Imprimir

 

Prximo

Anterior 

ndice

 

 

Para instalar o livro completo em seu computador, clique aqui

Para continuar lendo on-line, navegue pelos botes esquerda

 

Livro Oriente       <<  ARTIGO XVI   >>       Carlos Mariano

        

 

 

Santa Maria, Me de Deus

       Sancta Maria, Mater Dei

 

 

 

                                                  Pelos idos do sculo quinto, precisamente em 429, o bispo Nestrio, Patriarca de Constantinopla, na Catedral apinhada de gente, pregava do plpito, que Nossa Senhora me de Jesus e no Me de Deus. Um dos mais simples dos fiis, Eusbio Dorileu levanta-se, alto e bom som proclama: O patriarca blasfema. D para se imaginar o desacerto advindo! Ao tempo que, no h quem no fique assombrado, frente grandeza de tal desassombro: um homem do povo, verberando o mais alto dignitrio da Igreja Oriental.

                                                   O Esprito, assegura Jesus, sopra onde quer. Assim foi no julgamento de Susana, quando o jovem Daniel gritou: Eu sou inocente do sangue dessa mulher; do que resultou a morte dos juizes acusadores. Da fala do Esprito, por Eusbio Dorileu, originou-se um debate, culminando com o Conclio de feso dois anos aps, em 431, que oficializou a segunda parte da Ave Maria: Santa Maria, Me de Deus. Esse Conclio, convocado pelo Papa Celestino I, hoje So Celestino, foi presidido pelo Patriarca Cirilo de Alexandria: So Cirilo condenou  a heresia e excomungou Nestrio. O Esprito Santo por Maria Santssima, esta pelo Patriarca de Alexandria, condenando o heresiarca Nestrio, entrega a palma a Eusbio Dorileu.

                                                   Na ocasio, certificado das ocorrncias, o Papa Celestino I agiu rpido, porm, Nestrio no estava sozinho, pois, alm da craca dos bajuladores que o incensavam, outros bispos e padres formavam com ele, comungando da mesma heresia. Tanto que, em 1916, cerca de mil e quinhentos anos aps, existiam 600 (seiscentos) mil nestorianos, com sede em Bagd, no Iraque.  Atualmente, os intitulados nestorianos sumiram e se alguns existem, no aparecem nas estatsticas. No assim a heresia, que Maria Me de Jesus e no Me de Deus, de vez que essa incongruncia se tem disseminado como gangrena, atravs das diversas seitas e seus inocentes teis.  Esses mesmos inocentes, que, de maneira acertada, reverenciam as mes de seus pastores e, paradoxalmente, pregam que Maria, Me de Deus, uma mulher igual s outras.  No atinam na enormidade da exceo. De vez que, Jesus tambm era um homem igual aos outros exceto no pecado.  De forma idntica, Maria uma mulher igual s outras, exceto que a Me de Deus.  Essa exceo, ou privilgio, distingue Maria das outras, quanto dista o Cu da Terra, por instituio Divina e no desiderato humano. Logo, no porque os catlicos desejam, mas porque assim Deus determinou, assim estabeleceu. ponto pacfico, por ser ato de f.

                                                   Ora, sendo ato de f transcende. Se transcende, avana para sobrenatural que se pode compreender e aceitar. Porm, explicar o sobrenatural, naturalmente, uma ao fenomenal, para no dizer impossvel. Viver sem f, coisa que no existe. At os naturalistas tem f em Darwin, pois, acreditam num elo hipottico e acreditar, ter f. O ponto basilar do cristianismo a f na ressurreio de Cristo, que ningum presenciou. Mas, ns pomos f no Evangelho, em So Paulo que falou com o Ressuscitado. Donde se conclui, que existe f sadia e f doentia, f esclarecida e f cega. Seja esclarecida, seja cega, a f , por natureza, arbitrria. No h quem me convena que Cristo no ressuscitou, tampouco mantenho a pretenso de convencer o darwinista que o elo perdido balela. Ora, o cristo persegue o espiritual, o darwinista segue o natural. Um examina as coisas do Cu, outro vasculha a Terra. A me do cristo reside no Cu, Maria Santssima, a me do darwinista mora aqui mesmo, a me Natureza. O primeiro submete-se ao Criador, o segundo criatura. Parte daqui, o dever do cristo zelar pela Natureza, posto que Mandamento bblico. E o primeiro homem de Deus, que disto se apercebeu foi Salomo, ecologista maior e oficial, que no s cuidou dos animais, das aves, dos rpteis e dos peixes, como tambm, do cedro que h no Lbano ao hissopo que brota da parede. Isto no hipottico, nem argumento perdido, encontra-se registrado no primeiro Livro dos Reis, captulo quarto, versculo trinta e trs.

                                                    Em aditamento, num terra-a-terra, o cristianismo espiritual revela-se, exuberante e naturalmente, mais prtico que o darwinismo, naturalista. E por que? Porque morrendo o cristo e, hipoteticamente, no havendo outra vida, no haver cu, nem purgatrio, nem inferno. Descansar em paz e no ter vivido em vo, posto que no haver quem o recrimine. Porm, morrendo o darwinista e havendo outra vida, haver Cu, Purgatrio e Inferno. Deparar com a Corte Celeste e, na mais branda das hipteses, provar a sensao do macaco do qual se diz originar, preso com a mo na cumbuca. Que sensao e que cumbuca!...

                                                   Alm do mais, essa doutrinao naturalista peca pela base. Assim sendo, um gigante de bronze com ps de barro. Porquanto, no h naturalista que desconhea, afora os nulos em geofsica, geistria e os que silenciam por matreirice, que as ilhas vulcnicas de Galpagos, inspiradoras da propalada evoluo das espcies, afloraram superfcie apenas h quatro milhes de anos e os grandes rpteis dos quais Charles Darwin imaginou ser a fauna ali existente evolutiva, haviam desaparecido entre cento e quarenta e cento e sessenta milhes de anos. Em conseqncia, o que se presencia nas Galpagos, mera adaptao dos animais do Continente s condies de vida  naquelas ilhas. No assim, com os enormes lagartos conhecidos por drages de Komodo, ilha no arquiplago da Indonsia, cuja fauna endmica, Darwin ignorou em seus escritos. Charles Darwin, pelas limitaes da poca, tinha o direito de ignorar a singularidade da fauna naquele arquiplago, porm, os darwinistas atuais tm obrigao de o saber e calar, inescrupulosidade flagrante. Basta considerar, que o outro lado do mundo, nestes dias, adentra os nossos lares imediatamente, pela televiso, pelos vdeos, pelas parablicas cada vez menores e mais potentes, pelo computador conectado internet, satisfazendo as mais intrincadas consultas; de nossas casas viaja-se o Globo terrestre, comodamente assentados, entre um cafezinho e outro, sem despesas adicionais. A nossa gerao privilegiada, a mais atualizada de todos os tempos. uma bno, no a transformemos numa maldio. 

                                                   Sumariamente, o cristo pe f na ressurreio do Senhor Jesus, por conseqncia, em tudo que nos revelou e nestes dois mil anos, no tem padecido desiluso. O mesmo no se pode dizer do darwinista, que volta e meia, apela para uma seqncia de neodarwinismos. De desengano em desengano, de frustrao em frustrao, h os que esto catando vida noutros sistemas planetrios, argumentando soberba humana ser a Terra, esta poeira csmica, o nico planeta com vida na imensido do Universo. Desconsideram, que assim como no se utiliza o metro comum para calcular distncias entre sistemas planetrios e intergalcticos, no se utiliza a cincia natural, que no vislumbra numa rosa a manifestao Divina, para ponderar sobre o Incomensurvel, tendo em vista, carecer do indispensvel embasamento espiritual. Em conseqncia, frente Suprema Grandeza, no a soberba humana que, neste particular, conta e se questiona, porm, a Sublime Humildade que, com poder e riqueza indescritveis, nasceu dependentemente pobre em Belm, determinada desde a Eternidade, em substituir os metropolitanos e intelectivos centros citadinos da poca, pela nfima e desprezada Nazar, onde cresceu em sabedoria, estatura e em graa, diante de Deus e dos homens. Assim sendo, o divino Mestre explicitou que no veio para aprender conosco e sim ensinar. Daqui, a Terra, esta poeira csmica, pela desproporo do Hspede Divino, que veio para o que era seu, ter-se tornado o Centro do Universo, para confuso dos heliocentristas, dos sbios e investigadores do sculo, em virtude do Hspede Divino ser o prprio Jesus, Criador das coisas visveis e invisveis. Em concordncia, a Nova Jerusalm no ter sol nem lua, porque a claridade de Deus a ilumina e a sua lmpada o Cordeiro, nos assegura So Joo. Em perfeita sintonia com Jesus, o Alfa e o mega, o Princpio e o Fim, que lembrou a Felipe: Quem me v, v tambm o Pai, consoante havia revelado aos judeus: Eu e o Pai somos um. Por ser um com o Pai, o Menino deitado na manjedoura reinava nos cus. Santa Maria, Me de Deus! Conquanto, a citao do Menino, engloba a Maternidade Santssima de um Adulto, segundo a profecia de Jeremias: Uma mulher envolver um homem. Quem puder compreender que compreenda, de vez que, explicar o sobrenatural naturalmente, mera especulao, embromao.

                                                   A observncia e a prtica da vida nos ensinam, que todo ser organizado tem um centro, uma cabea, uma determinao, uma doutrina.  Eusbio Dorileu, homem do povo, compreendeu isto melhor que poucos doutores e no vacilou em qualificar o bispo Nestrio de blasfemo, antes da Igreja se manifestar, oficialmente, sobre a Maternidade Divina de Nossa Senhora. O que Dorileu nos transmitiu, por inequvoca manifestao do Deus Esprito Santo, que todo bispo, pela sua investidura, ultrapassa o respeito comum devido a qualquer pessoa humana, enquanto no se manifeste um falso, um hipcrita, um heresiarca, um solapador das orientaes do Papa, centro visvel, embaixador legtimo do Cristo invisvel. Desde o momento em que o bispo perder o sal da doutrina, da moralidade crist, Jesus informa: Para nada mais serve, seno para ser lanado fora e calcado pelos homens. Esta advertncia de Jesus, Eusbio Dorileu no deixou passar em brancas nuvens, pelo contrrio, ele a exerceu plenamente. Eusbio (homem do povo e no do populacho, que se move a qualquer vento de novas doutrinas), soube distinguir um reles interpretador do extraordinrio preservador da S Doutrina.

                                                    Finalmente, este modesto articulista, com Eusbio Dorileu, alm de cristo, s tem em comum ser um homem do povo e nesta qualidade dirige ao bispo, ou a quem de direito, o antigo, porm, oportuno dito popular: Quando vires  a  barba do vizinho arder, pe  as tuas de molho.  Sumria e explicitamente, pretende lembrar, que para cada bispo modelo Nestrio, desalinhado de Roma, haver um homem do povo, outro Eusbio Dorileu para o refutar, sob a proteo da sempre Virgem, SANTA MARIA, ME DE DEUS.

 

*  *  *  *  *  *  *  *  *

 Ir para o Artigo Final