Comememorao litúrgica: 06 de julho. Também nesta data: Santa Domingas, Santo Isaas
O Santo Padre Pio XII no dia 24 de julho de 1950 canonizou Maria Goretti, angelical jovem italiana e mrtir da castidade aos 12 anos. Maria Goretti, a Santa Ins do sculo XX, um modelo perfeito de amor virgindade. Em Corinaldo, pequena povoao da Itlia, a cinqenta quilmetros da Ancona, nasceu Maria Goretti, dia 16 de outubro de 1890, sendo seus pais Lus Goretti e Assuno Carlini, que chegaram a educar sete filhos, em meio de dificuldades econmicas de vida. Como bons cristos sabiam confiar na Providncia do Pai celestial, que est no cu. Em busca, de sustento, percorreram vrios povoados e aldeias, estabelecendo-se, finalmente, em Agro Pontinho, onde a 6 de maio de 1900, faleceu o pai de nossa herona. SITUAO TRGICA Naquela situao trgica, Maria Goretti, que apenas contava nove anos de idade, ajudava sua me e procurava anim-la, dizendo: - Coragem, mame! a Providncia nos guardar! A Senhora h de ver como iremos frente! E a Me com o apoio de sua filhinha transformou-se em a mulher forte da Sagrada Escritura. Aps um ano que o pai havia falecido, conseguiram colher 300 quintais de trigo e 96 de favas, mas ao fazer as contas viram que faltavam 95 liras para pagar as dvidas. Nas circunstncias de penria e misria em que viviam, ainda em vida de seu marido, para que pudessem vencer as dificuldades financeiras, uniram-se com a famlia Serenelli, composta do pai vivo, chamado Joo, com sessenta anos, e de seus dois filhos, Gaspar e Alexandre. TERRVEL BATALHA Dia 5 de julho de 1902, pela tarde, sob um calor sufocante, achavam-se Assuno, me de Maria, e Alexandre Serenelli, trabalhando no campo de favas, a guiar dois barrozze ou arados puxados por bois. Maria Goretti achava-se, porm, em casa, a costurar uma camisa, como lhe havia pedido Alexandre. Em dado momento, j premeditado, Alexandre vai visitar Maria Goretti, dando qualquer desculpa a sua me, para que ficasse sozinha trabalhando com o arado. E assim fez. Com a alma cheia de sensualidade, Alexandre chamou por Maria. E o rapaz j se havia munido de uma barra de ao de uns vinte e quatro centmetros, afiada na ponta como um estilete, e que ele deixara em uma mesa prxima. Maria comeou a tremer pois, conforme declaraes posteriores do prprio assassino, ele havia tentado seduzi-la duas vezes, e a jovem conseguira escapar de suas garras, enquanto cobria seu rosto cheio de rubor pelas atrevidas propostas que em sua inocncia no podia compreender. Alexandre, ao ver que Maria no queria acudir ao chamado, em um abrir e fechar de olhos, a tomou violentamente pelos braos, tapou-lhe a boca com a mo, arrastou-a para dentro, enquanto fechava a porta com um ponta-p. Diz o Processo Cannico que Maria Goretti, aquela dbil menina de doze anos incompletos encontrou foras, para lutar com um leo, somente para defender o tesouro mais querido de sua vida. - No! No! pecado!. . . No! . . . No! . . . Que ests fazendo, Alexandre . . . Irs para o inferno!
O MARTRIO Diante daquela defesa herica da jovem mrtir, o criminoso agarrou a barra de ao e a cravou repetidas vezes naquele corpo virginal. Maria como uma expresso que enterneceria s prprias pedras, exclamava: - Meu Deus! Meu Deus! . . . Estou morrendo . . . Mame! . . . Mame! . . . Alexandre pensou que ela estivesse morta; Maria, porm, que ainda vivia, comeou a pedir socorro a Joo, o pai do assassino. Ento Alexandre em seu furor diablico, apertou a garganta da virgem crist, desferindo novos golpes com a arma homicida, deixando-a novamente como estivesse morta. Maria conseguira a maior batalha de sua vida: conservar a virgindade! Acudiram logo Mrio e Tereza Cimarelli e outras testemunhas, e at a prpria me da vtima. - Maria, minha filha que aconteceu? Quem foi . . . Diga-me, diga-me exclamou sua me, surpreendida e emocionada. - Foi Alexandre! - E por que fez isto? - Ele queria fazer coisas ms, e eu no quis e no deixei. E o criminoso, poucas horas depois, era levado priso, entre os gritos furiosos dos vizinhos, que o queriam linchar. A pobre vtima ficou quase despedaada. Conforme o documento da autpsia, tinha quatorze feridas, nove das quais eram profundas em leses do corao, pulmo esquerdo, do diafragma, do intestino delgado, do ilaco, do mesentrio. Foi um verdadeiro milagre viver, ainda vinte quatro horas! Levaram-na para o Hospital dos Irmos de So Joo de Deus, em Nettuno. Os mdicos tudo fizeram para salvar aquela vida, a sofrer duas horas de verdadeiro martrio, enquanto durou a laparotomia, nico recurso, porque no lhe foi possvel aplicar anestesia, devido seu estado no o permitir. Naquela mesma noite, Maria foi inscrita na Congregao das Filhas de Maria osculando a medalha com verdadeira alegria, em meio dor que queimava os dbeis membros daquela terna aucena. ALMA HERICA - Maria, minha filha, voc perdoa de todo corao ao seu assassino? - Sim, perdo . . . L do Cu rogarei para que se arrependa. Ainda mais: quero que ele esteja junto de mim na eterna glria. O sacerdote que assistia aquela cena, perguntando tambm, se Maria perdoava, recebeu as mesmas respostas, e comovido derramou ardentes lgrimas de consolo. E a verdade que Maria conseguiu seu intento, porque no Processo Cannico para a beatificao aparece entre as primeiras testemunhas, Alexandre Serenelli, disposto a no afastar nenhuma humilhao de sua prpria pessoa, com tal que fosse para a glria de sua vtima e hoje sua protetora no Cu. E aquela fragrante aucena deixou de existir s 15,45 do dia 6 de julho de 1902. O seu enterro no foi um funeral, mas, sim, um verdadeiro triunfo! Os restos mortais dessa humilde camponesa italiana repousavam desde 1926 no belo mausolu de Zaccagnini, erigido para ela no Santurio de Nossa Senhora das Graas, em Nettuno.
O AGRESSOR - PRISO, CONVERSO, INGRESSO NO MOSTEIRO "Sou um ancio de quase oitenta anos e estou pronto para partir. Dando uma olhadela ao meu passado, reconheo que na minha primeira juventude escolhi o mau caminho, o caminho do mal que me levou runa. Via, atravs da imprensa, os espectculos e os maus exemplos que a maioria dos jovens seguem nesse mau caminho, sem refletir. E eu fiz o mesmo sem me preocupar com nada. Tinha perto de mim pessoas que criam e viviam a sua f, mas no reparava nisso, cego por uma fora selvagem que me arrastava para o mau caminho. Quando tinha vinte anos, cometi um crime passional, que hoje fico horrorizado s em recordar. Maria Goretti, agora uma santa, foi o anjo bom que a Providncia ps no meu caminho. Ainda tenho impressas no meu corao as suas palavras de reprovao e de perdo. Ela rezou por mim, intercedeu por mim, seu assassino. Depois, vieram 30 anos de crcere. Se no fosse ento menor de idade, teria sido condenado a priso perptua. Aceitei a sentena que merecia, expiei com resignao a minha culpa. Maria [Goretti] foi realmente a minha luz e a minha protetora; com a sua ajuda, portei-me bem e tratei de viver honestamente quando fui novamente aceito entre os membros da sociedade. Os filhos de So Francisco, os capuchinhos de le Marche, receberam-me no seu mosteiro com a sua anglica caridade, no como um criado, mas como um irmo. Com eles convivo desde 1936. Agora estou serenamente espera de ser admitido viso de Deus, abraar de novo os meus entes queridos, estar junto do meu anjo protector e da sua querida me, Assunta. Desejaria que os que vierem a ler estas linhas aprendessem o estupendo ensinamento de evitar o mal e de seguir sempre o bom caminho, desde a infncia. Pensem que a Religio, com os seus mandamentos, no algo que possa pr-se de lado, mas sim o verdadeiro consolo, a nica via segura em todas as circunstncias, tambm nas mais dolorosas da vida. Paz e bem!" Reflexes:
Se a imprensa e os espetculos da poca, conforme atestou Frei Alexandre, foi causa de tanto dano aos jovens que lhe foram contemporneos, isso h mais de 100 anos atrs, que dizer da imprensa hoje, representada por vasto leque, desde os meios escritos, radiofnicos, televisivos at os do mundo virtual, que tanto lixo lana em nossos lares diariamente? No toa que o Santo Padre sofre tantas investidas quando reafirma a posio da Igreja contra o sexo antes do casamento, prostituio, aborto e mtodos contraceptivos; hoje a apologia a mtodos e convenes pecaminosas fazem parte da rotina e os profissionais da imprensa, especialmente seus dirigentes so os primeiros responsveis e, por seus atos, certamente prestaro contas no dia do Juzo. Sobre isto, lembremo-nos o que diz o Divino Mestre:
"Porque, a quem muito se tiver dado, muito lhe ser exigido; quanto mais se confia a algum, mais dele se exigir." (Lc 12, 48)
"Ai do mundo, por causa dos escndalos! Eles so inevitveis, mas ai daquele homem por quem vem o escndalo." (Mt 18, 7)
A inocncia das crianas parece hoje comprometida e a nossa inrcia, apatia ou aprovao, nos torna co-responsveis. Se participamos desse concluio coletivo, terreno e carnal e aceitamos, difundimos ou no usamos do rigor necessrio com nossos filhos impondo-lhes limites, comprometemos a salvao de toda a famlia. Do embalo sucessivo das ondas do mundo no nos devemos agremiar, mas lutar com todas as foras e tendo por referncia a doutrina e os ensinamentos da Santa Igreja, de poltica impopular e cuja voz doda aos ouvidos, porque baseada na verdade que conduz salvao da alma. J, a voz do mundo, gostosa de ouvir, porque enaltece o ter, o poder, o prazer, enfim a "liberdade" na sua mxima expresso que conduz perdio eterna, ao inferno. , portanto, hora de reflexo e converso, pois que ningum sabe se amanh o corao estar ainda batendo ao peito.
O nico e verdadeiro tesouro que os pais deixam aos filhos so os ensinamentos da Santa Religio. Afinal, eles garantem a eternidade, garantem que um dia nossa famlia estar TODA REUNIDA, com Maria, anjos e santos, na morada eterna de Deus.
A histria do Frei Alexandre Serenelli nos mostra quo grande a misericrdia divina ao pecador que se arrepende. Pagou sua dvida perante os homens e dedicou anos de mosteiro em vida de duras penitncias e extrema santidade.
Que Santa Maria Goretti, portadora do perdo e da caridade crist, de pureza em grau elevadssimo, interceda por todos ns, especialmente pelas crianas, adolescentes e jovens, e que a sociedade reencontre a santidade, a candura, o verdadeiro amor, que ensina a doutrina da Igreja de Cristo.
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Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. Testamento de Alexandre: - https://educacao.aaldeia.net/liberdadeparatudo.htm
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