So Leo I (O Grande), Papa

Comemorao litrgica: 11 de abrilTambm nesta data: Santo Estanislau; Santa Gema Galgani e Santo Isaac

 

So Leo I (Pontificado:   440 - 461)

So Leo, clebre  na histria da Igreja pelo profundo saber, pelas grandes e extraordinrias virtudes e principalmente pelo brilhante governo que fez, como chefe supremo da cristandade, era natural de Roma.  Bem cedo, quando ainda fazia  os estudos, pode-se  observar-lhe um talento fora do comum, como de fato se distinguiu entre os  condiscpulos, sendo entre  eles um homem  que ocupava o primeiro lugar. Considerando  as cincias profanas o acesso para as divinas, com  sua aquisio no se contentou,  dedicando-se  depois ao estudo da teologia e dos livros sacros. 

Feito sacerdote, o Papa  Celestino, conhecendo de perto  o grande valor cientfico e  moral do jovem eclesistico, ocupou-o logo nos trabalhos administrativos. Por diversas  vezes Leo se desempenhou de  cargos dificlimos, como delegado  apostlico.    Foi Leo   que descobriu as tramias  hipcritas, que o pelagiano  Juliano  fazia para obter  a  readmisso  no grmio da Igreja.  

Quando em 440  Xisto III morreu, por unanimidade de votos, foi Leo eleito Papa. O novo Pontfice,  conhecendo  bem a grande responsabilidade que um chefe da Igreja tem, em longas e fervorosas  oraes se preparou para os trabalhos deste novo cargo. Roma  foi o primeiro campo de  sua ao apostlica. Pela orao, pela  palavra e pelo exemplo, trabalhou na elevao dos costumes. s  outras dioceses, dentro e fora da Itlia dirigiu mensagens  episcopais, todas  elas  documentos de  piedade, zelo e prudncia. No   estava muito  tempo sentado   no slio  pontifcio, quando comeou  a  campanha contra as  heresias, que por toda a parte se  levantaram. Eram os maniqueus, os arianos, donatistas, priscilianistas e pelagianos que, quais  lobos famintos procuravam infestar  o rebanho de Cristo.  Em numerosas circulares dirigidas aos bispos, exortou-os  a serem vigilantes, indicou-lhes o modo  e  os meios de combaterem as  doutrinas errneas e em  diversos  conclios, entre  estes,  no clebre  conclio de Calcedon, foram  discutidas e condenadas  as  seitas, que  deturpavam  a doutrina sobre a  encarnao de Cristo.  

Prova  do seu esprito  justiceiro que no conhecia acepo de pessoas, deu numa questo litigiosa entre bispos  glicos, que tinham invocado sua interveno.   No seu julgamento nem poupou a  Santo Hilrio, cujo  rigor  excessivo  com os  bispos  subalternos reprovou. 

Enquanto Leo com todo empenho, procurava  afastar do rebanho de Nosso Senhor a  peste do erro, a Europa sofria uma das maiores calamidades que a histria conhece: A invaso dos Hunos, chefiados  por tila, que a si prprio se chamava o  aoite de Deus.  A devastao, o incndio, pilhagem e a morte marcavam as passagens das terrveis  hordas  asiticas. Apavorados,  fugiam os  povos    aproximao delas, para  no serem  vtimas da crueldade  inaudita dos  brbaros.  tila, sem achar resistncia pode atravessar  o sul da Rssia, a ustria  e  a Alemanha.  Tendo chegado aos  campos  catalanicos, na Frana  achou quem lhe fizesse frente, e seu exrcito foi derrotado. Mudando de rumo, teve a  inteno de  tomar Roma e  com este fim, invadiu a Itlia. Leo convidou  os fiis orao e penitncia, implorando assim  o auxlio divino. tila tinha chegado  j o Ravenna, e os romanos tremiam, na expectativa   da cidade sofrer uma invaso.  Leo foi ao encontro do tirano, o qual, contra o que se poderia esperar, o recebeu com honras e sinais de respeito. tila  prometeu pr  trmo obra devastadora e  contentar-se com o pagamento de  um tributo. Posteriormente, perguntado  porque  se  curvara  diante de um sacerdote indefeso, respondeu:  "No me curvei diante de uma pessoa, mas diante de  um ser  sobrenatural, que vi ao seu lado ameaar-me com uma espada  flamejante".  tila  retirou-se  para a  Pannia, onde pouco tempo depois morreu. 

A vitria que Leo alcanou sobre tila, no lhe foi possvel obter, um ano depois, sobre Genserico, rei dos Vndalos e  ariano que,  s  instigaes da imperatriz  Eudxia, invadiu a Itlia e  saqueou Roma.  Leo  apenas conseguiu salvar  a  cidade do incndio e  as  igrejas da profanao. Genserico  respeitou  a  vida dos cidados  romanos, mas entregou muitos  escravido. 

Os horrores  que Roma sofreu, com a  invaso dos Vndalos, Leo  atribuiu-os   vida dissoluta e    ingratido dos romanos. Leo reinou vinte e um anos. Foi  um dos  mais  gloriosos  pontificados, devido sabedoria, prudncia e piedade do santo Pontfice. 

Deste grande  Papa possumos  101  alocues e 141  circulares, documentos  preciosos, que provam cabalmente que a  doutrina catlica no sculo quinto era idntica dos nossos  dias.  Leo o Grande, morreu no ano de 461. 

REFLEXES: 

Com franqueza apostlica So Leo apontou a ingratido e os pecados dos habitantes de Roma, como causadores da  grande desgraa da  invaso dos Vndalos.  No  outros motivos de muitos  sofrimentos e calamidades, que caem  sobre uma  nao, uma sociedade ou famlia. Deus castiga o pecado e  a ingratido.  "  certo  -  diz  So Jernimo -  que fome, guerra, epidemia  e  outros  sofrimentos, so conseqncias  dos nossos  pecados".  A Sagrada  Escritura confirma esta verdade, com numerosssimos  exemplos. A histria do povo judeu a prova mais patente da reao da  justia divina, que castiga o mal e recompensa o bem. Os Judeus  conheciam muito bem esta ttica  divina.  "No fomos obedientes aos  vossos  mandamentos -  diz o piedoso Tobias - eis porque  estamos  entregues ao saque, ao cativeiro e  morte e  para servirmos de fbula e de  escrnio a  todas as naes, por entre as quais  nos espalhastes".  (Tob 3,4). Para afastar de  ns  os  castigos de Deus, devemos recorrer  penitncia; porque  s a penitncia deve  remover o pecado, a virtude deve santificar a  nossa vida, a orao deve  unir-nos a Deus. 

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 Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.