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O PROCESSO DE JESUS  -  Testemunhas

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I PARTE  (Processo Religioso)

* Foi preservado o portugus da poca (1921).

   

  Inquirio das Testemunhas

 

Submetteram-se, pois, ao interrogatorio algumas no s notoriamente falsas, como dizem S. Matheus e S. Marcos,  (1) mas cujo depoimento era at contradictorio. (2)

Sobre um tal depoimento no era absolutamente possivel construir um crime;  apresentaram-se, porm, duas que depuzeram: 

_ Ns o ouvimos dizer: Posso destruir o Templo de Deus e reedifical-o  em tres dias. 

_ Que respondes a isto?  - pergunta intimamente satisfeito, o Presidente do Conselho. 

Jesus no respondeu. Sabia perfeitamente que o Synhedrio jurara a sua morte, e que,portanto, qualquer tentativa de defesa tornar-se-ia completamente inutil. Manteve-se, pois, num silencio calmo e ao mesmo tempo imponente. Os papeis pareciam trocados, observa a este proposito Le Camus, "o accusado conservava a magestade solemne de um Juiz, e o Juiz mostrava a agitao febril de um accusado".  Era preciso sahir desta situao, romper esse silencio, mais expressivo e eloquente do que uma defesa. E visto como no lograria, pela ameaa ou pelo medo, arrancar uma unica palavra de Jesus, Caiphs recorreu a outro expediente: 

_ Eu te peo, - ento elle disse como que inspirado, _ eu te peo em nome de Deus vivo a nos declarar si t s o Christo filho de Deus! 

Jesus no ignorava que uma resposta affirmativa equivalia, aqui, a um decreto de morte.  Mas era necessario no deixar a minima duvida sobre a sua personalidade, era preciso proclamar uma verdade que era como que o eixo moral de toda a sua vida. De modo que: 

_ Tu o disseste, - respondeu solemnemente, _ Eu o sou!

A taes palavras, rasgando as vestes: 

_ Blasphemia, blasphemia! - Gritou o Presidente do Conselho.       _ No ouvistes?  Que necessidade temos ns de testemunhas? 

_ Reus est mortis!  reo de morte!  -  foram as unicas palavras que echoaram lugubremente sob as abobadas da grande sala. 

E Jesus foi condemnado morte. Desde esse momento (podiam ser tres horas da madrugada) Jesus foi entregue soldadesca, sob cuja custodia foi conservado at ao amanhecer, hora em que se reuniu,  novamente, o Synhedrio. 

Era, pois, o 15 de Nisan, ou 7 de abril de 783 da fundao de Roma, dia de sexta-feira, e cerca das 05 horas da manh, quando todos os membros do Supremo Conselho, se achavam reunidos no Gazith. (3)

Apesar da solemnidade com que se quiz revestir o Synhedrio, tratava-se apenas de confirmar a sentena de morte pronunciada contra Christo, na madrugada daquelle dia, por uma fraco da assemblia. O interrogatorio, portanto, a que foi submettido Jesus, durou breves instantes. 

_ s tu o Christo? - foi-lhe perguntado. 

_ Si disser que o sou, - respondeu Jesus, _ vs o no acreditareis.  Si eu vos interrogar, vs no me respondereis, nem me deixareis em liberdade. 

_ Mas, afinal,  s tu o filho de Deus? 

_ Vs acabaes de dizel-o, eu o Sou! 

E mais nada. Era uma segunda edio, alis compendiada, do interrogatorio precedente, com a differena de que aqui, no houve inquirio de testemunhas. Mas era o sufficiente. A assembla alcanra o seu fim, isto , ouvir da prpria bocca de Christo a confisso de que era o Filho de Deus, o que constituia, para elles, delicto de pena capital. 

O Processo religioso estava terminado, e ia-se, em seguida, dar inicio ao Processo civil

(Prximo tpico: Jesus diante de Pilatos)

  

                   Notas de rodap      * Para voltar ao texto, clique sobre o tpico correspondente.  

(1)  Matheus, XXVI, 60 - Marcos, XIV, 55, 56, 57.  

(2) Marcos. XIV, 56  

(3) Era uma grande sala destinada s sesses. Officiaes, no recinto do Templo.

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