So Lcio, Papa e Mrtir

Comemorao litrgica: 04 de maro.   Tambm nesta data:  Santos Arcdio e Eugnio; So Casimiro

                     

Pontificado:  253 a 254

 

                                                   So Lcio foi o sucessor de So Cornlio, e  figura como o 22 Papa da Igreja.   Seu predecessor havia enfrentado  srios obstculos diante do  cisma  perpetrado por Novato, um presbtero que arrebanhou adeptos numa luta aberta contra a sua eleio, de forma que chegou a  proclamar-se Papa, mas acabou sendo excomungado e  declarado anti-papa aps a convocao de um Conclio. Sucede que, diante das  intensas perseguies do imperador Galo, o legtimo Papa acabou sendo exilado e finalmente decapitado por no sacrificar aos deuses pagos.  

                                                   O mesmo imperador, movido por cruel fria,  empreendeu intensas perseguies ao novo Papa So Lcio,  que recebeu  apoio de So Cipriano atravs de  diversas  cartas de consolo e f.   O imperador Galo viria a morrer alguns meses  depois num combate contra um general rebelde de nome Emiliano.  Sucederia a  ele  o imperador Valeriano que, a princpio, mostrou-se cordial com os cristos, o que facilitou o regresso do Papa Roma.  

                                                   Os sequazes do anti-papa Novato, semeando ainda  a confuso e o erro sobre o rebanho,  investiam contra a santa doutrina, o que foi duramente combatido por so Lcio.  Havendo, por isso, a iminncia de  um clima negligente por parte rebanho e tambm dos clrigos, prescreveu importantes  normas cannicas, dentre as quais a proibio  referente convivncia de clrigos e mulheres religiosas em habitao comum, o que era usual na poca.  Estendeu, da mesma forma,  o veto aos leigos, julgando no ser conveniente aos catlicos este tipo de convivncia, salvo se as  pessoas do sexo oposto fossem familiares ou de parentesco muito prximo.  Decretou tambm que o Papa, em suas viagens apostlicas,  deveria estar acompanhado de no mnimo, trs diconos e  pelo menos dois sacerdotes. 

                                                   Seu pontificado durou apenas  oito meses.  So Lcio possua diligente zelo apostlico e pela f desejava ser martirizado como seus predecessores e inmeros cristos, que tombaram sustentando a verdadeira doutrina. Preservado por Deus do martrio de sangue,  teve morte natural, porm agnica. As doenas e  complicaes que culminaram em  seu falecimento,  foram conseqncias  das aflies decorrentes das perseguies que sofreu.  Da o motivo da Igreja ter-lhe conferido o honroso ttulo de Mrtir. 

                                                   Suas relquias  encontraram repouso ao lado de outros novecentos santos mrtires, nas catacumbas de Santa Ceclia.  


Reflexes: 

A Rocha  sobre a qual  Cristo edificou sua Igreja,  a Ctedra de Pedro,  firme  e inabalvel. Ali os  passos  do Mestre  foram  seguidos  com plena  fidelidade e amor irrestrito.  A histria dos mrtires representa a mais convicta  demonstrao da f em grau elevadssimo,  formando uma slida base referencial aos cristos do mundo moderno. 

Estamos ns, assumindo corajosamente nossos compromissos catlicos em sua mxima  extenso?   Espelhemo-nos no exemplo fecundo que os mrtires nos deixaram por herana. Em meio provaes e tribulaes, gozavam da absoluta paz em Cristo. Paz eterna que o mundo temporal no compreende, porque ostentado em iluses terrenas. O catlico autntico,  assume  todo e qualquer tipo de risco no plano da salvao: Perseguies,  aflies, sofrimentos, desprezo, enfim todas as mortificaes eventuais, ocasionais ou propositais. Na hora do perigo, do medo, ou da dvida,  o Esprito Santo tratar de cuidar de ns, imprimindo as convices outrora reveladas a So Paulo, e hoje a ns:  

"Quem nos separar do amor de Cristo?  A  tribulao?  A angstia? a Perseguio? A fome? A nudez?  O perigo?  A espada?  Realmente est escrito:  'Por amor de ti somos entregues morte o dia inteiro;  somos  tratados como gado destinado ao matadouro' .  Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem qualquer outra criatura nos poder apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, Nosso Senhor" (Rom 8, 35 -39).   

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 Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.  Outros dados contidos na linha de base da relao dos Papas.