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Livro Oriente       <<  ARTIGO FINAL   >>       Carlos Mariano

        

 

 

(*) Tu s Pedro e sobre esta pedra 

                    edificarei a  minha  Igreja

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                   A primeira e mais rudimentar lio de estratgia militar, quando na idade hbil o jovem convocado a servir Ptria, consiste no aprendizado que um ponto de orientao h de ser imvel, jamais um semovente. Trocando em midos, equivale dizer que um morro, uma rvore, uma pedra servem de ponto de orientao; um cavalo, um boi, um jumento no. Donde se conclui, que um ponto de orientao tem de ser, obrigatoriamente, fixo. Uma bssola que tenha perdido a faculdade de apontar o norte magntico, que fixo por natureza, perdeu a serventia. Da, compreender-se a Sabedoria encarnada, haver dado a Simo o sobrenome Cefas que, em aramaico, significa Rochedo, em grego Pedra, o ponto de orientao por excelncia, o nico e insubstituvel Oriente espiritual. O resto o resto, semovente, ser que anda ou se move por si prprio. bssola doida, que varia de acordo com as convenincias circunstanciais. Perdeu o Oriente um coitado, um desorientado; o cego da parbola do Divino Mestre, que se pe a guiar outro cego, vindo a cair ambos no barranco, no precipcio.

                                                   

                                                   Guardadas as limitaes do estado laical, at onde me foi possvel pesquisar, pedra, que um substantivo comum, assume a classificao de substantivo prprio, Pedra, nomeao criada por Jesus, no perfeito sentido de expresso personificada, singularizando a Cadeira, a Ctedra de Pedro. Desta forma, no haver um Papa Pedro II, exemplo de Joo I a Joo XXIII, Paulo I a Paulo VI, Leo I a Leo XIII, Pio I a Pio XII, todos sujeitos subseqncia, frente a redundncia advinda, posto que o Papa e ser sempre o legtimo representante de Pedro, Vigrio de Cristo, como inspiradamente, Santa Terezinha o definiu: O doce Cristo visvel na Terra; este o Papa de ontem e de hoje. Como ficou esclarecido, no porque eu desejo, nem porque Santa Terezinha elegante e belamente o declarou, tampouco porque a igreja entende e determina, porm, excedendo a tudo isto, por perfeita e exemplar organizao divina, Jesus houve por bem, assim instituir.

 

                                                  Fato histrico, no se nega. Histria que precede pedra que acompanhava os judeus no deserto, da qual todos bebiam e So Paulo, na epstola aos Corntios, afirma ser o prprio Cristo Jesus. Aceitar ou no aceitar, um direito que nos cabe, assim como, o bem e o mal, a vida e a morte, o que escolhermos nos ser dado. Tal qual a ressurreio que ningum presenciou e que, em vista disto, nenhum evangelista narrou como se deu, porm, Jesus mostra-se a Maria Madalena, aos Doze, aos discpulos de Emas, a mais de quinhentas pessoas na asceno e posteriormente na estrada de Damasco, a So Paulo. So registros histricos, tal como o Rubico, de Csar; o Waterloo, de Napoleo Bonaparte e a queda do Muro de Berlim, dos nossos dias.Ora, pelo fato de no haver quem tenha presenciado a Ressurreio em si, no impediu de se tornar o ponto basilar de nossa f, pois, como diz  So Paulo: Se Cristo no ressuscitou, ns somos os mais infelizes dos homens. Assim, o fato histrico fica aliado f. E f no se incute. F, na definio de Santo Agostinho, acreditarmos naquilo que no vemos e a recompensa da f vermos aquilo em que acreditamos. militante, combativa. Em sua defesa permitido morrer, porm, vetado matar. No mercantil, no se comercializa. Abomina o sectarismo, gerador do proselitismo fantico. F, pregao pacfica da Verdade, vivncia. No excitao, devoo, requer o recolhimento e serena meditao. o que nos ensina Maria Santssima, pelo evangelista So Lucas: Maria meditava todas estas coisas, no segredo do seu corao. Maria, Nossa Senhora, que a Sede, a Matriz da Sabedoria. Muito se poderia falar sobre a f, todavia, o resumo mais completo e excelente o faz So Paulo, confirmando que sem f impossvel agradar a Deus, dedica todo o captulo onze, da carta aos Hebreus, natureza da f.

 

                                                  A Ctedra de Pedro atual e no conservadora, como pretendem semear setores acanhados, que se alheiam distino entre conservar e preservar, pois, bitolam-se sinonmia e apoucados, ou pior, maliciosos, no vislumbram a diferena dada pelos verbetes que, no raro, patenteia a desigualdade no emprego dos vocbulos. Exemplificando grosso modo: Enlatamos os alimentos para os conservar e jamais para os preservar do botulismo. De forma idntica, seria ridculo confundir hematidrose com hemoptise, esperto com experto e invocar com evocar. No entretanto, no se envergonham, respaldados por uma mdia assalariada, taxarem Sua Santidade de conservador, quando o Papa e dever ser: Preservador da s doutrina. Preservar, at quando os finrios forjadores da semntica oportunista o permitirem, de acordo com o Aurlio : Livrar de algum mal, manter livre de corrupo, perigo ou dano. Vem a propsito, a mensagem de Sua Santidade, quando de visita ao Mxico, condenando as releituras do Evangelho, nos transmite: Vigiar a pureza da doutrina, baseada na edificao da comunidade crist , junto com o anncio do Evangelho, o dever primeiro e insubstituvel do pastor, do mestre da f.

 

                                                Sua Santidade tem sofrido e resistido aos mais variados tipos de presso. Se porventura, um dia, Sua Santidade abrir a guarda, no cantem vitria os que o pressionam, pois, ficar pesando sobre suas cabeas, a advertncia de Jesus aos judeus, com relao ao libelo de repdio cedido por Moiss: Porque Moiss, por causa da dureza do vosso corao, permitiu-vos repudiar vossas mulheres, mas no princpio no foi assim. Imperativamente, existe um princpio a ser obedecido, a ser respeitado, a ser preservado e no posto em conserva. As leis divinas, com seus valores morais, so imutveis. As leis divinas, no se submetem a modismos e modernismos, porque eternas. Em resumo, o que importa para Jesus a obedincia e coagir no faz o seu gnero, por destoar da Sua doutrina. Jesus, quando cita o Inferno, no para nos amedrontar, nem para nos coagir e sim para nos advertir de um perigo real. A exemplo das placas de sinalizao: Cuidado, precipcio esquerda. Isto no uma ameaa, uma advertncia, compreensiva e que o bom senso sugere precauo.

 

                                                Que Deus se apiede da dureza dos nossos coraes, to afeitos s regalias e refratrios aos compromissos. Das leis sociais, que citam os direitos subentendendo os deveres, quando o correto o oposto. Das imoderaes sindicalistas, que avanam sobre a realidade econmica empresarial, incentivando a robotizao prematura e a implantao de uma informtica requintada livre dos encargos sociais, cujo resultado o desemprego, desestimulando os sindicalizados, em prejuzo do prprio sindicato, por lhe fugirem os associados.

 

                                                No necessrio ser economista, contador, sequer contabilista, para atinar com os efeitos danosos dessas conquistas, que agraciam poucos em detrimento da maioria. Porm, a subseqente comoo social, propicia aos espertinhos embaralharem as coisas do Estado com as coisas de Deus, em flagrante desrespeito ao mandado de Jesus: A Csar o que de Csar e a Deus o que de Deus. Favorece, aos espertinhos, ignorarem So Paulo: Quem se alistou na milcia de Deus, no se embaraa com os negcios do sculo. Que Deus nos livre desses moderninhos, destitudos de razes crists, dos quais afirma Jesus: Prestam-me um culto intil, ensinando doutrinas e preceitos humanos. Assemelham-se a atores de terceira, que vibram com casa cheia e amortecem com casa vazia. As multides os fascinam, contrastando de Jesus: E vs, no quereis ir tambm? Frenticos, sentem-se imunizados, imunizados da fobia de serem qualificados de ultrapassados, caretas. Refiro-me aos evolucionistas padres de passeata do discutvel romancista, porm, insupervel cronista Nelson Rodrigues. Que a bem da verdade e para maior tristeza, at bispo e cardeal entraram nessa. So os componentes da igreja paralela, cuja existncia Sua Beatitude denunciou e quem de direito no tornou pblico, no propalou. Esse silncio calculado, preocupa. Como preocupa o aumento, a fermentao dos sacerdotes que perderam a noo do popular e vulgar, do sacro e profano. O ponteiro, o fiel da balana dessa modernice, est direita ou esquerda, no permanece no centro, onde se encontra Pedro. Se esses extrovertidos observassem Sua Santidade, quer em Roma, pelas transmisses, quer pela pessoa fsica, por ocasio de suas visitas pastorais, aprenderiam quanto dista a popularidade da vulgaridade e a sacralidade da profanidade. Em suma, esses moderninhos, so os mesmos da famigerada  Inquisio, usam o mesmo expediente. Com a diferena, que na Idade Mdia, os que no entrassem na deles, eram condenados fogueira; hoje, os que no entram na deles desprezam, do o gelo, condenam geladeira. Evoluram!...  Do fogo para o gelo.

 

                                                     So Paulo, nos ensina que devemos ser tudo para todos, a fim de ganharmos todos para Cristo. No fora, mas pelo amor, pelo exemplo, pela fortaleza. Nesta linha, delineada por Jesus e aplicada por Joo Paulo II, poder-se-ia incluir, nomeando, felizmente, uma quantidade significativa de cardeais, bispos e padres brasileiros. Reservei-me, no entretanto, para destaque, nomear um cardeal: Dom Jaime de  Barros Cmara; um bispo: Dom Afonso Niehues; dois padres: Afonso Maria Miranda e Heriberto Jos  Schimitt, para nossa satisfao, todos catarinenses. A envergadura moral destes eclesisticos, pelo testemunho de vida e por aquilo que nos deixaram escrito, extasiante. Frente a cada um destes paradigmas, o filsofo cnico Digenes, aquele que em Atenas, em pleno dia, se apresentou de lanterna acesa a procura de um homem, apagaria sua lmpada. Homens Joo Batista, enaltecido por Nosso Senhor. Porm, com a devida vnia s Ordens Sacras, destaco dois leigos, diante dos quais Digenes tambm apagaria seu lampio. Um destes dois, seria Rui Barbosa, elogiado por Sua Santidade, quando de sua visita a Campo Grande, em 1991. O outro, Sobral Pinto, igualmente jurisconsulto, catlico como poucos. Este dos nossos dias. Viveu toda a ditadura de Vargas, tendo nascido antes da implantao do comunismo na Rssia, sobreviveu ao florescimento e queda do comunismo ateu. Sobral Pinto, soube demarcar, com nitidez meridiana, a divisria entre as coisas do Estado e as coisas de Deus. Valente guerreiro contra quela ideologia atesta, foi advogado de Luiz Carlos Prestes, exponencial lder comunista. Catlico militante, de comunho freqente, foi amigo ntimo e defensor de um ateu.Odiava a ideologia comunista, amava o idelogo Luiz Carlos Prestes. Isto cristianismo, no mais puro significado da expresso. Em defesa do seu constituinte, dirigiu vrias cartas ao ditador Getlio Vargas, de quem jamais obteve resposta. O maior desejo dos bajuladores de Getlio, era mand-lo para o crcere. Porm, Sobral Pinto, no era um comunista advogado e sim advogado de um comunista. Sobral, enterrou Vargas e Prestes, posto que sobreviveu a ambos. Fato deslumbrante, Sobral Pinto ter nascido antes da apario de Nossa Senhora em Ftima e ter vivido para testemunhar o cumprimento da promessa da Virgem Santssima: A Rssia espalhar seus erros pelo mundo. Por  fim, o meu Imaculado Corao triunfar. Nem Getlio, nem Prestes, viveram para presenciarem a derrocada do comunismo. Na cmara ardente, onde jazia Luiz Carlos Prestes, rodeado de partidrios e polticos oportunistas, adentra um ancio alquebrado, nem tanto pela idade avanada, mais pelas batalhas da vida, clara e pausadamente, para basbaquice dos presentes, traado o Santo Sinal da Cruz, proclama: Ave Maria, cheia de graa, o Senhor convosco, bendita sois vs entre as mulheres e bendito o fruto de vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Me de Deus, rogai por ns pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amm. Sobral Pinto, o ancio alquebrado, revela-se um gigante.

 

                                                     De Pedro a Joo Paulo II, contam-se duzentos e sessenta e dois Papas. Nmero que no superlotaria uma modesta capela e no obstante, quanto se ignora a respeito de cada um deles, das suas atitudes pessoais e de seus pronunciamentos ex-cathedra assistidos pelo Deus Esprito Santo! Apoiados nesta ignorncia, muitos se atrevem, periodicamente e de forma sistemtica, dentre outros temas consumados, combaterem o celibato clerical. At o ano 1074, padre no somente casava, como se dava em casamento. de se imaginar o caos advindo desse costume, que culminou com a excomunho de todos os padres casados, pelo Papa Gregrio VII, hoje So Gregrio. Dessa purgativa excomunho, pouco ou nada se ouve falar. Causa espcie a mudez sobre um fato de tamanha  grandeza. Todavia, transcorridos 65 anos da excomunho dos padres casados, em 1139, sob o pontificado de Inocncio II, realizado o Segundo Conclio de Latro, ficou estabelecido a obrigatoriedade do celibato para o clero. Esta  resoluo, como se nota, no aconteceu de uma hora para outra, porm, s aps 65 anos de longos, amadurecidos e aprofundados estudos, sob os auspcios do Esprito Santo.

 

                                                    A Igreja, edificada, nunca demais repetir, edificada sobre Pedro, conta dois mil anos. Ascendendo a Ado e Eva adentra Eternidade, onde se encontra o Fundamento, a Pedra Angular, o Deus que se fez Homem, Jesus. Conseqentemente, de fcil entendimento, pelo tempo decorrido do Pecado Original de Ado a Pedro, deste a Joo Paulo II, ter a Igreja de Jesus, passado por todas as experincias vivenciais possveis, imaginveis e inimaginveis. Para se ter uma plida idia dessa experincia eclesial, basta rememorar que, os aborrecidos inovadores dos tempos de So Paulo, foram cognominados progressistas em 1835, na regncia do padre Feij e, amortecidos, reflorescem no auge do comunismo ateu. Contudo, com a queda do muro de Berlim, dissimulando a pecha de retrgrados, esses progressistas de bom grado, assumiram a carapua de ala rebelde da Igreja. Pudera, de intelectuais como se reconheciam, para atrasados como se revelaram, ala rebelde foi providencial, caiu-lhes como uma luva.

 

                                                  A velocidade de adaptao desses progressistas s circunstncias, estarrecedora. Comparemos, exemplificando, o caso do naturalista Charles Darwin, que na sua decantada Da Origem das Espcies frente s dificuldades, elaborou um elo hipottico o majesttico antropopiteco, destorcido e vulgarmente conhecido como elo perdido. Os mencionados progressistas demonstraram-se, sem sombras de dvida, bem mais prticos, evoluram do dia para a noite, num instante, num abrir e fechar de olhos. No apelaram para um elo de ligao entre o macaco e o homem, suposto por Darwin, pularam direto, de progressistas para ala rebelde, at que se complete o ciclo, hora de recomear. Posto que, conforme a moda se adaptaro, associando volubilidade com atualidade.

 

                                                 Antes do ponto final a esta srie de artigos, que outro objetivo no se arrogou, alm de apontar Sua Santidade o Papa como o Oriente de ontem, hoje e at o final dos tempos, permito-me chamar a ateno para uma deduo e uma iniciativa exemplar. A deduo de Rui Barbosa: Estudei todas as religies do mundo e cheguei a seguinte concluso: Religio ou a Catlica, ou nenhuma. A iniciativa exemplar dirigida, particularmente, aos pregadores da Palavra de Deus, de So Paulo: Subi a Jerusalm para conferir o Evangelho que prego entre os gentios, a fim de  no correr ou de no ter corrido em vo (Cf. Gal II,2). Para bom entendedor, meia palavra basta: Em Jerusalm encontrava-se PEDRO, o primeiro Papa. Hoje, para conferir o Evangelho, no necessrio subir-se a Jerusalm, menos ainda a Braslia, basta um fax ou e-mail a Roma, onde se encontra o Papa, Vigrio de Cristo nico e Eterno Oriente.

 

E... Ponto final.  

 

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