Comemorao  litrgica - 16 de setembro Tambm nesta data:  So Cornlio, Papa e Mrtir, Santa Edite.   

 

Nota:   No confundir com So Cipriano, cognominado o feiticeiro,  martirizado com Santa Justina e cuja comemorao dez dias depois (26 de setembto). Para acessar esta biografia, clique aqui

                                                

                                                                     Este Santos figura brilhantssima na igreja africana no sculo III. Filho de pais nobres, dotado de extraordinros talentos, foi So Cipriano,  um dos maiores sbios do seu tempo e orador de inesgotveis recursos. A princpio pago,  converteu-se ao catolicismo e, em marcha ininterrupra, galgou as culminncias das virtudes crists, a ponto de operar grandes milagres. 

                                                                     Pela vontade do povo inteiro e do clero, foi ordenado sacerdote e em 248 sagrado bispo de Cartago.  Ao zlo sem par, vida santa e piedosa de So Cipriano deveu a diocese de Cartago o fato de ter vindo a ser a primeira da frica. 

                                                                     Quando em 249 o Imperador Dcio decretou a perseguio da Igreja, muitos catlicos selaram a f com o prprio sangue, outros apostataram. No tardou que a perseguio tivesse entrada tambm em Cartago. Os pagos reuniram-se  no grande frum e, em altos e apaixonados  gritos, manifestavam o dio ao Santo Bispo: "Cipriano aos lees!  Cipriano s feras!" - era a sorte que lhe destinavam.

                                                                     Cipriano, em fervorosas oraes, procurava conhecer a vontade de Deus.  Para poupar o rebanho, embora desse preferncia ao martrio, achou mais acertado seguir o conselho de Nosso Senhor, que disse: "Se vos seguirem numa cidade, procurai outra".  

                                                                     Um sinal que recebeu do cu mostrou-lhe tambm a convenincia dessa medida e assim resolveu fugir. Do esconderijo pde prestar grandes servios aos pobres catlicos perseguidos, os quais animava, consolava e fortificava. Grande rigor opunha aos apstatas. Muitos deles mais mais tarde, se mostravam arrependidos, pedindo para serem aceitos novamente.

                                                                     Como  outros bispos e sacerdotes tratassem com mais benignidade esses infelizes, formou-se uma corrente fortssima com ares de cisma contra Cipriano. 

                                                                     O movimento adversrio era chefiado por Novaciano. Contra este e outros sacrdotes descontentes, Cipriano convocou um Conclio, cujas resolues foram apresentadas ao Papa Cornlio, que as aprovou e sancionou. Em um outro Conclio foi confirmado o valor do batismo das crianas. 

                                                                     Numa nova perseguio, que veio sob o governo do Imperador Galo, Cipriano tornou a fortalecer a f dos cristos. 

                                                                     Quando a Peste, no espao de quinze anos, dizimava a populao, o santo Bispo permaneceu com os diocesanos, consolando e socorrendo-os com oraes e auxlios. 

                                                                     Muitos cristos que caram prisioneiros, resgatou ele com dinheiro de sua propriedade. 

                                                                     Surgiu uma Grande controvrsia sobre o valor do batismo administrado por hereges.  Quando o Papa Santo Estevo estava pela conservao da tradio, que considerava vlido esse batismo, Cipriano impugnava-o e com ele muitos bispos da frica e da sia, que exigiam o segundo batismo para pessoas batizadas por hereges. A questo ficou, a princpio, sem soluo, devido s dificlimas complicaes polticas daquele tempo. 

                                                                     Embora contrariando a opinio do Papa, no era inteno de Cipriano desrespeitar a pessoa do mesmo. A Igreja Romana era para ele "a cadeira de So Pedro, a Igreja por excelncia, e que a unio entre os bispos se origina e nal qual inadmissvel uma traio, por menor que seja". Se houve de sua parte um excesso de ardor nas discusses e uma certa falta de ponderao, dela se penitenciou na perseguio que rompeu, quando Valeriano era imperador. 

                                                                     Foi em 257 que pela primeira vez se viu citado perante o tribunal do Procnsul africano Aspsio. As declaraes sobre sua posio, religio e modo de pensar cristo, foram to positivas, que o juiz o condenou ao exlio em Curubis. Por uma viso do cu, soube que s um dia, isto , um ano apenas o separaria do martrio. 

                                                                     Do exlio escreveu uma carta consoladora e enviou uma quantia de dinheiro aos cristos condenados a trabalhos forados nas minas de cobre. 

                                                                     Ainda pde voltar para Cartago, onde Galrio Mximo tinha sucedido a Aspsio. L tomou ainda muitas providncias, repartiu os tesouros da Igreja entre os pobres, exortou os fiis constncia e rejeitou o conselho de esconder-se. Em 13 de setembro de 258 foi levado presena do novo Procnsul. Uma enorme multido acompanhou-o apreensiva com o que poderia acontecer-lhe. Como se negasse a prestar homenagens aos deuses, o juiz romano condenou-o morte pela espada. A execuo foi imediata e Cipriano, preparando-se para o ltimo sacrifcio, deu ao carrasco 25 moedas de ouro. Os cristo estenderam panos de linho branco em redor, para apanhar o sangue do mrtir. 

                                                                     O cadver foi sepultado com grande solenidade. Duas igrejas ergueram-se: Uma no lugar onde Cipriano foi decapitado e outra sobre o seu tmulo.  A festa do Santo Bispo foi transferida de 14 para 16 de setembro.  

REFLEXES

A carreira de evangelizao que So Cipriano enfrentou, encontra-se repleta de lutas e adversidades. Galgou todos os degraus da perfeio crist at ao pice,  recebendo por prmio a coroa gloriosa do martrio. A rocha, sobre qual Cristo edificou a sua Igreja, solifidicou-se ainda mais com o sangue dos mrtires da Igreja Primitiva,  a exemplo do Preciosssimo Sangue  do Divino Mestre derramado na Cruz. 

So Cipriano, de opinio compartilhada pela a igreja do Oriente e  bispos da frica, imps resistncia aceitao do batismo ministrado por hereges (era de opinio que os convertidos ao catolicismo deveriam ser batizados novamente).  O Papa Santo Estevo,  j havia manifestado sua contrariedade a duplicidade do batismo, mesmo que ministrado por hereges, desde que os ritos tradicionais tivessem sido observados, especialmente da invocao da Santssima Trindade, considerando grave erro a duplicidade da invocao. 

So Cipriano custou muito a assimilar a opinio do Santo Padre,  e tal divergncia alastrou-se, como mencionamos, entre a igreja do oriente e da frica.  Foi diante disso que o Papa lavrou determinao oficial,  ordenando a inadmissibilidade de duplo batismo, sob pena de excomunho.  Os bispos da frica, do Oriente e So Cipriano, ento,  atenderam imediatamente norma ora promulgada. Embora possa parecer o contrrio, esta foi uma ocorrncia histria da obedincia que os pastores devem a Pedro. Tanto So Cipriano como os bispos,  tinham plena conscincia da infalibilidade papal que, embora ainda no promulgada, mas explcita pelo Divino Mestre ao conferir s So Pedro o poder das chaves.  Uma vez deliberada a questo pela assistncia sobrenatural do Esprito Santo, prevaleceu a obedincia em comunho com o Sagrado Magistrio Romano.  Pelas convices iniciais de So Cipriano e dos demais clrigos,  observa-se que o episdio no converteu-se em cisma porque a Igreja do Oriente e da frica era composta por homens santos,  onde o sopro do Esprito Santo agiu neles e varreu qualquer dvida posterior a respeito. Basta lembrar que So Cipriano tinha horror heresia e ao cisma,  perseguiu a heresia novaciana com veemncia, e no admitia qualquer tipo de traio ao Papa, por menor que fosse ela. Enquanto So Cipriano e os Padres revolveram-se em suas opinies pessoais, talvez at ultrapassando os limites da ponderao,  o exemplo mais eloqente da mxima latina "Roma locuta, causa finita" (Roma falou, causa encerrada),  concretizou-se no momento em que oficialmente o Papa define essa questo.  Lanaram, nossos santos da poca, suas opinies pessoais margem da estrada. To logo o Papa deliberou oficialmente o assunto, deram por encerrada a questo. (Mais detalhes sobre este episdio, acesse a biografia do Papa Santo Estevo)

Este exemplo, infelizmente, no o vislumbramos nos dias atuais, onde muitos padres, religiosos e bispos,  teimam em estabelecer  modismos,  segundo suas convices pessoais, apelando ao que chamam de "inculturao" ou "realidades regionais",  revelia das determinaes romanas.  No erramos em afirmar que o Papa Bento XVI carrega no costado um pesado fardo dentro de seu prprio quintal. Fazemos aqui aluso suas prprias palavras proferidas  maio de 2010,  na Praa de So Pedro: "o verdadeiro inimigo que precisa ser temido e combatido o pecado, o mal espiritual, que s vezes, infelizmente, contagia tambm os membros da Igreja.

A lio disso tudo fica tambm para ns, catlicos leigos.  Este portal, composto exclusivamente por leigos,  busca mostrar a verdade nua e crua como ela .  Nossas opinies pessoais restringem-se obedincia s determinaes romanas. Nosso principal objetivo justamente este, o de conscientizar a "unio com Pedro". Se no houver em ns  a conscincia do poder divino e infalvel do Papa, arrumemos as malas, porque "aguou" o  catolicismo por deixarmos prevalecer nossas opinies e paixes em detrimento da verdade proferida por Cristo. Ele mesmo estabeleceu a Sua Igreja sobre rocha firme, sobre a quas as portas do inferno nunca prevalecero. Se contestamos os dogmas da Igreja e as deliberaes romanas, firmadas pelo Papa, no acreditamos, por conseguinte nas Palavras do Divino Mestre.  Logo,  somos estrelas errantes,  homens sem rumo piores que pagos, consideremo-nos qualquer coisa, menos catlicos.  

H ritos estranhos dentro da nossa Igreja?  H padres, bispos e religiosos com discursos e atitudes que ultrapassam os limites da  razo?  Na minha parquia, tornou-se uma penitncia ir Missa aos Domingos pela poluio sonora, visual ou ideolgica imposta pelo proco?  Que faremos ns?  S existe uma resposta para tudo isso, prestem bem a ateno! : A ORAO.  A ORAO.  A ORAO, e nada mais do que isso, nada mais mesmo!  Se parte da Igreja est adoecida, a responsabilidade tambm nossa. Estamos rezando pela Igreja, pelas vocaes pelos nossos bispos e sacerdotes? Estamos cumprindo os Mandamentos de Deus e da Igreja?  Ou somos aquele tipo de catlicos que saem da Igreja criticando este ou aquele padre, fomentando sua revolta publicamente a terceiros, aniquilando a possibilidade de novas converses?. No sejamos ns instrumentos do maligno para disseminar aos gentios o dio a Igreja de Cristo do qual voc se diz pertencer.  H catlicos que pior ainda, invertendo tudo,  fazem o jogo do maligno,  levando ao bispo diocesano denncias relacionadas a este ou aquele padre de sua parquia, moda de  futriqueiros  que,  por questes na maoria das vezes banalssimas, se dispe a recolher firmas em abaixo assinados junto ao bispo, contra um proco que eventualmente no atenda s suas opinies ou paixes pessoais deste ou daquele movimento paroquial. As mos de um catlico, por mais santas que sejam,  jamais podem se comparar s  de um sacerdote, por pior que ele seja. No universo inteiro, no se encontram mos mais poderosas que a de um sacerdote.  Inadmissvel utilizar  nossas mos pecadoras, e nela constar assinaturas  com intuito de acusar, denunciar ou buscar banir da nossa parquia mos que tm o poder de consagrar o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Cristo. A desproporo entre uma coisa e outra revela quo pecamisosa e brbara a atitude de quem fomenta ou participa desse tipo de ao.  Mesmo nos casos em que membros do clero se deixem envolver em aes escandalosas, ou que campeiem o terreno da heresia, entreguemo-nos confiadamente ao Esprito Santo de Deus,  que providenciar o quando, o como e atravs de quem ir agir. No sejamos temerrios! Nossas pernas so demasiadamente fracas para agir por impulso prprio.  

Lembremo-nos, antes de tudo, por melhor ou por pior que seja um padre,  ele a autoridade mxima dentro de sua parquia. Tanto a ele quanto ao bispo,  devemos obedincia.  Mesmo que contrafeitos por algumas barbaridades que, de fato, existem em nossas parquias, devemo-lhes obedincia. No somos juzes dos ministros da Igreja.  Da mesma forma que os maus pastores prestaro contas no dia do Juzo, ns tambm o prestaremos.  Se algum presbtero da Igreja impr para ns ordenamento absurdo,  seja quanto liturgia ou s determinaes romanas, obedeamos ao Papa e guardemos isso em nosso corao, como fazia Nossa Senhora.  Confiemos nossa Igreja e nossos padres ao Corao materno de Maria Santssima,  EM ORAO,  EM ORAO, EM ORAO.   Afinal,  efetivamente, acreditamos ou no, que Jesus Cristo est no leme dessa embarcao divina?

Para finalizar, que nossos religiosos, sacerdotes e bispos sigam o exemplo de So Cipriano, lanando fora opinies pessoais em obedincia a Pedro. E que ns tambm, leigos, sempre com o olhar voltado para Roma, obedeamos aos nossos ministros. Pela obedincia e pela orao, alcanaremos a perfeio crist,  como o fizeram nossos santos pastores da Igreja Primitiva. 

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* Referncias:  

Biografia - Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.

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