tempo pelos primeiros missionrios franciscanos, e pertencia a etnia indgena dos "chichimecas de Texcoco". A evangelizao ps conquista iniciava-se lentamente na regio, de forma que Juan Diego h poucos anos se havia convertido e batizado na f catlica. Havia sido casado com uma ndia chamada Maria Luzia e nesse tempo viviam no povoado de Tulpetlac, com seu tio Juan Bernardino. No dia 09 de dezembro de 1531 (sbado), muito cedo, Juan Diego se dirigiu Missa sabatina da Virgem Maria e ao catecismo, atendidas pelos franciscanos do primeiro convento que havia sido erigido na Cidade do Mxico.

                                                 Quando o humilde ndio chegou ao sop do monte chamado Tepeyac, repentinamente escutou cantos harmoniosos e doces que vinham do alto do cerro, e que mais pareciam cantos de aves distintas, que respondiam umas s outras, formando um concerto de extraordinria beleza. Observou uma nuvem branca e resplandecente e que se alcanava a distinguir um maravilhoso arco-ris de diversas cores. Absorto por tamanha beleza, fez para si diversas indagaes, imaginando inclusive estar sonhando, de estar presenciando o paraso. Estando neste arrebatamento, repentinamente tudo cessou, ouvindo apenas a voz de uma mulher doce e delicada, que chamava por seu nome: "Juanito, Juan Dieguito!". Sem vascilar, o santo ndio sobe o cerro e depara-se com uma formosssima donzela; aproximando-se, deu conta, com grande assombro da formosura de seu rosto, de sua perfeita beleza, de seu vestido, reluzente como o sol. Nossa Senhora dialoga com Juan Diego e lhe manifesta o pedido de que fosse construda uma capela naquele local. Disse que fosse at ao palcio do Bispo do Mxico (Juan de Zumrraga) e lhe narrasse tudo o que vira e o seu pedido, de ver ali erigido um templo. E fez ainda uma promessa a Juan Diego: Tem por seguro que muito o agradecerei e o pagarei,  pelo que enriquecerei e te glorificarei; e muito mais merecers com que eu retribua teu cansao, teu servio com que vs solicitar o assunto para o qual te envio"

                                                  Dirigiu-se, assim, Juan Diego Cidade do Mxico, onde narrou tudo o que lhe ocorrera, mas ao que o Sr. bispo acabou no dando-lhe crdito, julgando ser imaginao do ndio recm convertido, ainda que tenha sido submetido a interrogatrio. Juan Diego saiu dali muito desconsolado, ora pelo descrdito, ora por no poder atender vontade de Maria Santssima.

                                                Retornou ao local da apario e, pela segunda vez, Nossa Senhora mandou que Juan Diego fosse ter com o bispo novamente e que lhe reafirmasse o pedido. Juan Diego despediu-se de Nossa Senhora, assegurando que no dia seguinte realizaria sua vontade, indo para casa descansar. No dia seguintes (10 de dezembro), Juan Diego foi Missa, assistiu catequese e dali foi para a casa do bispo, onde os ajudantes o fizeram esperar por longo tempo, fato que j havia ocorrido na primeira visita. Ao entrar, Juan Diego aos prantos e entre lgrimas novamente comunicou a vontade de Nossa Senhora, certificando que tratava-se da vontade da Me de Deus que fosse construdo o referido templo. Desta vez o Bispo escutou com grande interesse a narrativa do ndio, porm, comeou a compreender que no podia ser que fosse apenas um sonho ou uma fantasia dele, pois contava com muita convico o que presenciara, detalhando as mensagens de Nossa Senhora. O bispo,  para certificar-se de tudo o que escutara de Juan Diego, pediu que lhe fosse dado um sinal. Juan Diego saiu dali e disse que falaria com Nossa Senhora e, ps-se a caminho. Em seguida, o bispo mandou pessoas de sua inteira confiana para seguir e vigiar Juan Diego sem o perder de vista, a fim de saberem para onde se dirigia e com quem falava. Entretanto, aps Juan Diego atravessar uma ponte, onde passava um rio, perderam-no de vista e, apesar dos esforos, no conseguiram mais encontr-lo. Os serventes, j exaustos com o suceder dos acontecimentos, decidiram regressar ao bispo e lhe disseram que Juan Diego era um farsante enganador e mentiroso; sugeriram, inclusive, que Juan Diego deveria ser castigado caso retornasse para lhes importunar com a histria.

                                                Enquanto isso, Nossa Senhora aguardava Juan Diego. Chegando ao local, contou o que havia acontecido na casa do bispo, e que o mesmo  havia pedido um sinal para que pudesse dar crdito sua mensagem. Maria Santssima, agradecendo o empenho de seu mensageiro, pediu para que retornasse no dia seguinte (11 de dezembro), quando daria o sinal, solicitado pelo Bispo. Ocorre que Juan Diego no pde retornar ao local no dia seguinte, pois seu tio Juan Bernardino, a quem amava como se fosse seu prprio pai, achava-se gravemente enfermo;  era portador de uma doena que os ndios chamam Cocoliztli. Procurou por um mdico, mas no conseguiu encontrar nenhum na cidade. Era j madrugada de 12 de dezembro, quando o tio rogou ao sobrinho que se dirigisse ao Convento de Santiago, em Tlatelolco, para chamar um dos religiosos para confessar-se, uma vez que estava consciente de que lhe restava pouco tempo de vida. Juan Diego saiu para cumprir a vontade do moribundo e dirigiu-se com muita pressa ao convento. Chegando, porm , nas cercanias do stio onde lhe apareceu Nossa Senhora, decidiu, na simplicidade de seu corao, que era-lhe melhor desviar o caminho, rodeando o cerro de Tepejac pela parte oriental, a fim de eventualmente no se entreter com Nossa Senhora, pois que queria chegar o mais breve possvel no convento. Pensou consigo, que mais tarde voltaria para conversar com Ela sobre o sinal que iria pedir para levar ao Bispo.

                                                Ocorre que nesse momento, Maria Santssima desceu o monte e veio ao encontro de Juan Diego, com estas palavras: "O que se passa com o mais pequeno de meus filhos? Aonde voc vai, para onde te diriges?". E o ndio, muito angustiado, conta-lhe as suas aflies, da grave enfermidade do tio amado, e a pressa em procurar-lhe um padre, pois que poucas horas de vida lhe restavam. Pediu diversas vezes perdo por no ter vindo no dia anterior, e que lhe tivesse um pouco de pacincia, pois que retornaria com toda pressa logo que pusesse trmo s ultimas necessidades do tio. Nossa Senhora ouviu com muito carinho as desculpas do ndio e lhe compreendeu perfeitamente o grande momento de angstias, tristezas e preocupaes que vivia Juan Diego, momento em que a Me de Deus lhe dirige as mais belas palavras, as quais lhe penetraram profundamente:

                                                "Escuta, pe em teu corao, meu pequeno filho, que nada te assuste, que nada te aflija; que no se perturbe teu rosto, teu corao; no temas esta ou outra enfermidade ou aflio. No estou aqui, eu que sou tua Me? No ests debaixo de minha sombra e proteo? No sou a fonte de tua alegria? No ests sob o meu manto, na cruz dos meus braos? Tens necessidade de alguma outra coisa? Que nenhuma outra coisa te perturbe ou aflija; no te oprimas com a enfermidade de teu tio, porque ele no morrer agora. Tenha certeza que ele j est bom". Neste preciso momento, Maria Santssima encontrou-se com o tio Juan Bernardino, restituindo-lhe a sade, e disto conversaria posteriormente com Juan Diego. J consolado com as palavras de Nossa Senhora, Juan Diego disse estar pronto para levar o sinal ao Bispo. A Virgem Santssima, mandou que Juan Diego subisse ao cume do cerrilho, onde haviam se encontrado, e mandou que l juntasse as mais variadas flores, mandando que logo descesse e que as trouxesse sua presena. Ele sabia que no local s haviam abrolhos e espinhos, alm do que o frio era intenso e naquele momento, geava. Mesmo assim, com toda a convico subiu o cerro e quedou-se admirado diante do precioso jardim de lindas flores variadas, frescas, exalando um odor suavssimo; e estendendo a tilma maneira indgena, comeou a cortar quantas flores pode, juntando-as todas sobre sua tilma. Desceu o monte e depositou as flores aos ps de Maria Santissima. Ela tomou em suas mos as flores e colocou-as novamente no vo da tilma e em seguida mandou que Juan Diego levasse o manto presena do Bispo. Pediu que lhe contasse detalhadamente o que ocorrera naquele lugar.

                                                   Juan Diego chegou a casa do bispo e suplicou ao porteiro e aos demais empregados que dissessem que desejava v-lo; mas ningum o quis faz-lo; alguns fingiam que no o entendiam, outros alegavam que j era tarde da noite, e outros que no o conheciam e diziam que no mais os importunassem. Juan Diego esperou por muito tempo, de forma que os empregados, vendo que no saia dali, esperando que o chamassem, observaram que carregava algo em sua tilma e se aproximaram para ver o que trazia; Juan Diego acabou no podendo ocultar, pois os empurres poderiam maltratar as flores, momento em que disse que abriria somente um pouquinho a tilma, e assim o fez. Neste momento, viram que eram flores, que desprendiam um perfume maravilhoso. E cada um queria tirar para si quantas pudessem e, por trs vezes o tentaram, mas no puderam, porque quando concretizaram o intento, j no podiam mais ver as flores como viram, porque agora j a viam como se estivessem ora pintadas, ora bordadas, ora costuradas na tilma. Imediatamente foram dizer ao Bispo o que haviam testemunhado;  O bispo parecia compreender que Juan Diego portava a prova que havia pedido e mandou que ele entrasse. Juan Diego, entrando, prostrou-se em sua presena, como j  havia feito antes, e contou o que ocorrera na  colina Tepejac, momento em que entregou o sinal de Maria Santssima, estendendo sua tilma, caindo em solo as preciosas flores; e seu viu na tilma, admiravelmente pintada, a Imagem de Maria Santssima, como ainda se v hoje e se conserva no santurio de Guadalupe. O bispo Zumrraga, junto com sua famlia e o servos que estavam ao seu redor, sentiram uma grande emoo, no podiam acreditar no que seus olhos estavam contemplando: Uma formosssima imagem da Virgem Me de Deus, Senhora do Cu. O bispo, com pranto e tristeza, rogou e pediu perdo por no haver realizado sua vontade, sua palavra. Ao se colocar de p, o bispo desatou da tilma o colo de Juan Diego e a colocou em seu oratrio.

                                                Mais tarde, a imagem foi levada com grande triunfo grandiosa Igreja na colina de Tepejac, construda conforme o pedido da Virgem. 

                                                A partir disso, Guadalupe tornou-se o grande santurio nacional do Mxico, visitado continuamente pelas multides de fiis, que a Maria Santssima recorrem em todas as suas necessidades. A devoo a Nossa Senhora de Guadalupe se estendeu sobre toda a Amrica Latina, e numerosas so as igrejas que trazem o seu nome.

                                                A partir da, a evangelizao do Mxico tornou-se avassaladora, sendo destrudos os ltimos resqucios da brbara superstio dos astecas, que escravizavam outros povos e sacrificavam seus prprios filhos em rituais sangrentos.

                                                Em 1910 So Pio X proclamou-a Padroeira da Amrica Latina e, em 1945, Pio XII deu-lhe o ttulo de "Imperatriz da Amrica".

                                                O Papa Joo Paulo 2, em 30/07/2002 canonizou, na Baslica de Guadalupe, na Cidade do Mxico, Juan Diego, primeiro ndio da Amrica a se converter em santo, em uma cerimnia presenciada por milhares de indgenas.

                                               A canonizao de Juan Diego considerada um ato histrico para a Amrica Latina, pois se trata do primeiro ndio americano a se converter em santo catlico.

                                               O Mxico, com 102 milhes de habitantes, tem cerca de 12 milhes de indgenas, em sua imensa maioria pobres e marginalizados. 

                                               Foi a sua 97  viagem internacional do Papa. Mais de 100 mil pessoas receberam Sua Santidade com autntico fervor popular, depois de uma recepo oficial mais rigorosa no hangar presidencial, comandada pelo presidente Vicente Fox e a primeira-dama.

                                             "Queridos mexicanos: graas a vossa hospitalidade, por vosso afeto constante, por vossa fidelidade Igreja. Continuai sendo fiis. Sede santos", declarou o Papa.

Orao a So Juan Diego

So Juan Diego, graas pela mensagem evangelizadora que com humildade nos transmitistes; louvando a ti sabemos que a Virgem Santssima de Guadalupe a Me do verdadeiro Deus por quem se vive e a portadora de Jesus Cristo, que nos d o seu Esprito, que vivifica nossa Igreja. Graas a ti, sabemos que Santa Maria de Guadalupe tambm nossa Me amorosa e compassiva, que escuta nosso pranto, nossa tristeza; porque Ela trata e cura nossos sofrimentos, nossas misrias e dores. Graas ao obediente cumprimento de tua misso sabemos que Santa Maria do Guadalupe nos colocou em seu corao, que estamos embaixo de sua sombra e proteo, que a fonte de nossa alegria, que estamos cobertos por seu manto e na cruz de seus braos.

     Obrigado So Juan Diego por esta mensagem que nos fortifica na paz, na unidade e no amor. Amm

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NOTA: A histria de So Juan Diego, acima digitada,  um resumo da histria completa contida no Site Oficial da Virgem de Guadalupe - Mxico -  https://virgendeguadalupe.org.mx/ - Original em espanhol, traduzido e digitado para o portugus, em compndio,  por Pgina Oriente. 

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