So Martinho I , Papa e Mrtir

Comemorao litrgica: 19 de abril.   Tambm nesta data:  So Mrcio e So Quintiliano

 

 

Pontificado: 649 a 655

 

                                                     De descendncia Toscana e antigo nncio em Constantinopla, So Martinho foi consagrado sem espera de confirmao imperial, representando uma das primeiras manifestaes da independncia do poder de Roma, ante o cesarismo  oriental.  Tal atitude iria ser causa de srias investidas do ento imperador Constncio II.  Eram tempos difceis, j que a heresia tambm procurava estabelecer-se pela infiltrao no seio da Igreja.  De grande personalidade, o Papa Martinho I j deparava-se com situao pr-figurativa do calvrio que ira atravessar em defesa da esposa de Cristo.  No deixando-se assombrar pelas srias feies que a circunstncia tenebrosa lhe impunha, to logo assumiu o trono pontifcio,  convocou o Conclio de Latro para pr termo s influncias e idias malignas da heresia monotelista.  

                                                      Seu pontificado est ligado luta pela defesa da doutrina catlica sobre a existncia de duas naturezas em Jesus Cristo, contra a referida heresia, sustentada pelo Patriarca de Constantinopla e favorecida pelo Imperador. Durante o Conclio, Martinho condenou veementemente o erro dos Monotelistas. A reao imperial foi extremamente severa. Constncio ordenou que o exarca Olmpio tomasse as providncias necessrias para matar o Papa. E assim,  dirigindo-se Igreja de Santa Maria do Presepe, exatamente durante a Santa Missa que o litor encarregado, no momento de cometer o crime, ficou cego repentinamente,  no sendo possvel concretizar o plano maquinado.

                                                     A partir disso, graves calamidades vieram sobre a pessoa do Imperador que, mesmo assim,  no o fizeram mudar das suas malignas intenes. Ordem deu, desta vez,  ao exarca Teodoro Calopas de Ravena para se apoderar da pessoa do Papa e lev-lo a Ilha de Naxos, ordem que teve o seu cumprimento. Dali,  foi trasladado para Constantinopla, onde foi submetido aos mais humilhantes vexames e encarcerado e durante um dia inteiro, alm de exporem seu leito ao escrnio do povilu. Noventa e trs dias passou entre as quatro paredes de uma priso, para depois, despojado das suas vestes pontifcias e algemado, ser deportado para o Chersonesco, onde morreu no maior abandono. Seus restos mortais foram levados para Roma, onde foi sepultado como verdadeiro mrtir, junto Igreja de So Martin. 

R E F L E X E S

Que exemplo grandioso de fidelidade a Deus na defesa da Igreja, nos deixa este grande Santo!  Conhecedor da sua eleio e de suas atribuies divinas, ainda que em ambiente terrvel, no decepcionou o povo de Deus na dura luta que travou  contra as foras exteriores e interiores,  estas certamente piores do que as primeiras. Unidos ao poder Satans, o imperador e os hereges agregaram foras para derribar com violenta humilhao o Papa que, revestido da graa de Cristo,  perpetrou  grande luta contra a heresia e contra a tirania.  Aos olhos do mundo, So Martinho foi esmagado pelo sdico interesse das coisas terrenas. Aos nosso olhos, porm, saiu vitoriosamente vencedor para honra e glria de Deus e da Igreja. A coragem de So Martinho, sua envergadura moral, so exemplos que empolgam e verdadeiramente fortalecem nossa f, nossas convices, nossos princpios catlicos.  Foi sobre estes homens, verdadeiras sapatas de concreto firme, que a estrutura da Igreja foi sendo edificada, com a graa de Deus, a Luz  do Esprito Santo e a proteo maternal de Maria Santssima. 

dia de pedir a coragem de So Martinho e sua intercesso,  que enfrentou situao grave em outras circunstncias, mas  no em terreno menos terrvel que o nosso.  Hoje, mais do que nunca,  surgem de todos os lados diversos conceitos, pensamentos e idias absolutamente inconcebveis, extravagncias, uns ritos estranhos e outros absurdamente escandalosos,  perverses e imoralidades de todo o gnero. Sem falar nas aberraes patrocinadas pelo Estado, que faz apologia de recursos condenados pela Igreja para difundir o amor livre entre os jovens, como pretexto de prevenir doenas. Pior, apoiados por uma imensido de catlicos, inclusive, alguns religiosos rebeldes.   No so agressivos, mas passivamente amveis,  pregam o erro e nele vivem alegremente;   a eles parece que o mundo est muito avanado para um Papa muito retrgrado. Querem mudar a Igreja, no querem se deixar mudar por ela.  Via de regra, de forma sutil ou escancarada,  sempre apresentam-se com pele de ovelha.  Estas coisas que a mdia produziu,  j fazem parte da vida moderna e a grande tentao a de assimilarmos essas idias, ora por respeito humano, ora por covardia. Circunstncia que parece nos atrofiar o sentido de reao interior.  Estamos na era do todo mundo faz, ento eu tambm fao... ou todo mundo pensa assim, ento eu tambm penso...  ou ainda oras, mas que mal h nisso?.  E nesse mundo nossos filhos esto sendo criados, mundo onde os pais no reagem, no vigiam, no repreendem,  no usam mais os chinelos nem as palmadas;  tudo permitido s nossas crianas, aos nossos adolescentes. No se pode mais "afront-las, traumatiz-las", no se pode mais violar seus direitos.    Quem se abraa essa desgraada rotina ou dela faz campanha , est  prestes a perder no s o prprio rumo, mas a sua salvao. Oferecendo s prprias crias a taa da amargura,  arrastam-nas para o abismo da perdio.  Conosco no deve ser assim! Devemos reagir veementemente, no com gritarias ou protestos,  mas com muita orao e recolhimento, especialmente dando exemplo de boa conduta e indicando o caminho da virtude.  Se porventura surgir a dvida,  a incerteza ou a perplexidade, voltemos nosso olhar  a Roma, onde est o Papa. Cumpramos o que ele diz,  vivamos o catecismo, a s doutrina, sem questionamentos.

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Referncia : Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.