Comemoração Litúrgica: 27 de junho. Também nesta data - N. S. Perpétuo Socorro, S. Madalena e S. Ladislau
São Cirilo, Patriarca de Alexandria, sobrinho e sucessor do Patriarca Teófilo, governou a Igreja de Alexandria durante 23 anos. Fechou todas as igrejas novacianas, expulsou da cidade os judeus, o que lhe importou grave conflito com o governador Orestes. Opôs-se com toda a energia à heresia nestoriana. Nestório, Patriarca de Constantinopla afirmava que em Jesus Cristo não havia não somente duas naturezas, mas também duas pessoas; donde concluía que Maria Santíssima era Mãe de Jesus como homem e não Mãe de Deus. Como visse a heresia se incrementar cada vez mais, Cirilo, conforme o antigo costume da Igreja, ao Papa se dirigiu. Celestino I convocou um sínodo em Roma, e foi condenada a heresia de Nestório. Encarregado de executar a sentença da excomunhão, Cirilo reuniu em concílio os bispos do Egito e enviou a Nestório a determinação da Santa Sé, e acrescentou dois anátemas do sínodo de Alexandria. Nestório revidou igualmente com doze anti-anátemas, assinado por ele e pelos bispos, com ele solidários. Tendo a controvérsia chegado a este ponto, os imperadores Teodósio II e Valentiniano III houveram por bem convocar o terceiro concílio ecumênico de Éfeso, que se realizou em 431. Para este Concílio foram convidados todos os metropolitas e o Papa mandou como legados seus dois bispos e um sacerdote. Nestório, apesar de três vezes convidado, não compareceu. Dirigiu o concílio São Cirilo. Estiveram presentes 198 bispos. Foi novamente condenada a heresia, e Nestório excomungado. Os nestorianos, com mais de duzentos bispos, conventos, etc., propagaram-se durante 6 séculos; penetraram na Índia, e na China. Em 1916 havia ainda uns 600 mil nestorianos caldeus, com a sede em Bagdad. Ultimamente estão se convertendo e voltando em massa à Igreja Católica. São Cirilo figura, pois, na história da Igreja como o grande e vitorioso defensor do Dogma mariano, que proclama Maria Santíssima Mãe de Deus. Muito teve que sofrer ainda das malevolências e agitações dos hereges, aos quais também não deu tréguas. Muito trabalhou pela liberdade e exaltação da Santa Igreja. Numerosos são os seus escritos apologéticos e humanísticos, todos de uma profundeza e clareza tais, que causaram a admiração de todos. Como defensor da fé católica e luminar da Igreja Oriental São Cirilo figura entre os grandes Padres orientais da escola de Alexandria. Faleceu em 444. Reflexes: Pelo Papa Bento XVI - Audincia Geral das Quartas-feiras em 03/10/2007 (*) Cirilo, conhecido na Igreja antiga como "custdio da exatido, quer dizer, da verdadeira f", quis demonstrar sempre "a continuidade da teologia prpria com a tradio da Igreja como garantia da continuidade com os apstolos e com o prprio Cristo". Eleito bispo de Alexandria em 412, governou durante trinta anos essa sede e combateu a pregao de Nestrio, bispo de Constantinopla, que separando em Cristo a natureza humana da divina invocao a Maria "Me de Cristo" e no "Me de Deus". Segundo a cristologia antioquina de Nestrio, "para salvaguardar a importncia da humanidade de Cristo se acabava por afirmar a diviso da divindade e assim j no era verdadeira a unio entre Deus e homem no Cristo". Cirilo rebateu imediatamente esta tese reafirmando "o dever dos pastores de preservar a f do Povo de Deus". Este critrio, " sempre vlido" j que "a f do povo de Deus expresso da tradio da Igreja". Por isso, Cirilo recorda a Nestrio que "se deve apresentar ao povo o ensinamento da f de forma irrepreensvel e recordar que quem escandaliza a um s dos mais pequenos que cr em Cristo, sofrer um castigo intolervel". O Santo define sua f cristolgica quando afirma: "So diversas as naturezas que se uniram a uma verdadeira unidade, porm, de ambas resultou um s Cristo e Filho, no porque a causa da unidade se tenha eliminado a diferena das natureza humana e divina, mas porque a humanidade e divindade reunidas de forma inexpressiva (...) produzem ao nico Senhor, Cristo, Filho de Deus". "Cirilo nos ensina sobretudo, que a f crist antes de tudo um encontro com Jesus, uma pessoa que d vida um novo horizonte. De Jesus Cristo, Verbo de Deus encarnado, So Cirilo foi um incansvel e firme testemunho, sublinhando sobretudo sua unidade: Um s o Filho, um s o Senhor Jesus Cristo, tanto antes como depois da encarnao. (...) Ns cremos que Aquele que existia antes dos tempos, nasceu segundo a carne de uma Mulher (...) e segundo suas promessas, estar sempre conosco". "Isto importante, Deus eterno, nasceu de uma Mulher e permanece conosco todos os dias. Vivemos com esta confiana e nela encontramos o caminho de nossa vida". * * * * * * * * * TÓPICOS RELACIONADOS
Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. (*) Reflexes: Pronunciamento do Santo Padre o Papa Bento XVI, refletindo sobre So Cirilo de Alexandria na Audincia Geral das quartas-feiras, Praa de So Pedro, no Vaticano, em 03 de outubro de 2007. (Texto extrado da publicao do Servio de Informaes do Vaticano da mesma data (VIS) - traduzido do espanhol para o portugus por Pgina Oriente. |