Comemorao litrgica - 31 de maio. Tambm nesta data: Santos Cncio, Pascsio e Petronila de Roma
Conta hoje vinte e um sculos a Histria Mariana. E ao lanarmos um olhar retrospectivo sobre este grande lapso de tempo, vemos em grandiosos quadros como a histria dos povos gravita em torno da profecia da humilde Virgem. Calvrio, Efeso, Rosrio, Lepanto, Pio VII, Aparecida, Dogma da Imaculada, Guadalupe, Lourdes, Ftima, e tantos outros ttulos que lembram um passado de fatos e vitrias das quais depende a sorte da humanidade inteira. Mas os triunfos da humilde Virgem no terminaram. Enquanto houver geraes sobre a terra, de continente a continente, de pas a pas, de cidade a cidade, de povoao a povoao, pelo futuro alm, ressoaro os hinos da vitria da Grande Me de Deus. Ainda chegam at ns os hinos de jbilo do magno dia 08 de dezembro de 1854 e da solene definio dogmtica da Assuno e Mediao Universal da Virgem Senhora! A doutrina de Mediao universal de Maria Santssima compreende duas partes: A Co-redeno ou a associao da Virgem Senhora Redeno do gnero humano, e a mediao ou intercesso necessria para obtermos qualquer graa de Deus. Que a Virgem Senhora tenha sido associada Redeno do gnero humano, no cabe a menor dvida. O padre Jos Bover, S. J. (membro da ento comisso pontifcia de estudos preparatrios para a dogmatizao) alega para provar esta verdade, inmeros testemunhos dos Santos Padres, doutores, pontfices, bispos, telogos, exegetas e da sagrao da liturgia. Eis o que diz no seu livro A Mediao Universal de Maria: Pelo que toca tradio dos Santos Padres, so inmeros os seus testemunhos. Santo Irineu, o padre por excelncia da tradio crist, escrevia: O gnero humano, sujeito morte por uma virgem, foi salvo por outra Virgem. Santo Efren fala inmeras vezes da parte que Maria teve na Redeno dos homens. Diz, por exemplo: Eva contraiu o pecado; Santssima virgem ficou reservado pagar a dvida de sua me e rasgar a escritura de condenao que oprimia todas as geraes. E no duvida de chamar a Maria redeno dos nossos pecados preo do resgate dos cativos paga dos nossos delitos. Na idade mdia encontramos uma srie de telogos que falam explicitamente da co-redeno da Virgem Senhora. Arnaldo diz que no Calvrio havia dois altares: Um no corao de Maria, outro no corao do corpo de Cristo. Cristo imolava sua carne, e Maria sua alma. Santo Alberto Magno assim se expressa: Companheira na Paixo, Maria tornou-se cooperadora na Redeno. Deus, querendo resgatar o gnero humano, deps o preo do resgate nas mos de Maria, afirma so Bernardo. Santo Antnio ajunta que Maria foi dada a seu Filho como cooperadora na redeno mediante a sua participao suma na Paixo. Jesus Cristo, para honrar sua me, determinou que todas as graas que Ele nos mereceu, no fossem comunicadas aos homens, seno por meio dEla. Junto da cruz constituiu-a nossa Me para que dispensasse seus maternais desvelos para com todos os viventes. Este Decreto Divino, porm, no exclui a invocao de intercesso de Santos; mas se por meio deles obtemos favores, no sem a Mediao da Virgem Senhora. Me e, por isso no sempre necessrio recorrer a Ela para se alcanarem graas. Vela por todos, mesmo no sendo invocada. O domnio da Mediao de Maria SS. Se estende sobre todas as graas conquistadas por Jesus Cristo. Depende diretamente de uma Mediao tudo quanto objeto imediato da prece precatria, como so os auxlios de que carecemos para atingir nosso fim ltimo, auxlios internos e externos, naturais e sobrenaturais, principalmente as graas atuais. Indiretamente depende a graa santificante, tanto sua primeira infuso como o seu aumento. Indiretamente, pois, a graa santificante e seu aumento so frutos das boas obras e dos sacramentos. Mas tudo para a boa obra como para a digna recepo dos santos sacramentos, precisamos de inmeras graas atuais e estas n-las obtm a inteno de que em ns aumente a graa santificante. Este ofcio de Medianeira de todas as graas, a Virgem Senhora o est exercendo desde a sua gloriosa Assuno. Para provar esta segunda parte no h mister de muitos textos. A comear de Santo Efrem at Pio XII, todos so unnimes em aclamar a grande Me de Deus. * * * * * * * * * * Referncias bibliogrficas: - Na luz Perptua, 5. ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. |