So Pedro Fourier  

Comemorao litrgica: 09 de dezembroTambm nesta data:   Santa Leocdia, Santa Gorgnia e So Basiano

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FUNDADOR DAS RELIGIOSAS DE NOSSA SENHORA

- CNEGAS REGULARES DE SANTO AGOSTINHO - 

 

                                          So Pedro Fourier nasceu em 1565, em Mirecourt, pequena aldeia de Lorena, de pais pobres, porm virtuosos.  De boa ndole, era Pedro uma criana piedosa e pouco afeita aos prazeres juvenis. Nos estudos que fez em Pont-a-Mousson, teve ocasio de revelar os belos talentos e no tardou que, entre todos os condiscpulos, se distinguisse pelo saber e preparo intelectual extraordinrio. Como professor e  educador, revelava qualidades superiores, tanto que de preferncia se  lhe confiavam as  crianas, s quais sabia incutir amor ao trabalho, temor de Deus e  respeito inocncia e pureza dalma.  Na idade de vinte anos, entrou para a Ordem dos Cnegos de Santo Agostinho, onde mais se dedicou vida religiosa;  fez o curso de filosofia, para um ano depois ser ordenado sacerdote.

                                           O zelo, a virtude do jovem levita, desgostou bastante os companheiros da Ordem, os quais, para se verem livres do incmodo monitor,  trataram de afast-lo. Foram-lhe oferecidas trs parquias, entre as quais escolhesse a que mais lhe agradasse.  Tendo ouvido a opinio de um parente, Padre Joo Fourier, da Companhia de Jesus, escolheu no a mais rendosa e menos trabalhosa, mas a que mais esforo lhe exigia e menos rendimento oferecia.  De fato, a freguesia de sua escolha tinha to m fama, que era chamada Genebra em miniatura (Genebra era a sede do calvinismo e cidade corrompida).

                                          Trs anos trabalhou Fourier naquela Parquia. Pela dedicao, palavra e orao, fez com que se verificasse uma remodelao tal entre os fiis, que mereceu os maiores elogios dos bispos. No satisfeito com o trabalho que a parquia lhe dava,  Fourier  estendia  sua atividade a outras localidades, onde igualmente conseguiu a converso de muitos, a reforma dos costumes e a extino da heresia calvinista. O ducado de Salm, onde imperava o calvinismo, Fourier em menos de seis meses o reconquistou f catlica.  Mais rduo foi o trabalho da reforma nos conventos. Mas, com a graa de Deus e a persistncia dos conselhos, neles conseguiu o restabelecimento da disciplina monstica. 

                                          Grande merecimento teve Fourier com a fundao de uma Congregao religiosa, feminina, dedicada a Nossa Senhora. As religiosas desta Congregao destinavam-se, alm da vida religiosa,  ao ensinamento da mocidade feminina. Fourier teve a  satisfao de obter para esta obra a aprovao apostlica e v-la difundir-se com grande rapidez. 

                                          Ao trabalho da Congregao, associou-se a  responsabilidade de superior dos Cnegos Regulares. Tambm desse cargo, Fourier se  desempenhou com toda a dignidade e mxima competncia. 

                                          Graves perturbaes obrigaram-no a sair de Lorena e  domiciliar-se em Gray, na Borgonha, onde se dedicou inteiramente ao servio da infncia. 

                                          Mestre abalizado em todas as  virtudes, mais se distinguia no amor de Deus e  do prximo. orao pertencia todo o  tempo que lhe sobrava dos trabalhos do estado, A maior parte da noite passava-a em exerccios de piedade. Trabalho nenhum comeava, sem invocar o auxlio divino.  Em tudo o que fazia,  visava a glria de Deus e o cumprimento da vontade divina. A todos que lhe pediam conselho, recomendava que fizessem sempre o que mais agradasse a Deu,  e que fosse evitada a mais leve sombra do pecado.

                                          Sendo eleito superior geral da Ordem, reservou para si o servio de enfermeiro.  Tratar dos doentes era-lhe uma delcia, e era de ver com quanto carinho, com quanta dedicao, no se entregava a  esse ofcio, por todos considerado o mais penoso.  Maior ainda  era o zelo que tinha pela salvao das almas.  Para reconduzir algum ao caminho da f e da virtude, para fortalecer outros na prtica do bem, Fourier no media sacrifcios. converso dos hereges, penitncia dos pecadores,  perseverana dos justos, dedicava muita orao,  muita mortificao, e aplicava muitas vezes o santo sacrifcio da Missa.

                                          Imaculada conservou Fourier a  inocncia batismal, fugindo de tudo que a pudesse macular. Sendo inevitvel tratar com pessoas de outro sexo, sempre se havia com  a maior prudncia. Era inimigo declarado de toda palavra menos honesta e de modinhas livres. Como vigrio, envidou todos os esforos para extirpar na parquia o que pudesse  ofender a boa moral.

                                          A Vida de Fourier era a prtica de penitncia ininterrupta.  Freqentes vezes entremeava dias de  completo jejum. Tinha por indumentria, um hbito de fazenda spera e grossa. O leito era uma tbua e, livros, substituam o travesseiro. No satisfeito com essas mortificaes, sujeitava o corpo a rudes penitncias, at correr sangue. 

                                          Como prenncio da morte, Deus mandou-lhe uma febre violenta.  Sentindo a ltima hora aproximar-se, recebeu os Santos Sacramentos com uma devoo que a todos edificou.  Ora beijava ternamente o crucifixo, ora com os olhos, procurava a imagem de Maria Santssima, enquanto os lbios formulavam a piedosa prece: Maria, mostrai que sois minha me. Como Me minha, sempre vos invoquei, no rejeiteis agora o vosso filho adotivo..  

                                          A ltima satisfao que teve, foi poder celebrar ainda a  festa da Imaculada Conceio. No dia seguinte, aos 09 de dezembro de 1640, sua alma deixou esta terra, para entrar no reino do Pai celeste. s 11 horas da noite, o  santo servo de Deus,  fez o sinal da cruz por trs vezes e, os seus olhos, fecharam-se para sempre.  Fourier foi canonizado em 1897 pelo Papa Leo XIII.

 Reflexes

 A virtude do amor de Deus o trao caracterstico na vida de So Pedro Fourier. O amor de Deus, entre as virtudes, o que o domingo   para os dias da semana, o que o sol entre os astros, o que a rosa entre as flores: Das virtudes, a rainha.  O amor de Deus virtude obrigatria, para todos que querem ser de Deus. Parece um paradoxo os homens serem obrigados a amar a Deus, quando so seus filhos, quando lhe devem tudo o que so e o que possuem.  Mas to afastados andam os homens de Deus Nosso Senhor, que preciso fazer-lhes lembrar esta obrigao, de amar a Deus sobre todas as coisas.  

Os santos, cultivaram o amor de Deus a tal ponto, que evitavam o menor pecado, a mais insignificante falta, receando ofender seu maior benfeitor. Porque tinham o amor de Deus, os mrtires iam de bom nimo ao crcere, alegres subiam fogueira, entoavam cnticos de louvor hora em que eram levados arena, ou ao lugar da crucificao. Porque tinham o amor a Deus, os missionrios de todos os sculos, abandonaram ptria e famlia, para dedicar-se ao servio mais penoso, da evangelizao  dos gentios.  Porque tinham o amor a Deus, os santos eremitas desfaziam-se das vaidades do mundo, para se enterrarem na solido das matas ou do deserto; para viver a po e gua , refeio frugalssima, que repartiam com as feras das selvas. Por amor a Deus que milhares e milhares de donzelas deixaram o doce sossego da famlia, para prestar servios de bom samaritano, a pobres, doentes e  mseros indigentes. 

Vendo a  sociedade moderna, constatamos um espantoso declnio do amor de Deus. Poucos h que amam a Deus. Bem aplicveis ao nosso tempo so as palavras de So Joo: "O mundo mau. O que no mundo h, concupiscncia da carne, concupiscncia dos olhos e soberba da vida".  Se no queremos perder -nos no turbilho do mundo, devemos, como os santos, conhecer e amar a Deus e servir-Lhe a  Ele s .  Como os santos, devemos comear uma vida de orao, virtude e santidade, sem nos importar com o conceito que de ns formarem os mundanos. Ao mundo, sejamos exemplos vivos de converso e amor, jamais de mau exemplo,  de idolatria, de escndalo ou perdio.  

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   Referncias bibliogrficas: 1. Na luz Perptua,  5.  ed., Pe. Joo Batista Lehmann, Editora Lar Catlico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.    2. Orao das Horas - Editora Vozes, Paulinas, Paulus e Ave-Maria, 1996.