Comemorao litrgica: 25 de maio. Tambm nesta data: Santo Urbano I, Papa, So Beda e So Gregrio VII, Papa
Santa Maria Madalena de Pazzi, filha de pais ilustres, modelo perfeito de vida e santidade, nasceu em Florena no ano de 1566 . No batismo foi chamada Catarina, nome que no dia para a entrada no convento foi mudado para Maria Madalena. uma das eleitas do Senhor, que desde a mais tenra infncia dera indcios indubitveis de futura santidade. Menina ainda, achava maior prazer nas visitas Igreja ou na leitura da vida dos Santos. Apenas tinha sete anos de idade e j comeava a fazer obras de mortificao. Abstinha-se de frutas, tomava s duas refeies por dia, fugia dos divertimentos, para ter mais tempo para ler os santos livros, principalmente os que tratavam da sagrada Paixo e Morte de Jesus Cristo. Assim se explica o grande amor a Jesus Cristo, que tantas coisas maravilhosas lhe operou na vida. No tendo ainda a idade exigida, no lhe era permitido receber a sagrada Comunho. O desejo, entretanto, de receber a Jesus na sagrada Hstia era-lhe to grande, que os olhos se enchiam de lgrimas, quando via outras pessoas aproximarem-se da santa mesa. Com dez anos fez a primeira comunho foi indescritvel alegria que recebeu, pela primeira vez, o Po dos Anjos. Ela mesma afirmou muitas vezes que o dia da Primeira Comunho tinha sido o mais belo de sua vida. Logo depois da Primeira Comunho, se consagrou a Deus, pelo voto de castidade perptua. Quando contava doze anos, nos seus exerccios de mortificaes, chegou a usar um hbito grosseiro, e dormir no cho, a por uma coroa de espinhos na cabea e a castigar por muitos modos o seu delicado corpo, manifestando assim o ardente desejo de tornar-se cada vez mais semelhante ao Divino Esposo. Quando diversos jovens se dirigiram aos pais de Maria, para obter-lhe a mo, ela pode declarar-lhes: "J escolhi um Esposo mais nobre, mais rico, ao qual serei fiel at a morte". Vencidas muitas dificuldades, Maria conseguiu entrada no convento das Carmelitas em Florena. Aps a vestio, se prostrou aos ps da mestra do noviciado e pediu-lhe que no a poupasse em coisa alguma, e a ajudasse a adquirir a verdadeira humildade. tendo recebido o nome de Maria Madalena, tomou a resoluo de seguir a grande Penitente no amor a Jesus Cristo e na prtica de hericas virtudes. No dia da Santssima Trindade fez a profisso religiosa com tanto amor, que durante duas horas ficou arrebatada em xtase. Estes arrebatamentos repetiram-se extraordinariamente, e Deus se dignou de dar sua serva instrues salutares e o conhecimento de coisas futuras. O fogo do divino amor s vezes ardia com tanta veemncia que, para alivi-la, era preciso que lavasse as mos e o peito com gua fria. Em outras ocasies, tomava o crucifixo nas mos e exclamava em voz alta: " amor! amor! No deixarei nunca de vos amar!" Na festa da Inveno da Santa Cruz percorreu os corredores do convento, gritando com toda a fora: " amor! Quo pouco se vos conhece! Ah! Vinde, vinde almas e amai a vosso Deus!" Desejava ter voz de uma fora tal, que fosse ouvida at os confins do mundo. S uma coisa queria pregar aos homens: "Amai a Deus!" Maior sofrimento no lhe podia ser causado, do que dando a notcia de Deus ter sido ofendido. Todos os dias oferecia a Deus oraes e penitncias, pela converso dos infiis e pecadores, e s Irms, pedia, que fizessem o mesmo. Na nsia de salvar almas, oferecia-se a Deus para sofrer todas as enfermidades, a morte e ainda os sofrimentos do inferno, se isto fosse realizvel, sem precisar odiar e amaldioar a Deus. Em certa ocasio disse: "Se Deus, como a So Toms de Aquino, me perguntasse qual prmio desejo como recompensa, eu responderia: 'Nada, a no ser a salvao das almas' ". Os dias de Carnaval eram para Maria Madalena dias de penitncia, de orao e de lgrimas, para aplacar a ira de Deus provocada pelos pecadores. Para o corpo era de uma dureza implacvel; no s o castigava, impondo-lhe o cilcio, obrigando-o a viglias, mas principalmente o sujeitava a um jejum rigorosssimo; durante vinte e dois anos teve por nico alimento po e gua. No menos provada foi sua alma ; Deus houve por bem mandar-lhe grandes provaes. Durante cinco anos sofreu ininterruptamente os mais rudes ataques de pensamento contra a f, sem que por isso se tivesse deixado levar pelo desnimo. Muitas vezes se abraava coma imagem do crucifixo, implorando a assistncia da graa Divina. Nos ltimos trs anos de vida, sofreu diversas enfermidades. Deus permitiu que nas dores ficasse privada ainda de consolaes espirituais. Impossibilitada de andar era forada a guardar o leito. Via-se ento um fato extraordinrio: quando era dado o sinal para a Missa ou Comunho, ela se levantava, ia ao coro e assistia a Missa toda. De volta para a cela, caa de novo na prostrao e imobilidade. Quando lhe aconselharam abster-se da Comunho, declarou ser-lhe impossvel, sem o conforte deste Sacramento, suportar as dores. No meio dos sofrimentos, o seu nico desejo era: "Sofrer, no morrer". Ao confessor, que lhe falou da probabilidade de um fim prximo dos sofrimentos, ela respondeu: "No, meu padre, no desejo ter este consolo, desejo poder sofrer at o fim de minha vida". Quando os mdicos lhe comunicaram a proximidade da morte, Maria Madalena recebeu os sacramentos da Extrema Uno e do Vitico com uma f, que comoveu a todos que estavam presentes. como se fosse grande pecadora, pediu a todas as Irms perdo de suas faltas. O dia 25 de maio de 1607 libertou-lhe a alma do crcere do corpo. Deus glorificou-a logo, por um grande milagre. O corpo macerado pelas contnuas penitncias, doenas, jejuns e disciplinas, rejuvenesceu, exalava um perfume delicioso, que enchia toda a casa. Cinqenta e seis anos depois, em 1663, quando se lhe abriu o tmulo, foi-lhe encontrado o corpo sem o menor sinal de decomposio, percebendo-se ainda o celeste perfume. Beatificada em 1626 pelo Papa Urbano VIII, foi inserta no catlogo dos Santos em 1669, pelo Papa Clemente IX. Reflexes: Maria Madalena sofreu durante cinco aos, as mais terrveis tentaes de desespero, contra a f e a pureza; clamando a Deus por socorro, com a graa venceu todas as dificuldades. Satans costuma molestar com tais tentaes as pessoas que se dedicam ao servio do Senhor. Diz So Gregrio: "Se sois perseguidos por tentaes, no desanimeis. Pedi a Deus a graa e Ele no vos deixar cair. Deus fiel e no permite que sejais tentados mais do que podem as vossas foras" (I Cor 10,13). Oferece-vos a graa, para que possais vencer a tentao. Alm disto, tendes a vossa vontade, que no pode ser forada por ningum. "Eis a fraqueza do inimigo" , diz So Bernardo, "que no poder vencer seno quele, que o consentir. O inimigo pode excitar a tentao, mas de ns depende consent-la ou rejeit-la". * * * * * * * * * * * Referencia: *Na Luz Perptua - pelo Padre Joo Batista Lehmann, V Ed. - I Vol. - Editora Lar Catlico, 1959.
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