DE SUA SANTIDADE O PAPA PAULO VI PAULO BISPO, SERVO DOS SERVOS DE DEUS I 1. A doutrina e o uso das indulgncias vigentes na Igreja Catlica h vrios sculos encontram slido apoio na revelao divina, (1) a qual vindo dos Apstolos "se desenvolve na Igreja sob a assistncia do Esprito Santo", enquanto "a Igreja, no decorrer dos sculos, tende continuamente para a plenitude da verdade divina, at que se cumpram nela as palavras de Deus". (2) Mas para que essa doutrina e esse uso salutares sejam de modo exato compreendidos, necessrio relembrar certas verdades em que a Igreja Universal iluminada pela palavra de Deus sempre acreditou, e que os Bispos, sucessores dos Apstolos, e principalmente os Pontfices Romanos, sucessores de So Pedro, no decorrer dos sculos ensinaram e sempre ensinam, quer no exerccio de sua funo pastoral, quer em seus documentos doutrinais. 2. Assim nos ensina a revelao divina que os pecados acarretam como conseqncia penas infligidas pela santidade e pela justia divina, penas que devem ser pagas ou neste mundo, mediante os sofrimentos, dificuldades e tristezas desta vida e sobretudo mediante a morte, (3) ou ento no sculo futuro pelo fogo, pelos tormentos ou penas purgatrias. (4) Da mesma forma achavam-se sempre os fiis convencidos de que o caminho do mal semeado de numerosos obstculos, duro, espinhoso e prejudicial aos que por ele enveredam. (5) E essas penas so impostas pelo julgamento, de Deus, julgamento a um tempo justo e misericordioso, a fim de purificar as almas, defender a integridade da ordem moral e restituir glria de Deus a sua plena majestade. Todo pecado, efetivamente, acarreta uma perturbao da ordem universal, por Deus estabelecida com indizvel sabedoria e caridade infinita, e uma destruio de bens imensos, quer se considere o pecador como tal quer a comunidade humana. E doutra parte, o pecado nunca deixou de aparecer claramente ao pensamento cristo no s como uma transgresso da lei divina, mas sobretudo, mesmo que no o seja sempre de modo direto e evidente, como um desprezo ou negligncia da amizade pessoal entre Deus e o homem (6) e uma ofensa contra Deus, ofensa verdadeira que jamais pode ser avaliada na justa medida, afinal de contas como a recusa por um corao ingrato de amor de Deus que nos oferecido em Cristo, uma vez que Cristo chamou a seus discpulos amigos e no mais servos. (7) 3. portanto necessrio para o que se chama plena remisso e reparao dos pecados no s que, graas a uma sincera converso, se restabelea a amizade com Deus e se expie a ofensa feita sua sabedoria e bondade, mas tambm que todos os bens, ou pessoais ou comuns sociedade ou relativos prpria ordem universal, diminudos ou destrudos pelo pecado, sejam plenamente restaurados; isto ocorrer pela reparao voluntria que no se dar sem sofrimento ou pelo suportar as penas fixadas pela justssima e santssima sabedoria divina, e com isso brilharo com novo resplendor no mundo inteiro a santidade e o esplendor da glria de Deus. E a existncia bem como a gravidade dessas penas fazem reconhecer a insanidade e a malcia do pecado, e tambm as desgraadas conseqncias que acarreta. Podem restar e de fato restam freqentemente penas a expiar ou seqelas de pecados a purificar, mesmo depois de remida a falta; (8) a doutrina relativa ao purgatrio mui bem o mostra: nesse lugar, com efeito, as almas dos defuntos que "verdadeiramente penitentes deixaram esta vida na caridade de Deus, antes de terem satisfeito suas ofensas e omisses por justos frutos de penitncia", (9) so aps a morte purificadas pelas penas purgatrias. E as prprias oraes litrgicas so reveladoras oraes que desde os mais recuados tempos usa a comunidade crist no santo sacrifcio, pedindo "que ns, que somos justamente afligidos por causa de nossos pecados, sejamos misericordiosamente libertados para a glria de vosso nome". (10) E todos os homens em seu caminhar neste mundo cometem pecados, ao menos leves, a que se chamam cotidianos: (11) de tal forma que todos tm necessidade da misericrdia de Deus para se verem libertados das conseqncias penais do pecado. II 4. Por insondvel e gratuito mistrio da divina disposio, acham-se os homens unidos entre si por uma relao sobrenatural. Esta faz com que o pecado de um prejudique tambm os outros, assim com a santidade de um traga benefcios aos outros. (12) Assim se prestam os fiis socorros mtuos para atingirem seu fim eterno. O testemunho dessa unio evidente no prprio Ado, pois seu pecado passa a todos os homens por propagao hereditria. Mas o mais alto e mais perfeito princpio, o fundamento e o modelo dessa relao sobrenatural, o prprio Cristo, no qual Deus nos chamou a ser inseridos.(13) 5. Com efeito, Cristo, "que no cometeu pecado", "sofreu por ns". (14) "ele foi ferido por causa de nossas iniqidades, batido por nossos crimes... e por suas feridas fomos curados". (15) Seguindo as pegadas de Cristo, (16) os fiis sempre procuraram ajudar-se uns aos outros no caminho que conduz ao Pai celeste pela orao, pela apresentao de bens espirituais e pela expiao penitencial; e quanto mais seguiam o fervor da caridade, tanto mais tambm imitavam a Cristo sofredor, levando sua cruz em expiao de seus pecados e dos outros, convencidos de poderem ajudar a seus irmos junto a Deus, o Pai das misericrdias, (17) para que obtenham a salvao. o antiqussimo dogma da comunho dos santos, (18) segundo o qual a vida de cada um dos filhos de Deus em Cristo e por Cristo se acha unida por admirvel lao vida de todos os outros irmos cristos na sobrenatural unidade do Corpo Mstico de Cristo, como numa nica pessoa mstica. (19) Assim se constitui o "tesouro da Igreja", (20) que no uma soma de bens comparveis s riquezas materiais acumuladas no decorrer dos sculos, mas o valor infinito e inesgotvel que tm junto a Deus as expiaes e os mritos de Cristo Senhor, oferecidos para que a humanidade toda seja libertada do pecado e chegue comunho com o Pai; no outra coisa que o Cristo Redentor, em quem esto e persistem as satisfaes e os mritos de sua redeno. (21) Pertencem alm disso a esse tesouro o valor verdadeiramente imenso, incomensurvel e sempre novo que tm junto a Deus e as preces e as boas obras da Bem-aventurada Virgem Maria e de todos os Santos, que, seguindo as pegadas de Cristo Senhor, por sua graa se santificaram e totalmente acabaram a obra que o Pai lhes confiara; de sorte que, operando a prpria salvao, tambm contribussem para a salvao de seus irmos na unidade do Corpo Mstico. "Com efeito, todos os que so de Cristo, por terem recebido seu Esprito, se acham unidos numa s Igreja e nele aderem uns aos outros (cf. Ef 4,16). A unio dos viajores com os irmos adormecidos na paz de Cristo, longe de se romper, pelo contrrio, se acha reforada pela comunicao dos bens espirituais, conforme a imutvel crena recebida na Igreja. Do fato de sua intima unio com Cristo, mais ainda confirmam os bem-aventurados na santidade a Igreja inteira... e de vrias maneiras contribuem na crescente obra de sua edificao (cf. 1Cor 12,12-27). De fato, uma vez acolhidos na ptria celeste e permanecendo junto do Senhor (cf. 2Cor 5,8), por ele, com ele e nele no cessam de interceder por ns junto ao Pai, oferecer os mritos que na terra adquiriram, graas a Cristo Jesus, nico Mediador, entre Deus e os homens (cf. lTm 2,5), servindo ao Senhor em tudo e acabando o que falta s tribulaes de Cristo em sua carne a favor de seu Corpo que a Igreja (cf. Cl 1,24). Eis portanto uma ajuda muito preciosa que sua fraternal solicitude traz nossa fraqueza". (22) Por isso entre os fiis j admitidos na ptria celeste, os que expiam as faltas no purgatrio e os que ainda peregrinam sobre a terra, existe certamente um lao de caridade e um amplo intercmbio de todos os bens pelos quais, na expiao de todos os pecados do Corpo Mstico em sua totalidade, aplacada a justia de Deus; e tambm se inclina a misericrdia divina ao perdo, a fim de que os pecadores arrependidos sejam mais depressa conduzidos a plenamente gozar dos bens da famlia de Deus. III 6. Consciente dessas verdades, desde o princpio a Igreja conheceu e praticou vrios modos de agir para que os frutos da redeno do Senhor fossem aplicados a cada fiel e cooperassem os fiis na salvao de seus irmos, e assim todo o corpo da Igreja fosse preparado na justia e na santidade para o pleno advento do Reino de Deus, quando Deus h de ser tudo em todos. Os prprios Apstolos exortavam a seus discpulos a rezarem pela salvao dos pecadores; (23) e tal usana santamente se manteve entre os muito antigos costumes da Igreja, (24) sobretudo quando os penitentes pediam a intercesso de toda a comunidade (25) e os falecidos eram ajudados pelas preces de todos, especialmente pelo oferecimento do sacrifcio eucarstico. (26) E mesmo as boas obras, e primeiramente as difceis de executar fraqueza humana, eram na Igreja, desde antigos tempos, oferecidas a Deus pela salvao dos pecadores. (27) Doutro lado, como os sofrimentos dos mrtires pela f e pela lei de Deus eram considerados de alto preo, costumavam os penitentes pedir aos mrtires que os ajudassem com seus mritos, a fim de mais rapidamente serem admitidos reconciliao pelos Bispos. (28) Eram com efeito a tal ponto estimadas as oraes e as boas obras dos justos, que o penitente, afirmava-se, era lavado, purificado e remido graas ajuda de todo o povo cristo. (29) Em tudo isto, entretanto, no se pensava que cada um dos fiis operasse apenas com os prprios recursos pela remisso dos pecados dos outros irmos; cria-se de fato que a Igreja, como um s corpo, unida a Cristo seu chefe, satisfazia em cada um de seus membros. (30) E ainda a Igreja dos Padres tinha a convico de que prosseguia a obra de salvao em comunho com os Pastores e sob a autoridade desses ltimos, que o Esprito Santo colocava como bispos com o mnus de dirigir a Igreja de Deus. (31) Eis por que os Bispos, prudentemente pesando todas as coisas, estabeleciam o modo e a medida de satisfao a dar e permitiam mesmo que as penitncias cannicas fossem pagas por outras obras mais fceis talvez, propcias ao bem de todos ou capazes de favorecer a piedade, que os prprios penitentes ou ainda por vezes outros fiis tivessem realizado. (32) IV 7. A convico existente na Igreja de que os Pastores do rebanho do Senhor podem por meio da aplicao dos mritos de Cristo e dos Santos libertar cada fiel dos restos de seus pecados introduziu aos poucos no correr dos sculos, pelo sopro do Esprito Santo que sempre anima o Povo de Deus, o uso das indulgncias; uso pelo qual se efetuou um progresso, no uma mudana, (33) na doutrina e na disciplina da Igreja, e da raiz que a revelao brotou um novo bem para a utilidade dos fiis e de toda a Igreja. Pouco a pouco se propagou o uso das indulgncias e se tornou um fato notrio na histria da Igreja desde que os Pontfices Romanos decretaram que certas obras favorveis ao bem geral da Igreja "poderiam ser imputadas ao ttulo de uma penitncia total"; (34) e aos fiis "verdadeiramente penitentes, que tivessem confessado seus pecados" e realizassem tais obras, esses mesmos Pontfices "pela misericrdia de Deus e... confiando nos mritos e na autoridade dos apstolos", "na plenitude do poder apostlico" concediam o perdo no s pleno e abundante, mas at o mais cabal, de todos os seus pecados". (35) Pois "o Filho unignito de Deus adquiriu um grande tesouro para a Igreja Militante... Esse tesouro... quis ele fosse distribudo aos fiis para sua salvao por so Pedro, portador das chaves do cu, e por seus sucessores, seus vigrios na terra, e fosse, por motivos particulares e razoveis, a fim de remir ora parcial ora completamente a pena temporal devida ao pecado, misericordiosamente aplicado, em geral ou em particular, como diante de Deus se julgasse mais til, aos que, verdadeiramente penitentes se tivessem confessado. Sabe-se que os mritos da Bem-aventurada Me de Deus e de todos os eleitos contribuem para a riqueza desse tesouro". (36) 8. Essa remisso da pena temporal devida pelos pecados j
perdoados quanto falta foi chamada propriamente "indulgncia"
.(37) 9. Ainda hoje convida a Igreja todos os seus filhos a considerarem e a meditarem na vantagem que pode oferecer o uso das indulgncias, para favorecer a vida de cada um deles bem como a de toda a comunidade crist. Para brevemente relembrar os principais benefcios, a usana salutar das indulgncias ensina "como triste e amargo ter abandonado o Senhor Deus". (44) Pois os fiis, quando se empenham em ganhar as indulgncias, compreendem que por suas prprias foras no podem expiar o prejuzo que se infligiram a si mesmos e a toda a comunidade, e por isso so excitados a uma salutar humildade. Alm disso, o uso das indulgncias ensina com que ntima unio em Cristo estamos ligados uns aos outros e que ajuda a vida sobrenatural de cada um pode trazer aos outros, a fim de mais fcil e estreitamente se unirem ao Pai. Assim, o uso das indulgncias inflama eficazmente a caridade e de modo excelente a exerce quando se leva um auxlio aos irmos adormecidos em Cristo. 10. A prtica das indulgncias eleva igualmente confiana e esperana da total reconciliao com Deus Pai; contanto, evidentemente, que ela se desenvolva sem dar margem a nenhuma negligncia nem diminuir a preocupao de se dispor devidamente plena comunho com Deus. Com efeito, embora sejam as indulgncias benefcios gratuitos, no so concedidas tanto a favor dos vivos como dos defuntos a no ser que se cumpram as condies requeridas para sua obteno. Duma parte devem ser cumpridas as boas obras prescritas, doutra parte deve o fiel apresentar as disposies exigidas, isto , que ame a Deus, deteste os pecados, tenha confiana nos mritos de Cristo e firmemente creia na grande utilidade que para ele mesmo representa a comunho dos Santos. No se deve deixar em silncio que, adquirindo as indulgncias, os fiis docilmente se submetem aos legtimos Pastores da Igreja, e particularmente ao sucessor de so Pedro, que tem as chaves do cu, aos Pastores que o prprio Salvador mandou apascentar e conduzir sua Igreja. A salutar instituio das indulgncias contribui, assim, por sua parte, para que a Igreja se apresente a Cristo sem mancha nem ruga, mas santa e imaculada, (45) admiravelmente unida em Cristo pelo elo da caridade sobrenatural. De fato, por meio das indulgncias so os membros da Igreja padecente mais rapidamente agregados Igreja triunfante. Da resulta que por essas mesmas indulgncias o Reino de Cristo se instaura muito mais rapidamente "at que todos tenhamos chegado unidade da f e de pleno conhecimento do Filho de Deus, idade de homem perfeito, medida da estatura que convm ao complemento de Cristo". (46) 11. Assim, apoiando-se nessas verdades, nossa santa Me Igreja
ainda uma vez recomendando aos fiis o uso das indulgncias, que foi to caro
ao povo cristo por tantos sculos e o ainda, como o prova a experincia,
no quer tirar nada s outras formas de santificao, em primeiro lugar ao
santssimo sacrifcio da missa e aos sacramentos, sobretudo ao sacramento da
Penitncia, e em seguida aos abundantes socorros agrupados sob o nome de
sacramentais, assim como s obras de piedade, de penitncia e de caridade.
Todos esses meios tm isto em comum: operar a santificao e a purificao
com tanto maior eficcia quanto mais estreitamente estiver o fiel pela caridade
unido a Cristo-Cabea e Igreja-Corpo. A preeminncia da caridade na vida
crist at confirmada pelas indulgncias. Pois no podem estas ser
adquiridas sem uma sincera metania e sem unio com Deus, a que visa o
cumprimento das obras. portanto mantida a ordem da caridade, esta ordem na
qual se insere a remisso das penas pela distribuio do tesouro da Igreja. 12. As normas seguintes trazem disciplina das indulgncias
as mudanas oportunas, no sem ter recolhido as propostas das Conferncias
Episcopais.
As novas normas regulando a aquisio das indulgncias entraro em vigor trs meses aps o dia da publicao desta Constituio nas Acta Apostolicae Sedis. As indulgncias ligadas ao uso de objetos de piedade, no mencionadas acima, cessaro trs meses aps o dia da publicao desta Constituio nas Acta Apostolicae Sedis. As revises de que se falou nas normas 14 e 15 devem ser propostas Sagrada Penitenciaria Apostlica durante o ano. Aps dois anos, a partir da data desta Constituio, cessaro de vigorar as indulgncias que no tiverem sido confirmadas. Queremos que estas decises e prescries sejam firmes e eficazes no futuro, no obstante eventualmente as Constituies e Ordenaes Apostlicas emanadas de nossos predecessores e outras prescries mesmo dignas de meno ou de exceo particulares. Dado em Roma, junto de So Paulo, na oitava da Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 1 de janeiro de 1967, quarto do nosso pontificado.
PAPA PAULO VI Notas * AAS 59 (1967), pp. 5-24 1. Cf. Conclio Tridentino, sess. XXV, Decretum de Indulgentiis "Tendo recebido de cristo o poder de conferir indulgncias, j nos tempos antiqussimo usou a Igreja desse poder, que divinamente lhe fora doado..." (DS [= Denzinger-Schoenmetezer] 1835); cf. Mt 28,18. 2. Concilio Vaticano II, const. dogm. sobre a revelao divina, Dei Verbum 8 (AAS 589 [1966], p. 821); cf. Conclio Vaticano I, const. dogm. sobre a f catlica, Dei Filius cap. 4: A f e a razo (DS 3020). 3. Cf. Gn 3,16-19; "Disse (Deus) tambm mulher:
'Multiplicarei os sofrimentos do teu pano; datas luz com dor teus filhos;
teus desejos te impeliro para o teu marido e tu estars sob o seu domnio'
(1). E disse em seguida ao homem: 'Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste
do fruto da rvore que eu te havia proibido comer, a terra ser maldita por
tua causa. Tirars dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de
tua vida. Ela te produzir espinhos e abrolhos... comers o teu po com o
suor do teu rosto, at que voltes terra de que foste tirado: porque s p
e em p te hs de tornar". 4. Cf. Mt 25,41-42: "Retirai-vos de mim, malditos!
Ide para o fogo eterno destinado ao demnio e aos seus anjos. Porque tive fome
e no me destes de comer". Vide tambm Mc 9,4243; Jo
5,28-19; Rm 2,9; Gal 6,6-8. Cf. Conclio de Lio II, sess. IV, Professio
fidei Michaelis Palaologi Imperatoris (DS 856-858). 5. Cf. Pastor de Hermas, mand, 6, 1, 3 (Funk, Patres Apostolici 1, p. 487). 6. Cf. Is 1,2-3: "Eu criei filhos e os enalteci,
eles, porm, se revoltaram contra mim. o boi conhece o seu possuidor, e o asno,
o estbulo de seu dono; mas Israel no conhece nada, e meu povo no tem
entendimento". Cf. tambm, Dt 8,11 e 32, l5ss; Ps 105, 21 e
118 passim; Sb 7,14; IS 17,10 e 44,21; Jr 33,8; Ez 20,27. 7. Cf. Jo 15,14-15. cf. concilio Vaticano II, const. past. sobre a Igreja no mundo de hoje, Gaudium et Spes 22 (AAS 5811966], p. 1042), e o decreto sobre a atividade missionria da Igreja, Ad Gentes Divinitus 13 (AAS 58 [1966], p. 962). 8. Cf. Nm 20,12: Disse o Senhor a Moiss e Aaro:
'Porque faltastes confiana em mim e no glorificastes a minha santidade
aos olhos dos filhos dos israelitas no introduzireis esta assemblia na terra
que lhe destino"'. 9. Conclio de Lio II, sess. IV (DS 856). 10. Cf. Dom. da Septuagsima, Orao: Ns vos
pedimos, Senhor, atendei benigno s preces de vosso povo: para que, justamente
afligidos por causa de nossos pecados, sejamos para glria de vosso nome
misericordiosamente libertados. 11. Cf. Tg 3,2: "Porque todos ns camos em muitos
pontos. 12. Cf. Agostinho, De bap. contra Donat. 1, 28: PL 43, 124. 13. Cf. Jo 15,5: "Eu sou a videira, vs os ramos.
Quem permanecer em mim e eu nele, esse d muito fruto". Cf. 1Cor
12,27: "Ora, vs sois o corpo de Cristo e cada um de sua parte um dos
seus membros". Cf. tambm, 1Cor 1,9 e 10,17; Ef 1,20-23 e
4,4. 14. Cf. lPd 2,22 e 21. 15. Cf. Is 53,4-6 com 1Pd 2,21-25; cl. tambm Jo 1,29; Rm 4,25 e 5,9ss; 1Cor 15,3; 2Cor 5,21; Gl 1,4; Ef 1,7ss; Hb 1,3, etc.; 1Jo 3,5. 16. Cf. 1Pd 2,21. 17. Cf. Cl 1,24: "Agora me alegro nos sofrimentos
suportados por vs. O que falta s tribulaes de Cristo, completo na minha
carne por seu corpo que a Igreja". 18. Cf. Leo XIII, enc. Mirae Caritatis! "A comunho dos santos no outra coisa seno a comunho de auxilio, de expiao, de preces, de benefcios entre os fiis j na ptria celeste ou ainda entregues ao fogo purificador ou peregrinando ainda na terra, constituindo todos uma s cidade, cuja cabea cristo, cuja forma a caridade (Acta Leonis XIII 22 [1902], p. 129: DS 3363). 19. Cf. 1Cor 12,12-13: "Porque, como o corpo um
todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um
s corpo, assim tambm cristo. Em um s Esprito fomos batizados todos ns,
para formar um s corpo". 20. Cf. Clemente VI, Bula jubilar Unigenitus Dei Filius:
"O Filho Unignito de Deus... adquiriu um tesouro para a Igreja
militante... E confiou esse tesouro... a so Pedro e seus sucessores, vigrios
seus na terra, para o dispensarem salutarmente aos fiis... E ao conjunto desse
tesouro, como se sabe, vm acrescer-se os mritos da Bem-aventurada Me de
Deus e de todos os eleitos, do primeiro justo at o ltimo..." (DS 1025,
1026, 1027). 21. Cf. Hb 7,23-25; 9,11-28 22. Conclio Vaticano II, const. dogm. sobre a Igreja, Lumen Gentium 49 (AAS 57[1965], pp. 54-55). 23. Cf. Tg 5,16: "Confessai os vossos pecados uns aos outros, e oral uns pelos outros, pana serdes curados. A orao do justo tem grande eficcia". cf. 1Jo 5,16: "Se algum souber que seu irmo comete um pecado que no o conduza morte, reze, e Deus lhe dar a vida - isto, para aqueles que no pecam para a morte". 24. Cf. Clemente Romano, Ad Cor. 56, 1: "Rezemos
portanto ns tambm por aqueles que se acham em algum pecado, para que lhes
seja concedida a moderao e a humildade, a fim de cederem no nossa, mas
divina vontade. Assim pois a meno, que para misericrdia deles se faz
junto a Deus e 505 Santos, lhes h de ser proveitosa e perfeita" (Funk, Patres
Apostolici 1, p. 171). 25. Cf. Sozmenos, Hist. Eccl. 7, 16: Na penitncia pblica, aps a missa, na Igreja Romana, os penitentes "com gemidos e lamentos se prostram por terra. Ento o bispo, em lgrimas, chegando do outro lado, ele tambm se prostra por terra; e toda a multido da assemblia, a um tempo confessando, banha-se em lgrimas. Aps, em primeiro lugar se levanta o bispo, e faz levantar os prostrados; e feita, como devido, a orao pelos pecadores que fazem penitncia, despede-os" (PG 67, 1462). 26. Cf. Cirilo de Jerusalm, Catechesis 23 (mystagogica
5), 9, 10: "Enfim tambm (rezamos) pelos santos padres e bispos e defuntos
e por todos em geral que entre ns viveram; crendo que este ser o maior auxlio
para aquelas almas, por quem se reza, enquanto jaz diante de ns a santa e
tremenda vtima". E isto confirmado pelo exemplo da coroa que se tece
para o imperador a fim de conceder essa vnia aos exilados, de modo que o mesmo
santo Doutor conclui, dizendo: "Da mesma forma rezando ns a Deus pelos
defuntos, ainda que pecadores, no lhe tecemos uma coroa, mas apresentamos
cristo morto pelos nossos pecados, procurando merecer e alcanar propiciao
junto a Deus clemente, tanto por eles como ns mesmos" (PG 33,1115,1118). 27. Cf. Clemente de Alexandria, Lib. Quis dives salvetur 42 (S. Joo apstolo, na converso do jovem ladro): "Ento ora rezando a Deus com freqentes splicas, ora lutando com o jovem com contnuos jejuns, abrandando-lhe o nimo com persuasivas palavras, no desistiu, como dizem, antes de conseguir lev-lo com firme constncia para o grmio da Igreja (CGS 17, pp. 189-190: PG 9, 651). 28. Cf. Tertuliano, Ad martyres 1, 6: "E alguns, no
obtendo essa paz na Igreja, acostumaram-se a pedi-la aos mrtires no crcere"
(CCL 1, p. 3: PL 1, 695. cf. Cipriano, Epist. 18 (noutros: 12), 1: 'Julgo
que se deva ir ao encontro de nossos irmos, para que os que receberam libelos
dos mrtires... impondo-se-lhes a mo em penitncia venham a obter a paz com
o Senhor, a qual desejaram os mrtires se concedesse por cartas que nos
escreveram" (CSEL 3, pp. 523-524: PL 4, 265; cf. id., Epist. 19 [noutros:
13], 2, CSEL 3, p. 525: PL 4, 267). 29. Cf. Ambrsio, De paenitentia 1, 15:".. assim como redimido do pecado e purificado no homem interior, por algumas obras de todo o povo, aquele que lavado pelas lgrimas do povo. Pois concedeu cristo sua Igreja, que por todos resgatasse um, ela que mereceu o advento do Senhor Jesus, para que por um s, todos fossem remidos (PL 16, 511). 30. Cf. Tertuliano, De paenitentia 10, 56: "No
pode o corpo se alegrar com o sofrimento de um s membro; necessrio que
todo ele se doa e colabore para a cura. Num e noutro est a Igreja, j que a
Igreja cristo. Portanto quando te ajoelhas junto ao irmo abraas a cristo,
suplicas a cristo. De modo semelhante quando eles choram sobre ti cristo que
suplica ao Pai. O filho sempre alcana facilmente o que pede (CCL 1, p. 337: PL
1,1356). 31. Cf. At 20,28. cf. tambm Conclio Tridentino, sess. XXIII, decr. De Sacramento Ordinis 4 (DS 1768); Conclio Vaticano 1, sess. IV, const. dogm. sobres Igreja, Pastor Aeternus, c. 3 (D5 3061); conclio Vaticano II, const. dogm. sobre a Igreja, Lumem Gentium 20 (AAS 57 11965], p. 23). cf. Incio de Antioquia, Ad Smyrnaeos 8, 1: "Separado do bispo ningum faa nada daquilo que compete Igreja... (Funk, Patres Apostolici 1, p. 283). 32. Cf. I Concilio de Ncia, cn. 12: ".. .todos os
que, com temor e lgrimas, pacincia e boas obras, manifestam por obras e
atitude a converso, estes, findo o prazo prefixado para a audio, tero
merecidamente a comunho de oraes, sendo tambm lcito ao bispo
determinar algo a respeito deles benignamente... (Mansi, SS. Conciliorum
Collectio 2,674). 33. Cf. Vicente de Lerin, Commonitorium primum, 23: PL 50, 667-668. 34. Cf. Concilio de Clermont, cn. 2: "Todo aquele que s por devoo, no para obter honra ou dinheiro, partir para libertar a Igreja de Deus em Jerusalm, considerar-se- essa viagem como uma penitncia plena (Mansi, SS. Conciliorum collectio 20, 816). 35. Cf. Bonifcio VIII, bula Antioquorum Habet "De acordo com fiel relao dos antigos, os que chegam venervel baslica do Prncipe dos Apstolos em Roma obtm grandes remisses e indulgncias dos pecados. Ns portanto.. essas indulgncias e remisses, todas e cada uma, ratificamos e de bom grado aceitamos, confirmando-as e aprovando-as com autoridade apostlica... Ns, confiados na misericrdia de Deus onipotente e nos mritos e autoridade dos prprios Apstolos, a conselho de nossos irmos e pela plenitude do poder apostlico a todos.. .05 que vm a essas baslicas com reverncia, verdadeiramente penitentes e confessados... no ano corrente e em qualquer dos do futuro sculo no s plena e mais ampla, seno plenssirna absolvio de todos os seus pecados concederemos e concedemos..." (DS 868). 36. Clemente VI, bula jubilar Unigenuas Det Filius (DS 1025,1026 e 1027). 37. Cf. Leo X, decr. Cum Postquam:"...e te quisemos dizer que a Igreja Romana, a quem as demais devem seguir como a me, ensina que o Pontfice Romano, sucessor de Pedro, o portador das chaves e viga rio de cristo na terra, pelo poder das chaves que permite abrir o reino dos cus tirando aos fiis de cristo os impedimentos (a culpa e a pena devidas pelos pecados atuais, a culpa mediante o sacramento da penitncia, a pena temporal, devida segundo a divina justia pelos pecados atuais, mediante a indulgncia eclesistica), pode por motivos razoveis conceder indulgncias aos mesmos fiis de cristo, unidos pela caridade como membros a cristo, quer se achem nesta vida, quer no purgatrio, pela abundncia dos mritos de cristo e dos Santos. E concedendo tanto para os vivos como para os defuntos, por apostlica autoridade, a indulgncia, acostumou-se a dispensar O tesouro dos mritos de Jesus cristo e dos Santos, e a conferir a mesma indulgncia a modo de absolvio, ou a transferir a modo de sufrgio. E por isso todos, tanto vivos como defuntos, que verdadeiramente alcanaram essas indulgncias, so livres de tanta pena temporal, devida segundo a justia divina por seus pecados atuais, quanto foi a indulgncia concedida e adquirida, equivalentemente" (DS 1447-1448). 38. Cf. Paulo vi, epst. Sacrosancta Portiunculae: "A indulgncia, concedida pela Igreja aos que fazem penitncia, uma manifestao desta maravilhosa comunho dos santos, que misticamente une, pelo nico lao da caridade de Cristo, a Bem-aventurada virgem Maria, os cristos triunfantes no cu, os que esto no purgatrio e os que ainda no terminaram sua peregrinao pela terra. A indulgncia, dada por intermdio da Igreja, diminui pois e at suprime a pena que impede de algum modo a mais ntima unio do homem com Deus. Aquele que faz penitncia acha portanto nessa forma singular da caridade eclesial, auxilio para lanar fora o velho homem e revestir O novo 'que foi renovado no conhecimento conforme a imagem daquele que o criou' (Cl 3,10)" AAS 58 (1966), pp. 633-634). 39. Cf. Paulo VI, epst. cit.: "A Igreja vai ao encontro dos cristos que, levados pelo espirito de penitncia, buscam atingir esta metania, como fito de reencontrar, aps o pecado, aquela santidade de que foram inicialmente revestidos em Cristo pelo batismo. Distribui indulgncias, assim como a me, terna e cuidadosa, ampara os filhos fracos e doentes. O que de forma alguma significa ser a indulgncia um caminho mais fcil, que nos permitisse evitar a indispensvel reparao dos pecados. Bem ao contrrio. uma ajuda que todo fiel, reconhecendo com humildade a prpria fraqueza, encontra no corpo Mstico de Cristo, o qual todo inteiro 'concorre para sua converso pela caridade, pelo exemplo e pela prece' (const. dogm. Lumen Gentium, cap. 2, n. 11)" AAS 58 (1966), p. 632). 40. Clemente VI, bula jubilar Unigenitus Dei Filius (DS
1026). 41. Cf. IV Conclio do Latro, cap. 62 (DS 819). 42. Cf. Conclio Tridentino, decreto sobre as indulgncias (DS 1835). 43. Cf. id., ibid. 44. Jr 2,19. 45. Cf. Ef 5,27. 46. Ef 4,13. 47. Cf. S. Toms, In 4 Sent. dist. 20, q. 1, a. 3, q. la. 2, ad 2 (5. Th. Suppl., q. 25, a. 2, ad 2): ".. ainda que tais indulgncias muito valham para a remisso da pena, contudo outras obras de satisfao aio mais meritrias sob o ponto de vista do prmio essencial; o que vem a ser infinitamente melhor do que a remisso da pena temporal". Indulgncia - a remisso diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados j perdoados quanto culpa, que o fiel, devidamente disposto e em determinadas condies, alcana por meio da Igreja que, como dispensadora da Redeno, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfaes (e dos mritos) de Cristo, da Virgem Maria e dos Santos.
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