So Teodsio, Monge

Comemorao litrgica: 11 de janeiro.  Tambm nesta data: Santo Higino, Papa e Mrtir, So Slvio e Santa Honorata

 

Mogariasse, na Capadcia, a terra onde, em 424, de pais piedosos, nasceu Teodsio, cuja vida foi escrita por Teodoro, seu discpulo.   Os frutos da boa educao que dos pais recebera, no tardaram a aparecer. Ainda muito jovem, foi escolhido a  fazer a  leitura pblica, por ocasio da  santa Missa. Assim adquiriu um conhecimento mais profundo dos Livros Santos, e cada vez mais se lhe acentuou  no corao o desejo de santidade e  do desapego neste mundo. 

Lendo freqentes vezes a histria do patriarca Abrao,  sempre o impressionava a ordem  que este santo varo recebera de Deus, de abandonar sua terra e  famlia, e procurar outras paragens.  A mesma  ordem parecia-lhe ser dada. Antes, porm, de  tomar uma resoluo definitiva a  este respeito, fez uma viagem Terra Santa, onde visitou os Santos Lugares.  Nesta ocasio, passou  pelo lugar onde se achava  So Simeo Estelita.  O grande penitente, sem o ter visto antes, chamou-o pelo nome  e disse-lhe que Deus o tinha escolhido para ser instrumento da santificao de muitas  almas.   O resultado dessa visita aos Santos Lugares, em Jerusalm,  foi a resoluo de  dedicar-se vida religiosa, no convento.  

Prximo a torre de  Davi, morava  um santo eremita, de nome  Longino, cuja santidade  estava na boca de todos. direo daquele  homem Teodsio se confiou, e  em pouco tempo fez tanto progresso na santidade, que lhe foi oferecida  a  provedoria de uma igreja de Nossa Senhora, que uma piedosa mulher tinha construdo, no caminho que vai para Belm. Teodsio aceitou o cargo, em obedincia ao superior.  

Como as freqentes e  numerosas  visitas o aborrecessem, Teodsio retirou-se para a solido duma  gruta,  onde viveu trinta anos, entregue s prticas  da mais austera penitncia.  A fama  da sua santidade atraiu tantos moos, desejando viver em sua companhia, que Teodsio, sem que o tivesse  planejado organizou  o regulamento da comunidade, de que veio a ser superior. Ao lado do convento, Teodsio fez um albergue para peregrinos  e um hospital. Este ltimo, mereceu-lhe especial cuidado, e foi teatro de  sua caridade. Podia faltar-lhe  tudo, menos  a  confiana ilimitada na Divina Providncia. De fato esta nunca o abandonou, como provam acontecimentos que evidentemente mostram a interveno do auxlio de Deus, em ocasies de grandes embaraos. 

Como a caridade era  excepcional  a  humildade do servo de Deus. Encontrando uma vez dois discpulos em forte  rixa, ps-se de joelhos entre eles, fazendo-os lembrar das leis da  caridade, e no se levantou enquanto no fizeram as pazes.  

Em certa ocasio se viu obrigado a  excluir  um dos religiosos, por um grave delito que o mesmo cometera. Em vez de sujeitar-se e  aceitar o justo castigo, rebelou-se o religioso contra o superior, cobrindo-o de injrias, dizendo afinal, que este  era o culpado de tudo e por isso era ele quem merecia ser expulso.  Teodsio nenhuma resposta deu ao pobre transviado; pelo contrrio, ouviu com toda a calma os improprios do sdito, como se este tivesse toda a razo. Mais depressa do que se esperava, o religioso se converteu e pediu perdo ao superior. 

Pelo fim da vida, Teodsio sofreu as perseguies do imperador  Anastcio, por no ter querido sujeitar-se s insinuaes do mesmo, na questo de uma heresia que se tinha levantado, e de que o monarca era o fautor.  Teodsio ops-se energicamente a esta corrente  perniciosa, o que lhe importou a expatriao. O exlio deu-lhe pouca durao.  Anastcio morreu e Teodsio pode voltar, vivendo ainda onze anos. 

Reflexes: 

So Teodsio avisava aos discpulos para que fizessem caridade, lembrando-os da morte. A lembrana da morte de fato um meio poderoso de abster-nos das prticas do mal e operar o bem. Se fores tentado para o pecado, o pensamento:  "se pecar e  morrer no pecado, estarei perdido para sempre" far com que  oponhas maior  resistncia  tentao.  Se chegaste a pecar, outra vez a  lembrana da morte, que te  convida  a fazer boas obras, obras de penitncia, levar com pacincia a tua cruz. Lembra-te da morte e  jamais pecars.  

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 Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.