Santa Zita

Comemorao litrgica: 27 de abrilTambm nesta data: Santo Anacleto, So Tertuliano e So Joo, Abade.

 

 

 

Natural de  Montesegradi (Itlia), filha de  pais pobres mas honestos e piedosos, nasceu Zita em 1212 e, graas slida educao que recebeu na casa paterna, bem cedo seguiu o caminho da  virtude e da  perfeio crist. Zita era uma menina,  por sua mansido e modstia de  todos querida.  Educada no santo temor de Deus, pouco falava, tanto mais trabalhando  e conservando sua alma em constante recolhimento. Tendo doze anos, se empregou na casa  de  um nobre, senhor de  nome Pagano di Fatineli, que residia perto da igreja de So Fridigiano, na cidade de Luca. Bem cedo, antes dos outros levantarem-se, ia igreja assistir missa. hora marcada infalivelmente se  achava  no seu trabalho. 48 anos serviu Zita quela famlia, sempre com a  mesma pontualidade e dedicao. 

"Quatro so as principais qualidades, que uma  empregada deve ter - costumava ela dizer : temor de Deus, obedincia, fidelidade e amor ao trabalho".  Zita possua  todos estes predicados no mais alto grau. 

O que  nela mais se admirava, era a pacincia e o bom humor, que a acompanhavam  em toda a  parte, e a submisso a seus  patres, mesmo nas condies mais difceis. O tempo que lhe restava de seus afazeres, empregava-o com oraes e boa leitura, no deixando nunca de elevar seu esprito a  Deus tambm no meio do trabalho.  

Zita fugia dos divertimentos profanos;  tanto maior  era  seu amor  orao e penitncia. O jejum e as  esmolas faziam parte de sua vida.   O cilcio o tinha em uso constante, e para dar descanso ao corpo, o leito era substitudo por umas duras tbuas. Pessoas  que a conheciam de perto, testemunharam terem-na visto  freqentes vezes em  estado de xtase. 

Fatos admirveis e  extraordinrios em grande nmero provam com quanto agrado Deus olhava para as  obras  de sua serva Zita. Certa vez, um mendigo pediu a esta um copo de vinho. Zita, no dispondo de  nenhuma  gota desta bebida para servir ao pobre, foi com o cntaro fonte, e cheio deu-o ao mendigo. Este no pouco se admirou quando, levando-o boca, provou um vinho delicioso.  

As frutas  no celeiro, a farinha na  dispensa multiplicavam-se nas mos de Zita todas as vezes que, com licena  dos patres, tirava um tanto para seus pobres. Certa ocasio, quando todos  iam assistir  missa do galo na noite de Natal, fazendo um frio intensssimo, o patro de Zita ofereceu-lhe  sua pelcia. Zita aceitou-a, mas  para d-la a  um pobre que tiritava de frio.  Disse-lhe, porm, que  no fim da missa, devia restituir. Terminada a missa o pobre no apareceu e Zita teve de voltar para casa sem a pelcia  e que lhe importou forte censura do patro.  Pelo meio dia hora do jantar, veio o  pobre, e com muitos agradecimentos entregou a  pelcia retirando-se. O patro ao ver isto, comeou a  formar conceito mais  elevado de sua empregada. 

Jamais  algum a viu encolerizada. S se  em sua presena algum se  atrevia a  dizer uma palavra que ofendesse  a virtude anglica, Zita no continha  sua indignao.  A um jovem que menos respeitosamente se atrevera a aproximar-se de  sua pessoa com malcia , aplicou-lhe uma forte bofetada, pondo imediato fim aos  seus intentos. 

Quanto Zita chegou a completar sessenta anos, quiseram seus amos alivi-la em seu trabalho, a que  a santa empregada  se  ops. 

Deus, porm,  mandou-lhe sinais indubitveis de sua prxima  morte.  Zita preparou-se ento santamente para a ltima recepo dos santos sacramentos. No dia  27 de  abril de1272, sua alma voou  para o Cu.   Neste  dia, apareceu sobre sua morada uma estrela de brilho extraordinrio. As crianas do lugar,vendo-a , exclamaram:  "De certo morreu a  Santa Zita, vamos v-la".  Seu corpo foi depositado na igreja de So Fridigiano. 

No ano de  1580 foi aberto o  tmulo e o corpo encontrado intacto. Muitos  milagres foram  registrados  no lugar de sua sepultura. Santa Zita foi canonizada pelo Papa Inocncio XII.   

Reflexes: 

A vida e  o exemplo de Santa Zita nos  mostram que possvel santificar o mundo. Condio indispensvel  para a perfeio crist   que  ns nos contentemos com a  sorte que Deus nos deu.  A palavra de Cristo:  "Meu alimento  cumprir  a  vontade de meu Pai",  deve ser lema de todos ns. No podem ser todos grandes senhores, sbios e poderosos; preciso que haja operrios, empregados e jornaleiros.   Nem tudo convm a todos.  Perante Deus todas as profisses so boas e nenhuma h que se ache excluda do amor paternal divino. 

Que os humildes e pobres no se esqueam de que na humildade e  na pobreza mais fcil se  santificar do que na riqueza e  em altas posies sociais.   

L-se na vida de  Ganfredo,  humilde e piedoso sacerdote do convento de So Bernardo, que renunciou ao  bispado de Dornik, que o Papa lhe oferecera. Depois de  sua morte  apareceu a um amigo seu e disse-lhe:  "Sou feliz:   estaria, porm,  entre os condenados, se tivesse aceito a  dignidade  episcopal". 

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Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.