So Pio I, Papa e Mrtir

Comemorao litrgica: 11 de julho     Tambm nesta data So Bento; Santo Olivrio Plunket e Santa Olga  

 

Pontificado 142 a 155

 

                                              A Igreja  comemora no dia  11 de julho  a  festa  de  So Pio I,  sucessor  de  Santo Higino.  Era natural de Aquilia,  cidade situada ao norte da Itlia. Seu pai, Rufino, o educou na religio crist, enviando-o posteriormente a Roma para aperfeioar-se na instruo das letras e da Santa Religio.  Desenvolveu-se to bem nas santas virtudes que acabou sendo admitido em um colgio de clrigos regulares, onde sobressaiu-se extraordinariamente pelo seu zelo e caridade.   O Papa Santo Higino, a quem sucederia aps o martrio,  durante seu pontificado o consagrou bispo regional, exercendo funes de coadjutor no governo da Igreja.  Foi por isto que So Pio  acompanhou de perto as lutas  empreendidas  contra as  heresias de Valentino e Marcin,  que culminou no martrio de Santo Higino. Ele  mesmo j lhe havia instrudo na vigilncia pastoral,  a fim de que zelasse para que a  semente do erro no se deixasse vingar em solo sagrado.  

                                              Aps o martrio de Santo Higino, os fiis romanos submeteram-se a  trs  dias consecutivos de jejum e intensa orao para a escolha do novo Pontfice.  Eleito So Pio I,   assumiu com humildade e f todas  suas  atribuies  divinas.  Testemunha  ocular das investidas do inimigo,  assumiu certo de que encontraria os mesmos obstculos de seu predecessor,  aceitando o comando com a conscincia de que tambm deveria receber o prmio do martrio.  

                                              Com muita determinao e empenho apostlicos, prosseguiu condenando as heresias de Valentino e Marcin,  que continuava  infestando a cidade de Roma com sua doutrina maligna. Do  trabalho j empreendido anteriormente  por Santo Higino, conseguiu finalmente impedir que o erro se alastrasse danosamente. Seu sucesso provocou o dio de alguns magistrados gentis que o denunciaram, mandando ao crcere, onde foi submetido a  uma srie de tormentos, tendo em seguida sido finalmente degolado.    

                                              Foi ele  o primeiro dos Papas  a  estabelecer  que  a celebrao da Pscoa,  se  desse no primeiro domingo aps a  lua cheia de maro.  Proibiu tambm, com graves penas,  a  transferncia dos bens da  Igreja.  Da mesma forma, coibiu a  negligncia dos  sacerdotes na  celebrao dos divinos ofcios e  na  administrao da Eucaristia.  Seu irmo Hermas,  logo aps seu martrio,  escreveu um livro intitulado "Pastor", um dos  mais antigos documentos dos Padres  Apostlicos. 

Reflexes:

Quem constante na f,  certamente vai encontrar inmeros obstculos no curso da vida. A caminhada do cristo, reflete uma sucesso de provaes e  percalos, que s podem ser superados e vencidos mediante muita orao,  penitncia e perseverana. A perseverana implica em testemunho dirio. E foi nesse perseverante testemunho, que os  mrtires morreram em defesa da f. Ns,  catlicos, deveramos nos envergonhar,  pelas queixas injustas dirigidas contra Deus nos primeiros sinais de provao.  Quem no carrega sua cruz com resignao e pacincia, no pode intitular-se seguidor de Cristo. Quem procura afastar-se da cruz e busca a qualquer custo a felicidade ainda nesta vida, no assimilou o significado do sofrimento e no entendeu direito a mensagem do Evangelho.  

A salvao da humanidade veio atravs da Paixo e morte de Cristo na Cruz.  Nossos Papas e  milhares de  seguidores, derramaram seu sangue pela  salvao do mundo. Quem costuma fazer muita propaganda de milagres estupendos, curas sensacionais,  sucesso financeiro e  felicidade na vida,  so as seitas que visam arrebanhar adeptos explorando necessidades terrenas, em contradio com o prprio Evangelho, que s mostra o caminho das coisas celestes.  Jesus Cristo veio para a salvao das almas, no para a salvao do corpo. Veio para nos saciar com o Po do Cu,  no nosso estmago.  Morreu na cruz por causas divinas e no por causas terrenas.  

O nascimento, a sade, a paz na famlia,  nosso emprego, a  comida sobre a mesa,  a boa morte, so exemplos de prodgios espetaculares que Deus concede humanidade, desde a aurora at o pr do sol. Se temos necessidades temporais,  devemos pedir, pois Ele mesmo nos ordena isso. Mas, na provao, lembremo-nos da orao do Pai-Nosso: "Seja feita a Vossa vontade";   e tambm das palavras de Jesus no horto:  "Pai, se de teu agrado, afasta de mim este clice! No se faa, todavia, a minha vontade, mas a tua" (Lc 22,42).  Seja na alegria ou na tribulao, seguremos na mo de Nossa Senhora e  reclinemos nossa cabea sobre as chagas de Jesus crucificado.  Nesta perseverante entrega, o Senhor providenciar o melhor para ns, mesmo que o resultado no nos parea favorvel. Esta confiana que traduz a verdadeira f, capaz de transportar montanhas, capaz de produzir milagres extraordinrios.  

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Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.