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Fundador da "Legio de Maria"
Em 07 de setembro de 1921
Frank Duff nasceu em Dublin - Irlanda, no dia 07 de junho de 1889. Foi o primognito dos sete filhos que tiveram seus pais, John Duff e Susan Letitia Freehill. Freqentou a Escola Belvedere, dos Jesutas e depois o Colgio Blackrock, dos Padres do Esprito Santo, onde revelou-se timo estudante e desportista, atingindo altas notas em todos os cursos. Ele conquistou o cobiado primeiro prmio de lngua galica, disputado em Blackrock. Senso de disciplina, viva inteligncia e humor calmo, marcaram Duff como um homem de futuro promissor. Aps sua graduao, em 1907, assim como o pai, abraou o servio pblico. Embora absorvido pelo trabalho, praticava a Religio devotamente. Participava da Missa regularmente, visitava diariamente o Santssimo Sacramento e rezava o Rosrio. Aos 25 anos, sentiu forte desejo de compartilhar sua f com os outros. Foi nessa ocasio que um colega de trabalho o apresentou Sociedade So Vicente de Paulo, uma sociedade de catlicos leigos fundada por Frederico Ozanam, em 1833, sendo composta por diversas unidades distintas, denominadas "Conferncias". Ingressou na Conferncia de Nossa Senhora do Monte Carmelo, onde iniciou visitando os habitantes dos cortios de Dublin. Em menos de um ano, j era Secretrio at assumir, quatro anos depois, a presidncia da Conferncia de So Patrcio, em Mira House - Dublin. O esforo agressivo e secular dos protestantes para arrebanhar os irlandeses, tornou-se infeliz na Dublin de Frank Duff. Aqueles militantes, estabeleceram centros de proselitismo nas favelas, onde forneciam refeio aos pobres, nas manhs de domingo. Em troca de comida e bebida, deveriam participar do culto dos crentes.
Sob a liderana
de Joe Gabett, Frank e algumas
mulheres organizaram uma cozinha num estbulo abandonado,
prximo daquele estabelecimento. Frank andava,
para cima e para baixo em frente quela instituio e
induzia a fila de
famintos, a ir cantina de Gabett, onde poderiam fazer a refeio
com paz e dignidade. Como presidente da Conferncia de So Patrcio, em 1918, Frank realizava reunies em Myra House, na Parquia de So Nicolau de Myra. A casa funcionava como um centro social catlico, no corao do bairro mais antigo de Dublin. As mulheres ajudavam os Vicentinos, servindo os cafs s crianas pobres nas manhs de domingo. Mais tarde, as senhoras se juntaram a alguns Vicentinos, e o grupo se reunia nas tardes de domingo para orao e discusso de temas religiosos. A linha acolhida para pr em prtica a devoo Nossa Senhora foi o Pequeno Tratado da Verdadeira Devoo Santssima Virgem, de So Lus Maria Grignion de Montfort. Sob o ttulo de Associao de Nossa Senhora da Misericrdia, no dia 07 de setembro de 1921, foi lanada a semente da Legio de Maria. Padre Michael Toher, Vigrio de So Nicolau, Frank Duff e quinze moas, reuniram-se em Myra House para definir as diretrizes do grupo e projetos futuros. Uma das moas cobriu a mesa com uma toalha branca, colocando sobre ela a imagem da Imaculada Conceio, com dois vasos de flores e duas velas acesas. Sob inspirao divina, Padre Toher falou brevemente. Cada participante aceitou a incumbncia particular de visitas aos pacientes pobres do Hospital da Unio, que ficava prximo, exatamente como os Vicentinos j faziam aos pacientes masculinos. Prontificaram-se a reunirem-se na semana seguinte para relatarem os resultados. Nesse dia, elegeram a Sra. Elizabeth Kirwan, faxineira de um escritrio em Dublin e a mais velha do grupo, como presidente da Associao de Nossa Senhora da Misericrdia. Foi este encontro que marcou a semente e o modelo de centenas de milhares, mesmo milhes de outras reunies, realizadas em cada continente nas seis dcadas seguintes. Em novembro de 1925, a Associao de Nossa Senhora da Misericrdia tinha estabelecido cinco ou seis grupos em Dublin. Os lderes de cada equipe continuavam se reunindo em Myra House. As mulheres denominavam cada novo grupo com um ttulo da Virgem Santssima. A inspirao do movimento era Nossa Senhora, relembrava Frank Duff. Ento, enquanto cada grupo particular tinha um ttulo da Me Santssima, estvamos procurando um ttulo geral que abrangesse o Movimento total. Frank recordava que, na noite anterior ao encontro que determinou o novo ttulo, ele estava trabalhando at tarde. Era bem depois da meia-noite, e eu estava pensando em ir para a cama. Em meu gabinete, estava um belo quadro de Nossa Senhora. Fiquei em frente a ele, olhando-o, e em minha mente, veio a expresso: Legio de Maria. Quando a reunio comeou, no dia seguinte, ele sugeriu a adoo daquele ttulo. Para minha consternao, disse, o grupo rejeitou. Finalmente, os delegados, incapazes de encontrar ttulo mais adequado, unanimemente aceitaram o LEGIO DE MARIA de Frank. O Termo Legio abriu novos horizontes na mente do fundador. Grande admirador das Legies militares romanas, desde o tempo do Colgio Brackrock, via a Legio de Maria como um exrcito destinado a estabelecer o Reino de Deus no mundo inteiro. O Exrcito de Maria usaria a espada do Esprito, a Palavra de Deus, para substituir as armas brutais dos soldados romanos. Os legionrios esperam tornar-se merecedores de Sua excelsa Rainha, l-se no manual da Legio, composto, mais tarde, por Frank, por sua lealdade, suas virtudes, sua coragem. A Legio organizada segundo o modelo de um exrcito, especialmente daquele da antiga Roma, cuja nomenclatura adotou (isto , o sistema de nomes para descrever a estrutura organizacional da Legio). Pouco depois de a Legio ter iniciado, Frank falou ao pequeno grupo que o Movimento era destinado a cobrir o mundo. Eles riram de mim, lembrava-se. Em 1927, a Legio abriu uma casa para os homens sem lar, na rua Brunswick e chamou-a Estrela da Manh. Este novo trabalho comeou a atrair mais homens para as fileiras legionrias. Em abril de 1928, Frank estabeleceu o primeiro Praesidium (clula grupo inicial) da Legio, no alm mar, em Glasgow, na Esccia. Pouco depois se instalavam novos em Londres e em Paris. Em novembro de 1931, um grupo de mineiros se reuniam em Raton, Novo Mxico, para iniciar a primeira fundao na Amrica. No ano seguinte, os ndios Cowychan do Canad, fundaram o primeiro Praesidium em sua terra. Em 1932, o clero e os leigos catlicos de todo o mundo se reuniram em Dublin, a fim de participar do Congresso Eucarstico Internacional. No perodo inicial, o movimento era visto com reservas at mesmo por setores do clero, e Frank Duff encontrou muitas resistncias, apesar da constante expanso do Movimento mariano. Os superiores Jesutas Irlandeses, desencorajaram seus padres a servirem de diretores espirituais da Legio. Apesar disso Frank nutria um profundo respeito pelos Inacianos, alm de saber discernir os limites existentes entre o apostolado leigo e o clero. Os contratempos entre ele e a Igreja de Dublin era um fator que correspondia ao clima da poca. A Ordem hierrquica de ento, no favorecia muito as iniciativas leigas. Contudo, no tratava-se de um crculo eclesistico fechado. Se o fosse, Frank no poderia ter feito nenhum progresso. Tanto assim que, em 1947, j quinhentos e cinqenta bispos, em todo o mundo, j tinham aceito a Legio em suas dioceses. A Legio teve seus mrtires. Na China, o Movimento espalhou-se como fogo em floresta, depois da Segunda Guerra Mundial. Somente em Shangai, mil Praesidia floresciam. Depois da invaso comunista, a Legio sofreu amarga perseguio. Os comunistas declararam que a estrutura da Legio era quase idntica estrutura deles. Os vermelhos declararam-na facista, reacionria, uma recrutadora de proprietrios capitalistas, bbados e prostitutas. Como no bastasse, o governo comunista considerou a Legio como agente do governo americano. Apesar da perseguio, a Legio contribuiu, de maneira considervel, para o fracasso da Associao Patritica dos Catlicos Chineses, ganhando adeso de muitos catlicos romanos na China. A Legio pagou seu preo: Trs mil Legionrios foram condenados morte. Aps dois anos do incio das atividades do Conclio Vaticano II, o Papa Paulo VI convidou Frank Duff para participar como observador Leigo. O grande ausente chegou e tomou o seu lugar, naquele setembro de 1965, entre os delegados e observadores do Conclio Vaticano II. Ao notar a presena do grande ausente, o Cardeal Heenan, da Gr-Betanha, interrompeu seu discurso para comunicar aos dois mil e quinhentos patriarcas, cardeais, bispos, abades e superiores de ordens religiosas que Frank Duff, o gnio dirigente da Legio de Maria, se tornara finalmente um participante do Conclio. O Cardeal Leo Suenens, da Blgica, relembrava que os delegados do Conclio cumprimentaram Duff com uma calorosa e emocionante ovao. Foi um momento inesquecvel. Muitos haviam questionado porque Duff, lder de um dos maiores e mais efetivos movimentos leigos da Igreja, no fora convidado, junto com outros observadores leigos, em 1963. O modesto Duff, tranqilamente sentado, aceitou a honra concedida, no para si, mas para centenas de apstolos leigos que ele representava. O aplauso foi duramente conquistado bem como cada xito que havia experimentado. Depois do Conclio Vaticano II, Frank reagiu vigorosamente s tentativas de alguns elementos da Igreja, que tentaram rebaixar o papel de Maria no esforo missionrio. Muitos apontaram o Conclio Vaticano II como iniciador dessa tendncia. O Conclio Vaticano II elevou, para novas alturas, a relao de Maria na Igreja, declara ele em A Mulher no Gnesis, uma srie de ensaios escritos depois do Conclio. Citando o oitavo captulo da Constituio da Igreja (Lumem Gentium) que explica integralmente o papel de Maria, ele escreveu: Maria inseparvel da Igreja. Voc no pode elimin-La e, ao mesmo tempo, deixar a Igreja intacta. Cessaria de ser Igreja Catlica. Em maio de 1978, o Papa Joo Paulo II convidou-o para uma visita pessoal ao Vaticano. Participando da Santa Missa do Pontfice, em seu apartamento, tomou caf com ele depois. Ao partir, levava a certeza de que a Legio tinha o apoio, sem limites, do Santo Padre. Nesta poca, a sade de Frank Duff estava comprometida e declinava rapidamente. Sozinho, na Casa de Montfort, passava seu tempo em estudo e oraes, mas sempre mantendo contato com as instituies beneficentes, bem como os escritrios centrais da Legio, ali perto. No dia 07 de setembro de 1980, ele disse legionria Nellie Jessup, que no iria almoar na Regina Coeli, como de costume, mas estaria ali, para o ch das cinco. No apareceu. A senhora Nellie foi Casa de Montfort e encontrou o grande e valoroso lutador em sua cama, braos cruzados, olhos abertos, fixando a esttua do Sagrado Corao, na parede. Frank Duff, a quem muitos haviam descrito como um dos grandes catlicos do sculo XX, tinha ido receber seu prmio na Eternidade. * * * * * * * * * TPICOS RELACIONADOS
Referncias: Dados sintetizados da obra Frank Duff Um Homem Fora de Srie, do Frei Boniface Hanley, O.F.M. (Verso traduzida por Raquel Falco de Almeida Souza, revisada por Maria Constana Xavier de Lima S), Editora O Lutador, 1987. Edio por iniciativa do Senatus de Salvador, com colaborao do Senatus de Belo Horizonte. |