So Sotero, Papa (Mrtir) 

Comememorao Litrgica:  22 de abril.      Tambm nesta data - So Caio - Papa,  Santos:  Lcio, Bartolomeu e Miles

 

Pontificado 166 a 174

 

                                                 So Sotero (ou Stero) nasceu em Fondi,  no reino de Npoles. Seu pai era natural da Grcia e, isto explica,  sua  preocupao em relao aos problemas e necessidades da Igreja grega, durante seu pontificado. Sua personalidade caritativa e amvel, no entanto, no deixou de lado o rebanho como um todo, que nutria grande carinho e obedincia s suas determinaes.  Sua origem crist que acabou determinando sua eleio na sucesso do trono pontifcio.  Nasceu e cresceu  dentro de uma esmerada educao catlica, de forma que tornou-se pessoa fervorosssima e grande luminar na Igreja de Cristo.  Assim reconhecido,  foi escolhido  para assumir o governo da Igreja por unanimidade.

                                                 Marco Aurlio empreendia crudelssima perseguio aos cristos. Com sua voracidade,  investiu implacavelmente contra eles, dos quais muitos foram lanados aos lees no anfiteatro, outros despedaados em cadafalsos, outros enterrados vivos.  Sendo os seguidores de Cristo,  causa de espetculos promovidos pelo cruel imperador,   So Sotero, como testemunha ocular das constantes perseguies, empreendeu todas as suas foras no sentido de consolar e atender aos fiis atravs de diversas instrues,  contidas em suas cartas apostlicas.  Nelas, os exortava e animava  na  perseverarem  da f,  sempre unidos e obedientes aos ministros da Igreja, para que juntos pudessem sofrer com pacincia e resignao todos as investidas e  conseqentes tormentos que surgiam de todos os lados.  Pessoalmente empenhou-se em  visitar lugares subterrneos e cavernas usadas como refgio pelos cristos, levando sua palavra de alento e confiana,  aos fiis perseguidos pela causa de Cristo.    

                                                 Com muita determinao e  coragem,  ops-se publicamente heresia de Montano,  levantada quatro anos antes do trmino de seu pontificado.   Foi poca em que lavrou  escritos de sabedoria to inspirada, que  depois de muitos anos,  foi usada pela Igreja para combater com veemncia o surgimento de  diversas outras heresias. 

                                                 Promulgou vrios decretos cannicos,  dentre os quais,   um que proibiu as  monjas de tocarem os vasos  sagrados e  corporais,  bem como da administrao do incenso em  cerimnias da  Igreja.   Foi ele  tambm o primeiro Papa a prescrever, canonicamente,  o carter sacramental da unio, apesar de estar j estabelecida desde  os primrdios da Igreja.

                                                 medida  que  iam sendo trucidadas  as ovelhas  pela ira mortal contra os cristos,  percebeu o Sumo Pontfice que  o cerco se fechava  cada vez mais e que inevitavelmente tombaria em breve tambm o pastor. E assim foi.  Pela  sua  carreira  de santidade e  pureza,  firmeza  e  empenho resoluto,   recebeu a coroa dos mrtires no dia 22 de abril, sendo porm, ignorado o gnero de martrio.  Foi  enterrado em Roma,  onde seu corpo descansou at o sculo IX, durante o pontificado do Papa Srgio II, que determinou que suas relquias  fossem trasladadas  para o cemitrio de Calixto,  anexo Igreja de Equcio,  junto aos restos mortais de So Silvestre e So Martinho.  Parte de suas relquias  foram enviadas  para a  Igreja de Toledo e outras para Munique, onde so profundamente veneradas e festejadas por ocasio da sua festa.

Reflexes:

So Sotero soma-se, desde So Pedro, como o 12 Papa da Igreja a ser martirizado.  Todos os seus predecessores deram a vida em defesa da f. Mesmo enfrentando as  constantes e  cruis perseguies,  no se curvou  ao ver os cristos de Roma, sendo trucidados aos montes.  Animado,  consolava e encorajava os cristos nas suas tribulaes.  Em grande nmero,  aguardavam confiantes a  iminente possibilidade  do martrio. Colocando-se  na condio de Cristo,  portavam-se como ovelhas destinadas ao matadouro.  Um grande nmero derramou  seu sangue nas mais brbaras  circunstncias, para receberem a glria na eternidade. 

Peamos ao divino Mestre que a lio magnfica dos mrtires, suscite em nossos  coraes firme e intenso fervor pelas causas divinas.   Se somos submetidos a zombarias, indiferenas ou crticas, por causa da Santa Religio,  no devemos curvar a cabea, seja por respeito humano ou vergonha.  Aproveitemos a jornada terrena para defendermos  incondicionalmente a Igreja de Cristo,  testemunhando as convices por ela ensinadas.  

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Referncia bibliogrfica: Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.